Decorreu no passado fim-de-semana mais uma prova do Intercontinental Rally Challenge, o Rali de Barum na Républica Checa. Contando com os principais candidatos ao IRC, que também marcaram presença na Madeira, a grande novidade era a presença de Anton Alen como segundo piloto da Fiat Abarth, e a troca de Renato Travaglia do Mitsubishi Lancer EVO IX por um Fiat Punto S2000.
A prova disputada em asfalto, era constituida por especiais muito rápidas, alternadas entre percursos largos e sinuosos, com estrada em campo aberto, ou rodeada por árvores, e algumas partes dentro de zonas habitacionais. A toda esta alternância se juntava a sujidade da estrada, provocada pelos cortes nas curvas, e que provocando desgaste nos pneus muito contribuiu para o desfecho do rali. Objectivamente, foram os furos que promoveram o desfecho do rali.
Nicolas Vouilloz foi o concorrente que menos foi afectado pelos azares, diga-se furos e problemas mecânicos. Deixou vincada nas duas primeiras especiais que estava ali para vencer, mas na terceira especial, uma das mais longas e sinuosas que o concorrente da Peugeot España deixou fugir a liderança, não sentido à vontade, levantou muito o pé e deixou os adversários afastarem-se. Quem aproveitou foi o seu companheiro de equipa, Enrique Garcia Ojeda que assumiu a liderança até à última especial do dia, quando um furo o fez perder algum tempo, o suficiente para deixar a liderança à mercê de Freddy Loix num Fiat Punto. O piloto belga acabou o dia à frente do rali, demonstrando habituação rápida à viatura e ao navegador, que aliado à habituação a estes traçados característicos, muito semelhantes a alguns de provas belgas permitiam o sucesso.
No segundo dia quando tudo se conjugava para que a vitória sorrisse a Loix, um furo no final do rali, o fez perder muito tempo, danificando a suspensão após um despiste levando ao seu abandono. Deixou caminho livre para que Enrique Garcia Ojeda vencesse a prova checa… Mas tal não aconteceu, pois na última especial Ojeda viu um amortecedor do Peugeot 207 quebrar, e deixou a vitória nas mãos de Vouilloz. O piloto francês teve um dia inverso ao anterior, começou de trás e acabou na frente. Apesar de algum desalento de Ojeda, a segunda posição permitiu-o ascender à liderança da competição, agora que ainda faltam três provas para o final. A dobradinha da Peugeot também foi o suficiente para assumir a liderança do campeonato de marcas.
A terceira posição ficou na posição do concorrente local Vaclav Pech em Mitsubishi Lancer EVO IX. O piloto que lidera actualmente o campeonato checo teve uma prova muito discreta, sem efectuar tempos muito interessantes, sempre abaixo dos cinco primeiros. Mas primou pela regularidade, e todos os azares que afectaram os seus adversários contribuiram para um lugar no pódio.
Por outro lado, o rapidíssimo Roman Kresta demonstrou estar ao mais alto nível. Aos comandos de um Lancer EVO IX fez tempos de registo, entre os três primeiros, e com certeza demonstrou argumentos para lutar pela vitória. Não aconteceu porque na primeira especial de estrada, o checo furou perdeu dois minutos e meio, exactamente a diferença final para o vencedor da prova, acabando na quarta posição.
O quinta lugar ficou na posse do belga Bernd Casier em Peugeot 207 S2000. O representante da equipa Kronos teve um início de prova desastroso, com uma saída de estrada para um …. galinheiro, perdendo algum tempo. Mas a restante prova foi de regulariadade, aproveitando os azares alheios para repetir o resultado alcançado na Madeira.
No sexto lugar ficou o local Vaclav Arazim em Mitsubishi Lancer EVO IX, que jogou com a regularidade e fiabilidade na intrusão entre os S2000. Logo atrás, o anterior líder do IRC, Andrea Navara, e melhor dos Punto’s. O piloto italiano estava longe de esconder o seu descontentamento com as prestações nas duas provas da Madeira e Barum. Desta feita, a falta de rapidez também juntou o azar de um despiste e um furo que o fez perder muito tempo. Paulatinamente foi subindo na tabela, até chegar à sétima posição e somar mais dois pontos. Sai da ronda checa com a segunda posição, a cinco pontos de Ojeda e com Vouilloz no seu encalçe. Se Navarra teve um resultado negativo, Anton Alen conseguiu não pontuar. Jogando num terreno desfavorável (asfalto) o piloto finlandês dava um ar da sua graça, ao colocar-se entre as primeiras posições. A prova de Alen acabou aquando de um despiste do Punto S2000.
A fechar os lugares pontuáveis ficou Renato Travaglia. O piloto italiano estreava-se a bordo de um Fiat Punto S2000 e mostrou-se muito rápido e consistente até furar… por duas vezes, nas duas etapas, acumulando demasiado tempo no cronómetro. A oitava posição foi uma mal menor tendo em conta o tempo perdido.
Nas duas rodas motrizes Simon Jean-Joseph voltou a demonstrar muita rapidez, mas desta feita, os furos e uma escolha de setup da suspensão incorrecta, permitiu ao polaco Grzegorz Grzyb em Suzuki Swift vencer a categoria. Foram nono e décimo respectivamente.
A prova ficou marcada negativamente pela morte de um concorrente. O número 81 de porta, Pavel Karlik depistou-se violentamente com o seu Opel Astra GSI. Do despiste resultaram sequelas graves no seu navegador Ludek Kocman, que levou ao seu óbito. Este facto ensonbrou a prova e impediu a existência de festejos no final. Uma atitude em todo o nível correcta.
A próxima prova é em Sanremo, naquela que é considerada a prova mais importante do calendário do IRC.
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