Passado uns dias após o Rali Cidade de Beja, primeira prova para o Challenge VSH Sul, ainda são feitas algumas observações menos abonatórias à prova.
Como já referi anteriomente, o comportamento de alguns elementos dentro dos troços durante o rali é inadmissível. A começar com alguns espectadores que andavam no troço durante a passagem das viaturas, dentro de jipes, e acabando num elemento que também já fez parte da organização de provas (e foi navegador) que teve uma atitude semelhante ainda decorria a prova, para auxiliar um concorrente acidentado. Se é grave por parte dos espectadores andarem dentro de troços, mas grave se torna quando são elementos que percebem do assunto, ou já estiveram ligados à organização que dão o mau exemplo. A questão de como é que essas viaturas entraram dentro das estradas também deve ser colocada. Existiam muitos acessos dentro dos troços, e alguns deles não tinham qualquer controlo (cheguei a assitir à passagem de moto 4 em passeio durante a prova num desses acessos). Alguns “marshalls” não conseguiam dar conta do recado – eram jovens, viam a prova, afastavam-se dos acessos, e às vezes preferiam não arranjar problemas com os indívuduos que tentavam entrar nos troços.
Infelizmente um problema com as tomadas de tempos, com discrepâncias entre as printers e as células, conduziram a tempos de tomada final incorrectos, com variações a rondarem os 23 segundos numa especial e os 37 noutra. Apesar de não alterar a verdade desportiva, uma vez que prejudicava todas as equipas, os tempos comparativos finais entre concorrentes (em relação a edições anteriores) acabava por ser adulterada…. sendo que apesar de averbados no final, não correspondem ao tempo real de prova (mesmo fazendo contas com os ditos tempos, as décimas podem alterar alguns resultados). Apenas serviram para elaborar uma classificação final ordenada. Deveria ter sido abordado antes da prova pela Organização, pelo menos prestando esclarecimentos aos concorrentes sobre o que se passava, e evitava alguma desconfiança no durante e após a prova.
Finalmente, um concorrente (Nuno Marcelino num Fiat Panda) passava sistematicamente muito tempo depois do anterior. Em situação normal, e tendo em conta as penalizações, este deveria ter sido desclassificado após a primeira passagem pelos troços (ou mesmo após a primeira especial), pois, objectivamente, deverá ter excedido os 15 minutos regulamentares. Mas tratando-se de um rali “a feijões” até é um facto que penso seja perdoado… não fosse colcar em perigo a segurança dos espectadores. Passo a explicar – depois do último concorrente (Escort MK II) ter passado na primeira ronda, a viatura de chefe de troço passou, levando a pensar que o troço estava acabado para os concorrentes… puro engano. O concorrente do Panda ainda circulava (muito lentamente) dentro do mesmo, quando muitos espectadores deslocam-se pedonalmente pela estrada. Para a segunda passagem não o vi em prova, mas quando chego a casa deparo que o mesmo elemento aparece na tabela classificativa final – seria um concorrente fantasma – uma vez que eu deixei o troço cerca de 10 minutos após a passagem do último carro (ou pelo menos, o que pensava ser o último) e nem dei de conta que o Panda vermelho ainda continuava em prova. Acabou com mais de um hora de atraso para o primeiro….
Estes três pontos mancharam decisivamente uma prova, que tinha tudo para que “vingasse” entre os concorrentes. Apesar de toda a boa vontade, e relação com os concorrentes, é questionada a capacidade organizativa da prova. Não sendo uma prova profissional, pelo menos a nível organizativo devem ser tomadas as devidas precauções, principalmente quando está em causa a segurança dos elementos que contribuem para a prova – concorrentes e espectadores.
São alguns aspectos a ter em conta para a próxima temporada. Que se façam ralis, mas com qualidade. Faço votos que a prova regresse, mas sem motivos que promovam o alarido criado desta vez.
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