segunda-feira, maio 31

Rally de Portugal 2010 – Oigier no grupo dos vencedores

WRC > | JORNADA MEMORÁVEL FAZ DE OGIER “O NOVO RIVAL”
Portugal ficará para sempre marcado na carreira de Sebastien Ogier como o palco onde se deu a primeira vitória de mais um pequeno gaulês que tem tudo para se impor nos ralis mundiais.
Ogier já tinha mostrado de que fibra era feito e depois de perder ingloriamente nas últimas curvas da Nova Zelândia já se sabia que mais dia, menos dia soaria a sua hora. E esta não foi uma vitória qualquer porque foi tirada “no braço” com um tal de Loeb a servir de adversário…
O campeão do mundo deu tudo o que tinha para dar na tentativa de reverter o cronómetro a seu favor mas deparou-se com uma oposição fantástica de um Ogier motivado, inspirado e muito seguro de si. No início do dia, havia 21,1 segundos de diferença entre os dois Sebastiens e Loeb entrou ao ataque reduzindo em 6,2 segundos a vantagem do homem do Junior Team.
Na especial seguinte, Loulé 1, ganha mais 4,8 segundos, assegurando que tinha vindo nos limites durante todo o troço. Ogier, pelo seu lado, confidenciava que não tinha vindo em máximo ataque porque, antes de mais era obrigatório chegar ao fim! Havia agora 10,1 segundos entre os dois. Dito de outra maneira, Loeb tinha reduzido para metade a diferença inicial quando ainda faltava uma ronde pelas mesmas classificativas mais a Super Especial do Estádio do Algarve onde se começava a assistir a um esfregar de mãos porque tudo apontava que esse seria o palco do tira-teimas final.
Só que Ogier já não teria a pequena desvantagem de “limpar” o troço –e dizemos pequena porque Loeb vinha logo a seguir… – pelo que a lógica ditava que Loeb não ganharia tanto como nas primeiras passagens. Ainda assim, imperava a adrenalina e a expectativa.
Loeb prometia ser feliz nos primeiros compassos de Felizes 2 mas Ogier, alertado pelos parciais que recebia no seu carro forçou o andamento na segunda metade do troço e limitou as perdas. No final eram apenas 6 as décimas recuperadas por Loeb que na sua tentativa de ataque destruiu os pneus, embora tivesse mais dois para substituir. Ogier ainda contou que tinha tido um pequeno problema de motor no arranque que fez que o carro se engasgasse…
Eram agora 9,5 os segundos a separar os dois franceses da Citroen. Com Quesnel a dizer “le mieux va gagner” e “on fait le show” os dois C4 lançaram-se ao ataque de Loulé 2. No início soaram as campainhas de alarme na assitência de Ogier. O piloto estava a ser mais lento que os seus próprios parciais da primeira passagem e Loeb estava a ganhar terreno. Mais uma vez a meio do troço a diferença estabiliza e os dois franceses fazem uma série de parciais sempre com o mesmo tempo relativo. No final, Loeb só ganha 1,8 segundos, a margem que tinha conseguido nos primeiros quilómetros da classificativa. Ogier esperava junto ao stop pela chegada de Loeb e, confiante no que tinha feito, advertia: “Se ele quer ganhar, vai ter que voar!” Como já se disse, Loeb até ganhou o troço mas os 7.7 segundos seriam irrecuperáveis na Super Especial final a não ser que Ogier errasse fortemente. Conformado com a derrota, Loeb comentava que “ele [Ogier] é muito forte nas segundas passagens… Tentei tudo mas não deu. Encontrei um novo rival…”
Restava a festa do Estádio do Algarve onde Ogier foi consagrado vencedor do Rally de Portugal. Não sem antes, em jeito de confirmação, ter voltado a bater Loeb na manga que opôs os dois principais protagonistas do fim-de-semana.
Mas a competitividade da prova portuguesa não se resumiu à vitória. O terceiro lugar do pódio foi fortemente cobiçado por Sordo, P. Solberg e Hirvonen. Exclua-se desde já Hirvonen que não conseguiu ter andamento para os Citroen e centremo-nos em Sordo e Solberg. No início do dia o norueguês tinha 13,5 segundos de vantagem sobre o espanhol, vantagem que seria fortemente cortada logo no troço inicial, muito por culpa da direcção solta no c4 amarelo. Solberg ficou com apenas 2,2 segundos de margem para gerir, se é que é possível executar exercícios de gestão com diferenças tão pequenas. Em Loulé 1 os problemas de Solberg continuam e Sordo aproveita para passar para terceiro. Em Felizes 2 Solber erra ligeiramente e Sordo ganha tempo, passando a dispor de 5,4 segundos de vantagem. Em Loulé 2 Solberg ganha 8 décimas o que será insuficiente para lutar pelo pódio na super especial mas afasta-se de Hirvonen que se queixa de ter destruído os pneus outra vez dando a entender que os Ford não são nada meigos com a borracha…
Estava-se perante um cenário de 1-2-3-4 para a Citroen, coisa que, não sendo inédita, já não se verificava desde o Safari de 1993… Só que, no Estádio do Algarve, Solberg decidiu “borrar a pintura” numa saída estranha televisionada para todo o mundo (pelo menos pela net)… Carro parado, dificuldades em retomar o andamento e um tempo de 2:24,6 contra os 2:12,5 de Hirvonen. Gorou-se o poker da Citroen no rali por 3,7 segundos…
Mais atrás destaque para a desistência de H. Solberg (os irmãos tiveram um dia não…) e as boas imagens proporcionadas por Ostberg num Impreza WRC de 2008 que nunca foi competitivo. Talvez por isso Wilson tenha conseguido ficar à sua frente na classificação geral. Villagra voltou a vencer à geral a Super Especial (não é à toa que se trazem tantos argentinos para os estádios portugueses) e classificou-se em 8º, Al Qassimi foi nono e o quase “mudo” Raikkonen lá conseguiu angariar o pontinho da ordem…

S-WRC > | NADA DE NOVO NO UNIVERSO DOS S2000
As posições estavam de tal maneira estabilizadas com grande diferenças entre os concorrentes que não houve uma única alteração nos lugares cimeiros…
Quando assim é, a história torna-se evidentemente curta. Destaque-se os andamentos mais rápidos de Al-Attiyah e PG Andersson que estavam em prova ao abrigo do Super Rali. O árabe ganhou quase todos os troços do dia enquanto sueco foi regularmente segundo, venceu a sufer especial de encerramento e apenas teve menor rendimento em Felizes 2. O andamento de Al-Attiyah serviu para subir uma posição ao longo do dia por troca com Tuohino que, mesmo assim só se verificou porque o Finlandês andou com a chamada direcção “assistida a braços”.
Claro que outros pilotos estavam em modo de segurança porque as diferenças eram da casa dos minutos. Nesse Contexto Ketomaa estava interessado em garantir a vitória, enquanto Xevi Pons queria, sobretudo, somar o máximo de pontos para cimentar a liderança do Mundial de S-WRC. Os dois pilotos conseguiram atingir os objectivos de forma tranquila. O polaco Kosciuszo subiu ao pódio à frente Bernardo Sousa que foi quarto mas que esteve sempre mais interessado no Campeonato de Portugal de Ralis…. Andresson foi quinto e Pascoal que recebeu um “wild card” da organização foi sexto e até somou 8 pontos para a tabela do S-WRC. Tuohino, Al-Attiyah, Brynildsen (que também andou rápido e deu espectáculo no dia de hoje) e Llovera terminaram nas posições sguintes.
Hanninen que não pontua para o SWRC voltou em super rali, efectuou um segundo tempo na primeira especial do dia mas voltou a não ter a sorte pelo seu lado e voltou a abandonar no segundo troço. Antes aqui que na Sardenha, pensará o líder do IRC…


J-WRC > ABBRING VITORIOSO

Depois de ontem ter sido bafejado pela fortuna, Abbring soube segurar o triunfo.
Também não era difícil, a menos que um daqueles imponderáveis em que os ralis são férteis atacasse o Clio R3 do piloto Holandês. É que à entrada para o último dia eram “só” 4:44,1 os minutos que o piloto tinha de avanço para Kruuda, o seu mais directo perseguidor…
Tal como na S-WRC, também no mundial júnior quem deu mais nas vistas no derradeiro dia de competição foram os homens que regressaram em Super Rally, nomeadamente Lemes, Burkart e Broccoli (que voltou a desistir, tal como Marzeno).
Claro que Abbring e Kruuda não se incomodaram mutuamente nem foram incomodados por niguém, enquanto Burkart ainda foi a tempo de ser segundo à frente de Lemes, Valdes Lopez e Hunt. Para que se fique com uma ideia, a diferença mais pequena que se registou no final entre dois concorrentes foi de 5:24,8…

Portugueses > BERNARDO SOMA E SEGUE MAS ARMINDO FOI MAIS RÁPIDO
No cômputo global dos três dias, Bernardo Sousa conseguiu o que queria: prometeu aos patrocinadores que seria campeão nacional e até agora não defraudou somando pontuações máxima em todos os ralis já disputados…
O madeirense limitou-se a rodar e a controlar tranquilamente os acontecimentos já que a vantagem final para o segundo, Pedro Peres foi superior a 8 minutos. Vítor Sá aproveitou os problemas de Vítor Pascoal (apoio de motor ontem e acertos de suspensão hoje) para se guindar ao terceiro lugar final por troca com o seu adversário. Meireles foi sexto e Ricardo Moura, vindo em Super Rali ainda chegou ao sétimo lugar final.
Mas no Campeonato de Portugal interessam os dias separadamente visto que os regulamentos assim o determinam, tal como também postulam a necessidade de se estar pré-inscrito no campeonato para se poder pontuar em absolutos e nos grupos A e N. De Bernardo Sousa já se disse que somou pontuação máxima, vencendo cada um dos dias de competição. Em segundo no dia de hoje (primeiro da produção), Ricardo Moura deu mais uma prova do seu valor e reforçou a sua liderança no campeonato de produção, somando ainda importantes pontos para a tabela de absolutos. Numa luta particular com o campeão açoriano, Pedro Peres acabou por ser terceiro à frente do 207 S2000 de Vítor Pascoal. Meireles foi o quinto melhor do dia de hoje à frente de Armindo Neves que, fruto da sua regularidade, segue na segunda posição da Produção nas contas do campeonato. Paulo Neto (Gr. A) e João Fernando Ramos (Gr. N) encerraram as contas do dia no que aos pré-inscritos diz respeito.
Armindo Araújo, pelo seu lado, foi o melhor português não se coibindo de extravasar a sua satisfação por ter suplantado os homens dos S2000 nacionais e por, no final, se ter superiorizado também a Ott Tanak com quem andou em luta na busca da vitória entre os N4 tradicionais: “Partimos para o dia de hoje com a posição de melhor português praticamente assegurada e por isso o objectivo passou a ser o de colocar pressão no Tanak para tentarmos vencer a Produção. Ele acabou por cometer um erro, ao sair de estrada na segunda especial, e a partir daí apenas tivemos que levar o carro até ao final”.

compilação de Fórmula Rali

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