domingo, outubro 23

Ricardo Teodósio dominou Rali de Beja

A normalidade regressou ao Regional Sul. Ricardo Teodósio impôs a “lei do mais rápido” e regressou às vitórias em Beja. Daniel Nunes e Carlos Martins ocuparam os restantes lugares do pódio. Gil Antunes e Pedro Lança discutiram a vitória nas duas rodas motrizes.


O ritmo imposto pela dupla Ricardo Teodósio e João Luz no Rali Cidade de Beja não deixa margem para dúvidas. São a melhor dupla do sul, e caminham a passos largos para a revalidação do título. Efetuaram uma prova muito rápida, consistente, sempre com espetáculo à mistura, a quem o público presente agradece. Depois do percalço de Loulé, a normalidade regressa ao CRRS, e com ela o regresso do piloto da Guia à liderança do regional.
Por outro lado, a disputa pelo segundo lugar foi mais interessante de acompanhar. Apesar de Daniel Nunes e Fernando Miguel, em Mitsubishi Lancer EVO6 entrarem com o pé direito, e terem criado uma margem vantajosa para os adversários mais próximos, quase deitaram tudo a perder com uma ligeira saída de estrada que lhes custou algum tempo e viram a equipa Carlos Martins/Aníbal Martins ficar a apenas 1,1 segundos. Para além de averbarem um excelente segundo posto, a equipa de Sintra, consegue por termo a uma sequência de abandonos, e somar os primeiros pontos para o regional. Carlos Martins teve de contentar-se com o terceiro posto, deixando novamente bons indicadores, comprovando que com uma viatura fiável é um piloto a ter em conta.
Partindo com o número 1 de porta, Márcio Marreiros também tinha a ingrata tarefa de abrir a estrada. Perdeu constantemente tempo para os concorrentes mais rápidos, e viu-se numa luta com um surpreendente Orlando Bule. O piloto de Serpa chegou a ocupar a quarta posição, mas problemas mecânicos condicionaram a última especial. Márcio Marreiros ascendeu ao quarto lugar, e somou novamente preciosos pontos, mantendo a pressão para a fase de asfalto, onde assumidamente se sente mais à vontade. Por outro lado, como os ralis só terminam no parque fechado, Bule viu os problemas no motor do Mitsubishi EVO7 agravarem-se e levou ao abandono mesmo após a última especial.
No quinto posto surge a equipa da Competisport, Luís Mota e Alexandre Ramos, no Mitsubishi Lancer EVO4 que quase era surpreendida pelos concorrentes que o precediam na tabela.
Efetivamente, a promessa de uma interessante batalha pela Divisão I foi cumprida. Pedro Lança e Ricardo Batista, no Citroën Saxo entraram com o pé direito e colocaram-se na liderança dos 2WD. Mas, Gil Antunes, que assumiu ter entrado com algumas cautelas, puxou dos “cavalos” do Opel Astra para passar para a frente na segunda especial. A última passagem pelo troço único do rali, apenas serviu para confirmar a vitória do concorrente de Auril, no entanto os 7,9 segundos que o separou de Pedro Lança é demonstrativo do equilíbrio registado. Este resultado é tanto mais expressivo, pelo facto de terem ficado na frente de vários concorrentes com viaturas de quatro rodas motrizes, teoricamente mais adaptados ao traçado alentejano.
As lutas pelas posições seguintes foram interessantes de seguir. No oitavo lugar surge António Lampreia em Ford Escort Cosworth, seguido por Luís Nunes em Mitsubishi EVO6, José Carlos Paté em BMW 325 IX e José Dimas no Subaru Impreza. Estes concorrentes rodaram sempre muito juntos, e efetuaram algumas trocas entre si durante o rali.
Um dos momentos da prova é protagonizado por João Monteiro e Márcio Pereira que conseguiram levar o Lancia Delta Integrale até ao parque fechado. Um objetivo conseguido depois de uma sequência de abandonos que abalava a moral quer do piloto, quer do navegador. Quanto à prova em si, estiveram numa interessante luta com Nuno Venâncio, com a vantagem a pender para o piloto do BMW, graças a uma recuperação na derradeira especial, cifrando-se a diferença em 2,2 segundos.
Marco Gonçalves e Vítor Graça em Peugeot 306 também foram protagonistas de um insólito momento, quando na segunda especial viram uma das rodas da sua viatura saltar numa zona rápida. Apesar de não abandonarem, a reparação custou-lhes quase vinte e cinco minutos, e atirou-os para o fim da tabela classificativa.
Os azarados da prova são Jorge Baptista e Edgar Gonçalves, que sofreram um violento despiste ao fim de cinco curvas da primeira especial do rali, deixando o Mitsubishi Lancer muito danificado. A estreia da nova viatura de João Correia também não foi positiva, pois abandonou na PE1 com problemas de diferenciais. Também abandonaram Renato Leria, Nuno Marcelino e João Palma.


Texto – Quim Macedo
Imagem – Ramiro Bento

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