terça-feira, abril 24

Europeu: Basso regressa aos triunfos

O campeão europeu em título, Giandomenico Basso regressou aos triunfos no campeonato Italiano e nas provas do europeu, o que já não acontecia desde do rali Vinho Madeira de 2006.
O piloto do Fiat Punto S2000 venceu com uma vantagem 37,9 segundos sobre Luca Rossetti que finalmente concluiu uma prova sem problemas de maior no Peugeot 207 S2000. Paolo Andreucci ao volante do Mitsubishi Lancer Evo IX ficou-se pelo 3º lugar, longe dos pilotos dotados de super 2000. Luca Cantamessa igualmente de Lancer Evo IX foi o 4º, seguido por Andrea Dallavilla com uma viatura idêntica.
Dimitar Iliev ao volante do Mitsubishi Lancer Evo IX foram os melhores classificados dos pilotos inscritos no europeu, fechado a prova Itália na 12ª posição. O Europeu está de regressa em Maio com o rali da Croácia.

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segunda-feira, abril 23

Pinhais Centro: Pedro Peres pela terceira vez

Pedro Peres/Tiago Ferreira venceram o Rali Pinhais do Centro e subiram pela terceira vez consecutiva ao lugar mais alto do pódio na presente temporada. Uma vitoria que cimenta a liderança da dupla do Ford Escort Cosworth no campeonato, numa prova onde tiveram mais dificuldades para bater a concorrência.
Com um domínio inicial menos claro que nas duas anteriores provas, fruto de um problema com o ALS do Escort, Pedro Peres sentiu durante a primeira metade do rali algumas dificuldades para suster os fortes ataques de Octávio Nogueira que chegou mesmo a vencer a segunda e terceira especial de classificação. O piloto do Saxo Kit-Car imprimiu um ritmo muito vivo e conseguiu manter, até ao primeiro parque de assistência, a incógnita quanto à vitória final.
Problemas resolvidos por parte de Pedro Peres, dores de cabeça para a concorrência. O piloto do Porto colocou, desde o início da segunda secção, todo o potencial do Escort na estrada e aos poucos a vantagem foi-se dilatando. João Ruivo/Alberto Silva envolveram-se a partir daqui na luta pela segunda posição, garantida em definitivo a partir do momento em que Octávio Nogueira, primeiro fura e acaba por desistir após um problema no motor.
Luís Mota/Ricardo Domingos colocaram o Lancer Evo IV na terceira posição da geral depois de uma prova de grande nível mas onde deixaram claro que o Mitsubishi não consegue chegar aos homens da frente. Rui Azevedo/João Andrade sem encontrarem nenhuma explicação para o facto não conseguiram melhor que o quarto posto final mas, mesmo assim, garantiram a vitória entre os concorrentes do Nacional de Clássicos.
Pedro Raimundo/Nuno Rodrigues da Silva foram uma vez mais os vencedores entre as equipas do Campeonato Júnior de Ralis, desta feita ainda que com a sorte de terem visto os até então lideres, Isaac Portela/Saul Campanário, fora de prova a apenas um quilometro do final. Muito positiva foi a prestação de Miguel Abrantes/Miguel Vale que colocaram o Citroen Saxo no sexto posto da geral, na frente de Vítor Santos/Filipe Carvalho e do seu Ford Sierra Cosworth.
Com clara falta de ritmo após a longa paragem, Paulo Azevedo/Luís Cavaleiro marcaram o regresso ao activo com o oitavo posto final. Manuel Coutinho/António Costa terminaram na nona posição e Jorge Areias/João Baptista fecharam o lote dos dez primeiros classificados e venceram entre os Históricos 80. Um destaque final para Tiago Raposo Magalhães/Tiago Gouveia que foram os vencedores nos Históricos 71.
Joaquim Santos desta fez terminou o Rali Pinhais do Centro, mas o Ford que tripulou esteve longe de se apresentar na melhor forma, nomeadamente do motor. Desta vez, parace que o motor se deu mal com a altitude, o que levou um dos elementos da equipa a comentar: "Quando tudo parece estar resolvido, aparece sempre outra coisa".
Quase todos os carros presentes no Rali Pinhais do Centro tinham uma pequena tira preta nos faróis dianteiros. Foi uma simples e justa homenagem dos pilotos e equipas, ao mecânico da equipa Peres Competições, falecido após o Rali Portas de Rodão.
O Rali Pinhais do Centro não começou nada bem. O carro de segurança "000", logo no primeiro troço do rali, acabou por atropelar um polícia em pleno troço, quando esteve pedia aos espectadores para se colocarem em segurança. Quatro costelas e uma clavícula partida foi o "estrago" no agente da autoridade, que seguiu para o Hospital de Coimbra.
Já sabemos que os orgãos de comunicação generalistas, nomeadamente as televisões, anda arredadas dos ralis. Porém, a estação da desgraça, vulgo TVI, lá estava, em cima do acontecimento, noticiando o referido incidente.
Texto modificado de: Sportmotores e RalisOnline

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Monte:João Magalhães vence à geral e Emanuel Caldeira no Campeonato Open

Ao volante do Mitsubishi Lancer Evo IX, João Magalhães e Jorge Pereira triunfaram na 1ª prova do Campeonato Open de Ralis da Madeira, o Rali Open do Monte/Mesquita. Apesar de terem vencido apenas uma prova de especial, a dupla do Team Nacional aproveitou uma penalização imposta a Aécio Anjo/Pedro Calado para subir ao 1º lugar da geral. Duarte Ramos e Luís Ramos foram os segundos classificados, sendo que a dupla que tripula um bem competitivo Citroën Saxo esteve a um bom nível e aproveitou esta prova para efectuar mais alguns quilómetros com a viatura. Cerca de 44 segundos separaram o 1º do 2º classificado. O 3º lugar da geral foi para Emanuel Caldeira e Vasco Mendonça, a dupla do Team C.D. Nacional que arrecadou a vitória em termos de pontuação, uma vez que apenas os VSH e Clássicos pontuam neste tipo de prova. A dupla do Ford Escort esteve a um bom nível, venceu entre as viaturas Clássicas e acabou a 2,4 segundos do segundo. O regressado Dinarte Baptista navegado por Gustavo Villas-Boas em Citroën Saxo foi 4º classificado, isto depois de ter “reclamado” alguns problemas na viatura francesa, nomeadamente a nível de motor. O 5º posto ficou para Mário Oliveira e Carina Barros, sendo que o piloto do Team C.S. Marítimo/Sá/Coral/Casa Santo António estreou nesta prova um novo motor e esteve mais perto dos seus adversários, mas mais uma vez não conseguiu imprimir um ritmo que o permitisse alcançar lugares mais cimeiros. A distância para o 1º classificado cifrou-se em 1 minuto e 15 segundos. Paulo Manso e Samuel Lopes em Talbot Lotus efectuaram uma excelente prova e o novo motor permitiu ao piloto rodar sempre entre os primeiros dos Clássicos, acabando por arrecadar o 3º lugar dessa categoria e o 6º da geral. É de ressalvar o grande espectáculo dado pelo piloto no cruzamento da Meia Serra, levando o público ao rubro. Samir Sousa e Duarte Miranda em Nissan Sunny GTi-R revelaram um bom nível, conseguindo arrecadar a vitória por entre os VSH e amealhando assim alguns pontos na luta pelo campeonato Open. Quanto a Francisco Tavares, este terminou no 8º posto e esteve hoje muito abaixo daquilo a que nos habitou… O piloto do Toyota, para além de alguns problemas na viatura, acabou por dar um ligeiro toque com a traseira, toque esse que viria ainda a piorar a sua prestação no rali. No 9º posto eis Aécio Anjo, sendo que o piloto do Citroën C2 S1600, em condições ditas “normais”, seria o vencedor de prova, não fosse a penalização de 2 minutos por ter chegado atrasado ao controlo horário, depois de ter efectuado algumas alterações na viatura. A fechar o Top 10 ficou a dupla Vasco Nóbrega/José Freitas, em Toyota Carina E.
Texto e Foto:RalisMadeira.com

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segunda-feira, abril 16

Luís Rêgo vence Sical

O Campeonato de Ralis dos Açores iniciou-se com uma surpresa, já que a vitória coube a Luís Rego, que aproveitou da melhor maneira o atraso de Fernando Peres, que se despistou na segunda passagem pelo troço da Serra do Cume. Contudo, até aí, Rego, já tinha demonstrado que estava ali para vencer, e até essa altura já tinha cimentando um pouco a sua liderança, fruto de muita regularidade, já que Fernando Peres entrou com demasiadas cautelas.
Apesar disso, o piloto do Porto viria a sair de estrada, danificando a mecânica do seu Lancer, para além de ter perdido mais de dois minutos para Luís Rego. Outro azarado neste local foi Ricardo Moura que viu o diferencial central do Mitsubishi Lancer Evo VIII ceder, mesmo assim, ainda averbou o melhor tempo, vindo a desistir posteriormente, quando era segundo classificado.
Com tudo isto, Fernando Casanova subiu na classificação, ocupando a segunda posição na estreia com o Subaru Impreza WRX STI Spec C N12 (ex-Gustavo Louro). Durante a tarde as condições melhoraram, deixou de chover com tanta intensidade e Fernando Peres disparou um forte ataque, vencendo todos os troços. Esta recuperação permitiu subir até ao terceiro lugar da geral. Uma vantagem a rondar os quarenta segundos foi suficiente para Luís Rego controlar as operações. Fernando Casanova ainda ganhou alguns segundos nas duas passagens pelo troço da Serreta mas o objectivo era manter a segunda posição.
Na Fórmula 3, o abandono de Gustavo Louro, que em Renault Clio S1600 (ex-PM Chaves e Vitor Sá) venceu a primeira super especial, facilitava a tarefa de Carlos Costa (Citroen Saxo S1600) em conquistar o triunfo, só que desde o inicio que o piloto sentiu muitas dificuldades na escolha de pneus e um problema como desembaciador do vidro motivou a queda na classificação. O grande beneficiado foi Sérgio Silva que chegou a rodar no terceiro lugar da geral, após uma luta intensa com Marco Veredas (Citroen Saxo Cup), conseguiu o triunfo no escalão, bem como a vitória no Grupo A.Pedro Vale em Citroen Saxo Cup completou o pódio.
Entre os concorrentes que ocuparam as primeiras posições, Nuno Rocha em Subaru Impreza foi oitavo na frente dos representantes madeirenses Pedro Silva/Luis Neves em Citroën Saxo, e de Hermano Couto num Carisma GT. Estes dois últimos representantes das cores do C.D.Nacional.
As desistências de Fernando Amaral e de Fernando Soares ambos em Renault Clio 2.0 RS facilitaram a vitória de Olavo Esteves, também em Renault Clio 2.0 RS, na Taça Região Autónoma dos Açores, mais conhecida por Fórmula 2.De salientar que a segunda posição foi para o estreante Ricardo M. Moura em VW Golf GTI.
Texto: Autosport modificado

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As polémicas dos Mitsubishi Lancer transformados

Antes do Vodafone Rali de Portugal corria um boato de que os comissários da FIA iriam estar no Rali de Portugal muito atentos aos Mitsubishi Lancer Evo que foram transformados para versões posteriores.
Pois bem, o boato era uma realidade e nas verificações técnicas os referidos comissários estiveram bem activos. A principal vítima foi Ricardo Teodósio, cujo Mitsubishi Lancer Evo IX deriva de um Lancer Evo. VII que o algarvio adquiriu a Abel Spínola em 2005.
A transformação foi feita pela Gatmo em 2006 e este carro possui passaporte técnico de um Mitsubishi Lancer Evo IX. À partida tudo parece legal, salvo alguns pequenos pormenores que o impediram de disputar a prova portuguesa do mundial. Teodósio alinhou, mas sabia que se terminasse habilitava-se a uma desclassificação e uma multa.
No caso do carro do piloto algarvio, faltavam alguns pequenos pormenores, pouco significativos, como seja uma chapa junto ao radiador do ar condicionado ou ainda uma peça em forma côncava no compartimento do motor, tudo coisas que Teodósio garante "não terem nenhuma influência no rendimento do carro mas que derivam do Lancer Evo VII que serviu de base a este IX."
Convém referir que este carro de Ricardo Teodósio alinhou no Rali da Finlândia de 2006 não tendo sido colocado nenhum problema nas verificações. Pelo atrás escrito, faltava saber qual o problema do seu carro, só que o piloto não sabe... "Eu não sei qual o problema do meu carro, aliás já coloquei a questão à FIA para que me esclareçam e me digam o que fazer, mas ainda estou a aguardar resposta. Para já estou a alterar os pormenores que foram apontados como não estando conforme, mas mesmo assim não sei se me vão deixar correr."
Este impedimento de correr vem da parte da FPAK, entidade que ao longo dos ultimos anos não colocou nenhum entrave às transformações do Lancer Evo, posição que teve devido ao facto que não saber bem o que fazer e da FIA nunca ter esclarecido o orgão federativo nacional. Mas agora tudo muda depois de, segundo a revista "AutoHoje", a FIA ter dado uma aula prática aos verificadores nacionais com a desmontagem do carro de Rui Madeira no final da prova.
Em entrevista à mesma publicação semanal, o Eng Gabriel Paula da FPAK referiu que "Das duas uma, ou os pilotos apresentam os seus carros legais ou são chumbados e impedidos de alinhar. Se os pilotos que estão mal quiserem saber antecipadamente o que devem fazer para colocar os carros legais, poderão entrar em contacto com a FPAK que nós explicamos tudo".
Aparentemente há quem tenha muito trabalho pela frente, pois há diversos carros que foram evoluídos e possuem passaporte técnico, mas que mesmo assim não poderão eventualmente correr. Pode-se afirmar que está criada uma verdadeira "salganhada" mas que a FPAK tem solução para o problema.
Texto: José António Marques (Sportmotores)

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Diário de prova do Rali de Portugal

O Rali de Portugal de 2007, por toda a envolvência e importância é a prova mais importante a que terei a honra de assistir, nos meus mais de 20 anos de acompanhamento da modalidade. A prova tinha entre os seus inscritos os melhores do mundo, e quem sabe se existirá outra oportunidade para assistir a um evento deste nível, pelo menos brevemente.
Os dias que antecederam o Rali de Portugal serviam para programar o “grande evento”. Primeiro foram os testes da Mitsubishi, da Skoda, Ostberg e Guy Wilks que serviram de “aperitivo”. Depois, a ânsia de programar um Rali de Portugal me fez desdobrar em contactos com alguns amigos, tentando planear o melhor possível. Mas todos os planos têm falhas, e como tal a programação foi alterada muitas vezes. Mas… começando pelo shakedown.
Manhã bem cedinho, amigo Márcio Charata passou com o 9TL (uma das “figuras” da prova) para seguir em direcção a Vale Judeu. Pelo caminho apanhamos o Valter e Pedro Correia, pois a carripana também servia de “minibus”. Chegados ao local o muito público, principalmente o espanhol, surpreendia pela moldura e apoio dado aos concorrentes após cada passagem. A malta do Fórum Ralis a Sul também “picava o ponto” e como tal não poderia faltar à chamada. Amigo Zé Correia e Márcio pregaram-me uma bela partida. Aproveitando a presença da reportagem da RTP, começaram com alto “escabaxe” a dizer que era madeirense e vinha da Madeira para a prova. De repente, ja tinha o microfone na frente, e só disse porcaria... coisas sem nexo. Provavelmente nem passou, mas foi uma bela partida para começar a prova.
A passagem dos primeiros WRC’s meteu a malta em alvoroço. Os andamentos eram impressionantes, e cada vez que aparecia uma viatura, era um autêntico espectáculo. Os aplausos apareceram, principalmente com as passagens de Armindo Araújo, Gigi Galli, Dani Sordo, e dos Ford oficiais. E foi Armindo quem mais deu que falar. Primeiro porque na segunda passagem efecutou um tête na Zona Espectáculo 2 e depois, devido ao malfadado acidente. A especulação não tardou a aparecer, e quando as piores notícias (com eventuais mortes) eram avançadas viveu-se um sentimento de tristeza e apreensão. Felizmente, quando a verdade veio ao cima, a “festa” continuou… Da caravana do JWRC o destaque ia para Josef Beres e Jaan Molder, que à falta de velocidade aliavam a espectacularidade. Mas “brutal” foi o estado em que ficou o Citroën C2 do Conrad Rautenbach… mais parecia uma C2 pick-up. Quanto aos portugueses, o primeiro contacto com os S2000 de José Pedro Fontes e Bruno Magalhães foi muito positivo. Mal podia esperar pelo “rali a sério”.
Para a parte da tarde estava programada a primeira especial – a Super Especial do Estádio do Algarve. Um traçado bonito, bem conseguido, e muito perto do público era do agrado de todos… apesar de ser em asfalto. Já com o “camarada” Raposo, acabadinho de chegar de Lisboa, a SE teve como primeiro chamariz a participação de veículos clássicos tripulados por alguns pilotos de outros tempos. E foi verdadeiramente espectacular, o Audi Quattro S1, Lancia Delta S4, o Peugeot 205 T16, o Ford RS 200 eram todos do meu imaginário, e tripulados por pilotos como Markku Alen, Bjorn Waldegaard e Ari Vatanen, ainda melhor. Apesar da contenção dos pilotos, pois as viaturas tinham valor elevado, e quase insubstituível, foi Vatanen quem mais cativou o público tanto com o Escort RS 1800, como com o 205 T16. Enfim, estava “nas minhas sete quintas”.
O Rali começou com uma dupla de pilotos interessantes – Eyvind Bryneldsen e o madeirense Bernardo Sousa. Apesar de torçer pelo meu conterrâneo, e saber que fez um grande resultado, reconheço que o norueguês foi superior. De seguida mais uma disputa interessante – Vitor Sá, representando a Madeira e Horácio Franco, pelos Açores. E logo eu e Raposão na bancada… Vitor Sá andou melhor, apesar de usar toda a pista, o mesmo será dizer deixar o para-choques do Impreza para trás. A última curva foi-lhe fatal. Um pequeno exagero o fez bater no muro, e perdeu para Franco. Resultado Açores 1 Madeira 0.
Finalmente, e graças à transmissão televisiva os WRC apareceram um pouco antes do previsto. Para começar um MacHale-Armindo Araújo. Tudo a puxar pelo português…e este perdeu. Pessoalmente acho que Armindo devia ter agradecido os aplausos em vez de ficar no carro ignorando o público. Ficou mal.
Um dos momentos mais altos deu-se quando Galli entrou no estádio, acenando ao público. Se as suas passagens já eram exuberantes, o espectáculo que se seguiu foi estrondoso. Andar em cima do carro com a camisola da selecção portuguesa – simplesmente inesquécivel. Depois as lutas Hirvonen-Sordo e Loeb-Gronholm foram emocionantes. Enfim, parecia um sonho.
A super especial correu bem.. até chegar o Troféu C2. Nessa altura já quase o estádio estava vazio, mas são pilotos os primeiros, como são os últimos …. E como quando participo também passo entre os últimos… acho por bem ficar até o final do show. A disputa entre Carlos Oliveira e Pedro Fins correu mal. Após o salto, Carlos Oliveira embateu no muro partindo uma transmissão e derramando óleo, e Pedro Fins também teve um despiste antes do salto, mas só deixou a viatura ao pé de Oliveira. E as coisas não corriam bem para a organização. Não conseguiam retirar os carros rapidamente, os reboques demoravam na remoção, e não arranjavam um balde de areia para limpar o oleo depositado na pista. O comissário “Carlinhos” é que ficou com as orelhas em chama...
Especial acabada, era tempo de partir para os troços. Primeiro passamos pelo Jumbo para comprar alguma coisa para comer, e gelo para o pessoal que tinha partido antes. Os planos ficaram furados quando o acesso à Malhada do Rico tinha sido cortado às 17:00, e não à meia-noite como tinha sido avançado inicialmente. Eu e o Márcio sozinhos, andavamos em permanente contacto com os “AutoCorreias”, e estes decidiram partir para a ZE 2 e 3, nomeadamente Alcaria do Cume. Como já era tarde, e não havia mapas, nem conhecia a região, esperamos pelo Zé Correia (que acompanhado pela Suzana) também decidiram partir nessa noite para a primeira especial.
Quase a chegar a Alcaria, amigo Zé decidiu experimentar um caminho alternativo para a Malhada do Rico. Nós o seguimos, não só para lá assistir à prova, mas também para posteriormente chamar os restantes elementos da comitiva. Zé tinha uma Nissan Navara 4x4, e as estradas não eram propriamente caminhos aceitáveis. O Renault 9 muito passou, e após nos apercebemos que andavamos perdidos, lá decidimos voltar para cima. Não sem antes voltar até Tavira… ou seja tivemos que subir novamente a estrada do Cachopo. Zé ainda atraveu-se a procurar outros caminhos (mais tarde vim a saber com sucesso), mas nós decidimos ficar pela Alcaria.
A chegar à zona das antenas, a GNR “barrou-nos a passagem” e ficamos na estrada. A atitude a tomar seria chamar os rapazes para que levassem o gelo, não fosse este derreter. Mas já separados, de que nos servia subir até ao “acampamento” se depois tinhamos que voltar para dormir no carro. A decisão foi encostar, comer algo e tentar dormir. Apesar do frio que se fazia sentir, dentro do carro até estava agradável, e o sono rapidamente se apoderou de nós… até às 3:00, quando com a sua “simpatia habitual” um guarda da GNR, (também conhecidos como FDP ambulantes), bateu com o cacetete na viatura para que “retirassemos, que estava em cima da linha branca”. Repito, grande FDP… Como se isso servisse de algo, outro iria ocupar o lugar, mas aquele cabrxxx fez-nos sair de lá. Levamos o carro para baixo, e cada vez mais longe do troço. Depois já tive alguma dificuldade em dormir. A constante passagem de pessoas, de policia, o frio, e o desconforto de dormir do banco, fez-me pensar se valeria realmente a pena dormir nos troços.
Manhã cedo, a “romaria” delocava-se para o troço. A local escolhido foi o topo da Alcaria, com visibilidade para grande parte da súbida, até à entrada no asfalto. Estava muito público, mas confesso, esperava mais.
Depois de uma noite muito fria e ventosa, o dia rapidamente tornou-se solarengo e muito quente. As passagens dos primeiros WRC’s foram brutais. Jari-Matti Latvala é que na zona do gancho, deixou o carro ir abaixo, e devido a problemas com o selector de mudanças perdeu uns 45 segundos. Depois dos WRC, os JWRC e restantes nacionais deixavam um pouco a desejar, embora existiam sempre alguns andamentos muito interessantes. Eu estava a tirar alguns tempos com o meu relógio-cronómetro e no final quase todos bateram certo.
Aproximadamente a meio do rali, assistiu-se a um alvoroço, ao pé das roloutes. Uma pessoa sentiu-se mal, e desmaiou. Ao pedir auxílio a um GNR – bigode farto e grande barrigaça, a resposta foi “Não posso fazer nada” (e ainda querem que goste destes “elementos da autoridade”). Obviamente, não foi uma resposta satisfatória, que mereceu contestação. Mas da parte do comissário responsável, também, nada foi feito. Um marshall que por lá andava, é que procurou entre o público algum elemento que pudesse ajudar. Três médicos apareceram, colocaram o individuo numa zona resguardada, e já reanimado esperava pacientemente por uma ambulância. Enquanto isto, sr.guarda permanecia de braços cruzados vendo o rali. Por tempo via a coisa preta para meu amigo “Estrelinha”. Exaltado barafustava quanto mais podia com o guarda, e numa troca de palavras, quando insinuou que se fosse para multar o “homem trabalhava”, a resposta foi peremptória – “Pode crer que sim!!!!!”. Os elementos da organização e o GNR já tinham todo o público contra eles, mas quando as viaturas do INEM apareceram é que as coisas ficaram negras. As duas ambulâncias que passavam quando o troço estava encerrado, entraram na escapatória do gancho, ou seja a 500 metros do local onde estava o “infeliz”, que teve o azar de se sentir mal. Em vez de sinalizar que era necessária a sua intervenção em cima, o GNR continuava quieto, de braços cruzados. E como me lembro… Estrelinha correu pela estrada abaixo mais depressa que alguns dos carros de ralis passaram para chamar os homens do INEM. A ambulância veio mais tarde, e pelo outro lado da estrada, mas “Estrelinha foi o homem do dia” – devia pensar correr os 500 metros a pique.
Entre as duas especiais ainda estivemos com a malta da AutoCorreia, que estava bem ressacada… depois de uma noite bem… bebida.
Quanto à segunda passagem…. Foi igual à primeira. Nada a acrescentar. Apenas a companhia do Estrelinha, Licinio e do Quim. Acabado o primeiro dia, decidimos descer para “a cidade”. Mas primeiro uma passagem pelo Parque de Assistência. Não para ver as viaturas, que a maioria já estava em Parque Fechado, mas para assistir a toda a envolvência. Exposições, feiras, assistências, marketing. Como um dia não são dias, lá comprei um gorro do WRC e uma miniatura do Sandro Munari.
Decidimos então descansar em casa, pois não há nada como a nossa casinha, e partindo a horas certas, assistiamos ao rali da mesma forma.
4:00 a pé, para 4:30 partir e desta feita mais dois membros. Raposão e Hélio Diogo integraram a comitiva da 9TL… grande máquina. O destino, a segunda especial do dia – Ourique. A razão escolhida, um conselho do Zé Teixeira no dia anterior. Mas quando chegamos ao IC1 não demos com o local apontando. Depois de questionar um elemento da autoridade sobre localizações sobre o rali decidimos deslocar para a ZE com acesso por São Marcos da Serra. E fomos dar ao mesmo local que assisti nos últimos dois anos. Chegamos cedo, e após analisar terreno, ou seja, andar às voltas à procura de um local interessante, decidimos ficar num dos topos da ZE. Era possível ver a viatura a aproximar, e depois a descida. A localização era interessante, mas o frio e a chuva estragaram um pouco os planos. Parecia que o dia estava estragado. Felizmente, após algum tempo, lá parou de chover. Nessa altura, os marshalls já não deixavam ninguém passar para o nosso lado. Umas “alminhas bem regadas” lá começaram a barafustar, e com alguns “piropos” à mistura. Acalmavam-se cada vez que aparecia um guarda. Passaram toda a primeira passagem a barafustar, mas ver rali, que era bom…. népias.
Da primeira para a segunda passagem, a “barriga deu horas” e foi o Hélio que nos salvou, pois “vinha bem abastecido de mantimentos”. Aparentemente, esquecemos de um saco de comida no supermercado.
Para a segunda passagem decidimos mudar de lugar. Desta feita, ficamos sentados no morro, de frente para a descida inclinada. Apesar de ser menor o tempo de passagem dos concorrentes, também era um lugar muito interessante. No meio de nortenhos, pareciamos "uns anjinhos"… eram de Guimarães, Amarante, Braga… enfim. O sol já batia, e havia quem quase dormisse. Amigo Raposo é que não deve ter achado piada à partida, de o deixarmos sozinho no morro.
Depois da especial e à semelhança do dia anterior, ainda demos uma voltinha pelo Parque de Assistência.
Ultimo dia de prova. Novamente às 4:30, Márcio passa por minha casa, apanhamos o Raposo, e seguimos para o IC1. Encontramos o Zé Correia (e Suzana) na BP e juntos partimos em direcção à ZE próxima do Malhão. Já lá estava muito público.
Ficamos num topo, com visibilidade para as viaturas que vinham do Estradão, e seguiam para a sequência de curvas em direcção ao Malhão. Sabiamos que só podiamos ver uma passagem, pois de seguida tinhamos que descer rapidamente para o Estádio, para não perder a última Super Especial.
E assim foi. Chegado ao Estádio, apanhei uma dor de cabeça. A organização decidiu fazer uma corrida de motos, no circuito. O barulho ensurtecedor já dava cabo dos tímpanos. Estava farto daquele show rídiculo. Ao mesmo tempo, a notícia na rádio do abandono de Armindo na penúltima especial, até parecia uma partida. Apesar de no Estádio ser falado baixinho sobre o abandono, alguns se questionavam sobre a veracidade, uma vez que era 1 de Abril.
A super especial começou, e Armindo não pareceu. A organização nada disse, nem os “speakers” de serviço. Apenas que Rui Madeira havia sido o melhor português. Quando ao espectáculo, foi mais fraco que no início. As viaturas estavam “cansadas” e visivalmente gastas. Pareciam pedir reforma. Novamente Galli pos o estádio em pé. Destaque para a cerimónia de entrega das taças (ainda com Gronholm e Hirvonen no pódio). Foi interessante, mas o espectáculo é que contava. Grandes aplausos para Bruno Magalhães, Aigar Pars (que ainda destruiu a frente do Swift S1600), Josef Beres, Eyvind Bryneldsen com um show de drift, e um salto espantoso, e para o Christopher Shean que festejou o finalizar a prova, como se de uma vitória se tratasse.
O Rali acabou, dúvido que para o ano haja, mas este foi muito interessante… não diria memorável, mas muito agradável.

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quinta-feira, abril 12

Novidades no Mundo dos Ralis

De uma maneira geral os últimos dias têm sido fertéis em notícias a nível internacional. Como não me vou expandir em comentário, escolhi um compacto das mais significativas:
- A Citroën Total WRT confirmou a presença no WRC até 2009. A marca francesa que era fiel à Michelin/BF Goodrich afasta o cenário de abandono, especulado devido ao fornecimento da Pirelli para as próximas temporadas.
- A Subaru apontou Chris Atkinson como piloto oficial para 2007. O piloto australiano desta feita não dividirá as "despesas da casa" com mais ninguém. Uma das razões para tal facto, consiste no vínculo recenete de Stephane Sarrazin à Peugeot. O piloto francês (antigo terceiro piloto da Subaru) irá disputar provas em circuito com o modelo 908 HDi, e participará em alguns ralis com o Peugeot 207 S2000.
- Toni Gardemeister irá participar no Rally Mille Miglia com um Nissan 350Z GT Rally. O ralis disputa-se nos dias 19,20 e 21 de Abril e marca o início da temporada do Campeonato Europeu. A convite do preparador, a Astra, Gardemeister apadrinhará esta nova viatura.
- A organização do Rally de Manx confirmou a inscrição na prova de Colin McRae, com um Ford Escort MK II. A participação é vista como uma forma de campanha para a consciecialização para a doação de orgão, da qual o escocês é defensor.
- O nome de Gilles Panizzi é o mais falado para tripular o novo Suzuki SX4 WRC, em estreia absoluta no Rali da Córsega. A especulação é tanto maior, tendo em conta que o director técnico da equipa é Michele Nandam, amigo pessoal dos tempos da Peugeot. A presença de Panizzi seria um contributo valorizado, uma vez que este é especialista de asfalto.
- François Delecour anunciou o regresso aos ralis, para disputar o Campeonato Francês de Asfalto. O vice-campeão mundial de 1993 tripulará um Porsche 911 GT3, da categoria GT-N.
- Na última reunião do Conselho Mundial, a FIA admitiu a presença de GT's nas provas do Campeonato Europeu de Ralis e nos distintos campeonatos nacionais. Viaturas como os Porsche 911, Nissan Z, Aston Martin, Lamborghini's ou Ferrari's poderão ser presenças habituais nas provas europeias.

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Kankkunen bate record de velocidade sobre gelo

Apesar de estar afastado da competição a nível oficial, Juha Kankkunen continua batendo recordes. No passado dia 1 de Março, o tetracampeão mundial de ralis bateu o recorde mundial de velocidade sobre o gelo ao volante de um Bentley Continental GT. A corrida decorreu numa zona congelada oceânica 50 quilómetros a norte da cidade finlandesa de Oulu.
Kankkunen conduziu o Bentley numa recta com 12 quilómetros, com 30ºC negativos, atingindo uma média de velocidade na ordem dos 312,65Km/h, chegando ao máximo de 331 Km/h. Apesar do carro ser praticamente de série, foram feitas alguns ajustes aerodinâmicos, instalação de barras de segurança, rodas concebidas pela Nokian para a neves e gasolina especial Carless.
Video Youtube

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Vinho da Madeira promete

Apesar de se realizar apenas no início do mês de Agosto, o Rali Vinho Madeira promete vir a ter um excelente lote de pilotos e equipas participantes.
Contando já com os principais concorrentes nacionais, nomedamente Bruno Magalhães, Vitor Sá e José Pedro Fontes, com os seus S2000, serão muitos os carros desta categoria que irão estar presentes no Rali Vinho Madeira.
Vencedora em 2006, a Fiat vai defender a vitória no Vinho Madeira, inscrevendo dois Punto S2000, para Navarra, Scandola ou Anton Alen.
A Peugeot, através da sua filial espanhola, irá ter nesta prova dois 207 S2000 para Enrique Garcia Ojeda e Nicolas Vouilloz.
Da Turquia virá também Volkan Isik (já correu em Portugal ao volante de um Toyota Corolla WRC no início da década), piloto que tripula mais um Punto S2000, com as cores da filial turca, que irá disputar o Europeu de Ralis.
Também de Punto S2000, mas privado, virá ao Vinho Madeira (pela terceira vez) o polaco Michael Slowow, que este ano realizará a totalidade do Europeu de Ralis. Em carro idêntico, e também como uma estrutura privada, o belga Pieter Tsjoen também já anunciou a sua presença na Madeira.
O italiano Luca Betti vai também estar presente nas provas do IRC, pelo que a Madeira irá fazer parte do calendário de provas deste italiano, que tripulou no Rali Safari um Subaru Impreza WRX N12.
No campo dos prováveis, está a Peugeot Bélgica, com Bernd Casier, que irá estar presente em cinco provas do IRC com o 207 S2000, podendo uma delas ser a Madeira.
Gustavo Louro, tem também agendado uma prova fora dos Açores em asfalto, ao volante do Renault Clio S1600, que poderá ser o Vinho Madeira.
Dos lados da equipa RED, que corre com os Toyota Corolla S2000, também existem intenções de disputar algumas provas do IRC, mas não está confirmada a presença no Vinho Madeira.
Texto: Paulo Homem de RalisOnline

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terça-feira, abril 10

Os pilotos espectáculo no Rali de Portugal

Os ralis são provas realizadas contra o cronómetro onde, cada vez mais, os décimos ou centésimos de segundo são importantes para a conquista de uma especial de classificação, ou mesmo de uma prova. Se existem os concorrentes que aproveitam todo o potencial das suas viaturas para ganhar tempo, outros há que optam pela exuberância e espectáculo, sendo que estes graças a todo o aparato das suas passagens conquistam os espectadores, e criam seguidores por todo o mundo.
No Rali de Portugal existiram alguns casos de concorrentes que surpreenderam, outros que confirmaram as expectativas e outros ainda que graças à exuberância das suas conquistas ficarão na história do Rali.
O sempre exuberante Gigi Galli não decepcionou os milhares de adeptos na estrada. As passagens no limite, as curvas “a varrer” e os saltos espectaculares são parte do rali. Mas conquistou todo um público com a sua aparição após as duas super especiais em cima da viatura, com a camisola da seleção nacional . Se na especial de abertura surpreendeu por andar em cima do capot com o carro em movimento, na segunda, e com a viatura muito mal tratada, andou com a bandeira portuguesa no tejadilho. Certamente foi o concorrente que mais cativou o público.
As passagens exuberantes no shakedown, aliado aos longos saltos na Super Especial criou expectativa na prestação de Josef Beres no Rali. O piloto eslovaco, a bordo de um Renault Clio S1600 concorrente do JWRC, não defraudou o público presente na estrada. Notoriamente mais lento que os “homens da Suzuki”, Josef Beres não perdia uma oportunidade para atirar o pequeno Clio à entrada das curvas, sendo dos pilotos mais espectaculares na estrada.
Depois das boas exibições na Noruega e Suécia, a passagem do piloto Eyvind Brynildsen era vista com algum cepticismo. Entrou em grande, batendo o madeirense Bernardo Sousa na SE (este que foi o segundo português, ex-aequo com Bruno Magalhães nesta especial), mas na primeira etapa logo ficou pelo caminho. Já com um atraso considerável na segunda e terceira etapa, notou-se a existência de um andamento interessante, mas foi no Estádio do Algarve que deu show. Um autêntico recital de drifting, com um salto estrondoso que, na queda, destruiu a parte frontal do Lancer EVO IX. Fez lembrar os profissionais nipónicos do drifting e conseguiu por todo o estádio de pé a aplaudir.
Depois de uma prova brilhante, exceptuando o abandono no final da primeira etapa, que culminou na obtenção do resultado de melhor português, a dupla Bruno Magalhães/Paulo Grave comemorou o final com passagens exuberantes na última especial do rali. Aproveitando o rali menos positivo de Armindo, Bruno Magalhães foi a figura portuguesa do rali.
Outros tantos brindaram o público com grandes passagens, principalmente na SE do Estádio do Algarve, como são o caso de Ricardo Teodósio e Vitor Sá, e na estrada, sem incluir os pilotos do mundial, casos de Patrik Flodin, José Pedro Fontes, Bernardo Sousa, Shaun Gallagher, entre outros.
Finalmente um palavra à comemoração efusiva de Christopher Shean no final da última SE. Com o pequeno Citroën Saxo de produção, não só finalizou a prova, como o conseguiu fazer em todas as etapas. Normalmente não se dá a devida atenção aos concorrentes do fundo do pelotão, mas esta demonstração de competitivade e perseverança deu os seus frutos.

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segunda-feira, abril 9

Shakedown do Rali de Portugal

O primeiro grande contacto entre os concorrentes e o público existe aquando da realização do Shakedown. À semelhança das duas últimas edições do Rali de Portugal, o troço de Vale Judeu em Loulé foi o escolhido, e conforme esperado foi uma verdadeira romaria de espectadores. Entre portugueses e espanhóis, muitos juntaram-se nas zonas espectáculo, mas muitos outros espalharam-se à volta do troço, o que levou a alguns reparos da FIA.
Para a grande maioria dos presentes era a primeira vez que acompanhavam uma prova do mundial, e a presença dos melhores era muito aplaudida após cada deslumbrante passagem. Com os primeiros quilómetros, aconteceram os primeiros percalços, digamos acidentes.
O mais grave de todos envolveu Armindo Araújo, que despistou-se numa zona rápida colhendo cinco elementos – quatro fotógrafos e um espectador. Só quem esteve no local é que se deparou com toda a especulação que antecedeu as primeiras informações credíveis. A presença de algumas ambulâncias em troço fez antever que algo de grave havia sucedido, mas sem nada de concreto foram avançadas várias hipóteses. Uma das quais veio de um marshall presente no terreno, que disse e cito “Já morreu um e outro está em estado grave”. Perante tal afirmação, de um indíviduo ligado à entidade organizativa, as afirmações que o shakedown tinha sido anulado, até à super especial que estava cancelada, ou mesmo o rali que estava acabado, correram num ápice. Afinal foram algumas mazelas e traumatismos, que sendo lamentável não tomou proporções catastróficas. Uma questão se coloca: o porquê de tanto alarmismo, negativismo e especulação barata. Já o ditado dizia “Quem conta um conto, acrescenta um ponto”.
Vitor Sá voltou a dar-se mal com os Shakedown’s por terras algarvias. Depois do acidente com o Renault Clio S1600 no Rali Casinos do Algarve, foi vítima de uma saída de estrada, numa das primeiras curvas do traçado, com o Subaru Impreza alugado à ARC Sport. Felizmente a viatura estava recuperável e pronta para “mais uma dose de porrada” na super especial.
Outro dos protagonistas foi o piloto do Zimbabwe, Conrad Rautenbach, que deu novas formas ao Citroën C2 S1600. A equipa é que teve de dar muita martelada para recuparar a viatura a tempo do início da prova.
Quanto à vertente desportiva, os mais rápidos foram os Subaru oficiais, com Petter Solberg a averbar o melhor tempo – 3:06.0, batendo Chris Atkinson por 0.6 segundos. Hirvonen foi terceiro com 3:06.7, seguido de Loeb com 3:07.2, Gronholm com 3:07.7 e Sordo com 3:08.2. Entre os portugueses, Armindo Araújo fez na primeira passagem (única sem problemas) 3:27.8, enquanto que José Pedro Fontes com o Punto regista 3:29.1, Ricardo Teodósio 3:29.6, Fernando Peres 3:31.7 e Bruno Magalhães 3:33.2.

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Guimarães em Maré de Azar

Depois de dado umas voltas extra na super especial, Carlos Guimarães ficou apeado após a quarta especial com o turbo do seu Mitsubishi partido. No parque de assistência preparou o carro para poder alinhar na segunda etapa, ao abrigo do Super Rali, preparação essa feita "a correr" já que o piloto trocou as horas a que podia colocar o carro em parque fechado, encurtando de forma significativa esse tempo, uma vez que dispunha de muito mais para o fazer. Sem saber a hora correcta que tinha para arrancar, telefonou ao responsável pelas relações com os concorrentes que lhe informou incorrectamente a hora de saída. Mas como é dever da equipa, esse horário deveria ter sido confirmado nas listas publicadas oficialmente, o que não aconteceu, e quando se apresentaram na partida para a segunda etapa, já todos os concorrentes tinham saído e voltaram a ficar apeados.
Mesmo assim o piloto de Santo Tirso ingressou na prova para a última etapa!
Texto e foto: Sportmotores

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quinta-feira, abril 5

Per-Gunnar Andersson venceu JWRC

O piloto sueco Per-Gunnar Andersson em Suzuki Swift S1600 venceu a prova entre os concorrentes à categoria Júnior. Uma vitória que suscita alguma estranheza, tendo em conta o domínio exercido pelo seu colega de equipa, o estónio Urma Aaava durante as duas primeiras etapas da prova. Efectivamente, Aava que já tnha disputado o Rali de Portugal em 2006 partia em vantagem, e com naturalidade assumiu o comando à passagem pela primeiras especial de Sábado. Apesar da diferença de andamentos entre os dois homens da Suzuki não ser muita, a verdade é que à entrada para o última dia, Aava dispunha de uma vantagem superior a 40 segundos, que seria suficiente para festejar a vitória na categoria. Mas na segunda passagem de Loulé/Almodôvar, Aava furou e viu a sua vantagem esfumar-se para apenas 4,7 segundos. Na última especial em estrada Andersson ultrapassa Aava e pela primeira vez assume a liderança, ficando a contenda com resolução marcada para o Estádio do Algarve. Durante a especial não existiu grande luta, Andersson venceu Aava na luta directa e alcançou assim a segunda vitória no JWRC do ano – a primeira foi na Noruega. Houve especulação sobre a existência de ordens de equipa, mas não foi assumida por ninguém.
Na terceira posição, o espectacular piloto eslovaco Josef Beres, que brindou com passagens exuberantes os espectadores portugueses. A tarefa de Beres ficou facilitada após os abandonos por despiste de Martin Prokop e Michal Kosciusko, e também do atraso de Conrad Rautenbach. Uma notinha ainda para passagem pela liderança do italiano Andrea Cortinovis, navegado pelo conhecido Flavio Zanella, que foi o mais rápido na especial de abertura do rali.
Grandes desilusões foram as prestações dos Renault Clio R3, de Patrik Sandell e de Kalle Pinomaki, que nunca chegaram a mostrar créditos neste tipo de piso.
Inseridos também no pelotão do JWRC alguns concorrentes com Citroën C2 R2 que mostraram serviço. De entre os concorrentes o nome a reter é o de Shaun Gallagher, que representando as cores irlandesas, domostrou um ritmo elevado e muita competitividade. Terminou na sétima posição entre os 17 finalistas do JWRC.
Se as condições se mantiverem a Suzuki irá navegar tranquilamente rumo à vitória final.

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Nacional em crise

O Nacional de Ralis pode vir a atravessar, já no Rali do FC Porto, uma crise de inscritos, tendo em conta os projectos aque podem já ter chegado ao fim.
Depois do fim da My Road, Vitor Sá ainda conseguiu disputar o Rali de Portugal, recorrendo ao alugar de um Subaru Impreza WRX da ARC Sport. Apesar de ter gostado do trabalho da equipa, Vitor Sá está neste momento a equacionar a presença no que resta do Campeonato Nacional, podendo mesmo vir a abandonar.
Na MCoutinho o momento também é de reflexão, mesmo se Mex continue a afirmar que parado não vai ficar. A solução encontrada pela equipa para os dois primeiros ralis, recorrendo ao aluguer de uma viatura e da respectiva assistência, a uma estrutura especializada para o efeito, revelou-se mal sucedida. Segundo Manuel Coutinho, Administrador do Grupo, "a enorme tradição e sucesso do Grupo MCoutinho na competição automóvel, leva a equacionar de novo todo o projecto para 2007". Este responsável do grupo aproveitou também para recordar que "no início do campeonato a MCoutinho Mobil 1 tinha garantido apenas a participação nas duas primeiras provas. A equipa pondera agora sobre o seu futuro, equacionando as alternativas que estejam de acordo com o espírito competitivo e a ambição do Grupo MCoutinho e também o enorme talento e garra de Mex Machado dos Santos".
Também Carlos Guimarães pode arrumar o seu Mitusbishi Lancer, até porque a época já vai bem cara e o Rali de Portugal não correu como esperado, embora se espere uma decisão do piloto de Santo Tirso para breve.
Para quem tem os Mitusbishi Lancer transformados de versões anteriores para outras superiores, poderá não voltar a correr no Nacional, a não ser que coloque o Lancer na versão original. No Rali de Portugal a FIA foi implacável neste tipo de aspectos.
Luís Cardoso teve um despiste no Rali de Portugal que deixou o seu Lancer Evo VIII muito maltratado, sendo quase certo que o carro terá que levar uma nova carroçaria. O pior estava para vir com a suspensão decreta pela FIA de todas as provas internacionais até Dezembro de 2008, por irregularidades com o certificado de homologação do rollbar, alegando a FIA que houve intenção do piloto na emenda do referido certificado. A FIA surgere ainda que a FPAK siga o mesmo procedimento, o que inviabilizará a participação do piloto no Nacional de Ralis.
Texto:Paulo Homem em RalisOnline
Foto: Sportmotores

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Bruno Magalhães fez um rali à parte

Bruno Magalhães e Paulo Grave fizeram um rali à parte e, tal como Armindo Araújo em anos anteriores, demonstraram estar preparados para mais altos voos. Foram sempre os mais rápidos no terreno enquanto andaram e só o azar de uma caixa de velocidades partida lhes roubou uma mais do que merecida vitória no Grupo N.
Mesmo assim, conseguiram ser os melhores portugueses à geral, apenas batidos por Patrick Flodin na Produção. Foram igualmente quem mais capitalizou para o Nacional, com 20 pontos, o que fez com que a cedência da caixa na penúltima especial da primeira etapa e consequentes zero pontos não o tivessem penalizado muito. Poderia ter alcançado o máximo de 23, porque cada etapa atribuía uma pontuação completa para o Nacional, sendo aproveitadas as duas melhores e 25 por cento da restante, arredondando-se sempre para cima em caso de não dar número inteiro.
Bruno foi brilhante e fez talvez o melhor rali da carreira, não adiantando de nada, para já, dizer que os S2000 são superiores aos Grupo N. Mais uma vez, os carros deste último tipo não foram muito bem guiados, excepção feita a Flodin, que, quando em condições normais, andava bastante perto do português. Aliás, o outro S2000 do Nacional, o de José Pedro Fontes e Fernando Prata, teve uma participação muito fraca, primeiro com azares e depois com erros do piloto, nunca fazendo sequer um troço limpo. Acabou por limitar um pouco o dano, porque chegou ao fim da primeira etapa (quase ninguém chegou) e beneficiou ainda da desclassificação de Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva, para ser segundo atrás de Vítor Pascoal e Joaquim Duarte e somar oito pontos.
Quanto a Madeira, foi pena a desclassificação, pela qual não tem qualquer culpa, visto que o turbo não regulamentar lhe foi assim entregue pela equipa que lhe alugou o carro e o almadense fez fé que estava regular. Andou bem e foi o melhor português no terreno, mas adoptando sempre um ritmo cauteloso, pelo que a comparação com o andamento Bruno não pode ser feita.
Pascoal, o outro concorrente do Nacional a fazer uma boa prova (além do fora de série Bruno e de Madeira), não pode competir com as mesmas armas, porque tem um orçamento muito mais limitado. Levava menos pneus e menos evoluídos do que os rivais e está a apostar na regularidade para fazer uma boa época, algo que está a conseguir plenamente. Somou 18 pontos e é o segundo classificado do Nacional, tendo mesmo passado pela liderança após a primeira etapa, na qual Bruno não pontuou e o amarantino venceu, mas o seu andamento também não pode ser comparado ao de Bruno, pelo que as conclusões sobre as reais diferenças entre os carros ainda não podem ser tiradas (aliás, em Itália, há carros de Grupo N a vencer no asfalto).
Depois, prova menos má fizeram Fernando Peres e José Pedro Silva, com uma desistência por despiste no primeiro dia e um terceiro e um quinto lugares nos dois restantes dias, com alguns bons tempos em troços.
A partir daqui, todos estiveram muito aquém do esperado. «Mex» e António Costa estavam a andar muito bem no primeiro dia, até que o mesmo problema que os afectou no Rali Torrié o atrasou. Ainda foi quinto, mas no dia seguinte o problema manifestou-se novamente e só então se descobriu que se tratava de um cilindro e o abandono foi inevitável.
Vítor Sá e Justino Reis apanharam um grande susto no primeiro dia, na mesma curva em que ficaram Luís Cardoso e Fernando Peres, mas conseguiram «sobreviver-lhe», terminando a primeira etapa na sexta posição, para a cedência de uma transmissão os pôr fora no dia seguinte.
Valter Gomes e Paulo Santos também tiveram uma prova para esquecer, com despistes e desistências na primeira e segunda etapas, para alcançarem um ponto na derradeira. Bernardo Sousa e Paulo Babo ainda deram um ar da sua graça enquanto andaram, mas problemas de motor ditaram a desistência no primeiro dia. Regressaram no seguinte, novamente com bom andamento, mas voltaram a desistir definitivamente no final da secção.
As duplas Ricardo Teodósio/Paulo Primaz e Horácio Franco/Tiago Azevedo não passaram do primeiro dia. Franco despistou-se e Teodósio teve problemas com a pressão do óleo do Lancer e tem agora um problema para resolver, porque, de acordo com os regulamentos FIA, um Evo7 não pode ser evoluído para Evo9.
A caixa pôs fim à prova de Pedro Meireles e Mário Castro, enquanto o turbo no primeiro dia e um atraso no segundo impediram Carlos Guimarães e Vasco Pereira de concluírem as etapas. A derradeira já não foi mal e terminou-a em sexto.
Texto: José Gonçalves e Miguel Roriz do jornal Motor

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quarta-feira, abril 4

Armindo atípico no Rali de Portugal

O passado fim-de-semana dificilmente será esquecido por Armindo Araújo. Foi, sem sombra de dúvida, uma das mais dificeis passagens do piloto de Santo Tirso pelos ralis. A presença no Rali de Portugal, prova pontuável para o mundial, a bordo de um Mitsubishi Lancer WRC era motivo de sobra para empolgar todos os adeptos portugueses sobre uma potencial exibição que permitisse mostrar além fronteiras todo o valor do melhor piloto português de ralis da actualidade.
Desde muito cedo, todo a pressão exercida em cima da dupla Armindo Araújo/Miguel Ramalho era pouco saudável, e apesar de desmentida por elementos da equipa foi visível durante a toda a prova. O primeiro contacto com a viatura deu-se dias antes, nos troços do Azinhal (Castro Marim) e Martinlongo. Dois dias intensos de testes foram o possível antes de uma prova que se avizinhava díficil, pois a comparação com os demais concorrentes era inevitável.
Tal como a Lei de Murphy, se alguma coisa errada podia acontecer, aconteceu. O primeiro contacto com o grande público foi no shakedown. A primeira passagem foi fraca, na segunda fez um tête, com perda de muito tempo, e na terceira as coisas pioram. À passagem de uma zona rápida, nomeadamente após uma lomba, Armindo perdeu o controlo da viatura e colheu cinco indivíduos – quatro fotógrafos e um espectador, que estavam numa zona interdita. As primeiras indicações davam a existência de feridos graves, e foi mesmo referida a existência de um óbito, mas felizmente não passou do típico negativismo, diria mais alarmismo, português. Antes da prova começar, já o azar “batia à porta” de Armindo, correndo em casa, tinha um acidente no shakedown frente ao seu público, e com “os abutres” da comunicação social à espera de uma tragédia para esmifrar um ocorrência negativa. Resta dizer que registou o pior tempo, no shakedown, entre as viaturas WRC.
Recomposta a situação, tudo poderia compor-se na Super Especial de abertura da prova. Com o Estádio do Algarve, maioritariamente português, e torcendo por um resultado positivo (alguns apontavam como possível uma vitória em especial), Armindo tem como adversário Gareth MacHale, que teoricamente seria o concorrente mais acessível. Mas o impensável aconteceu, perdeu a manga, e apesar de ter um estádio de pé ovacionando-o, preferiu ficar dentro do carro sem se dignar a agradecer o reconhecimento colectivo da sua mais valia. Efectivamente, a sua atitude valeu alguns reparos dos espectadores, pois conseguiu unir os adeptos portugueses em torno de um apoio a um concorrente, e mostrou uma atitude prepotente e arrogante a mais de 20.000 adeptos.
A primeira etapa vai para a estrada e, cedo é possivel perceber que a luta seria com Matthew Wilson, não sendo de todo uma referência, é piloto com experiência, e tripula uma viatura oficial (apesar de ser um Stobart). A primeira etapa corre sem grandes sobressaltos e acaba com 40 segundos de vantagem sobre Wilson. Sem ser um resultado brilhante era de todo aceitável, e dentro do esperado.
Na segunda etapa, o facto marcante foi um despiste no ínicio do troço de Almodovar. Na mesma zona onde ficaram Chris Atkinson e Manfred Stohl, Armindo Araújo sofre uma saída de estrada, mas a sorte protege-o, e como num jogo de consolas, parece que carregou no “start” e o carro voltou para a pista. Infelizmente, as câmaras registaram o momento, e o grito que antecedeu o acidente pecorreu o mundo. A voz efeminada que o proferiu serviu de pretexto para motivo de chacota entre nacionais e estrangeiros.
À entrada para a última etapa, detinha alguma vantagem sobre Matthew Wilson, mas o piloto da Stobart rapidamente anulou a distância temporal que os separava. A última especial em terra ficaria marcada por um duelo luso-britânico. Mas tal não aconteceu. Um furo ter provocou o despiste do Mitsubishi Lancer WRC do português, quando faltavam apenas dois quilómetros para o fim da especial. O anúncio do abandono de Armindo até pareceu uma peta de 1 de Abril, e só mesmo quando deram pela falta do bólide à partida para a Super Especial do Estádio do Algarve é que a maioria dos adeptos acreditaram em tal infortúnio.
O sistema Super Rally até poderia ser usado, e com ele ficava no 14º lugar, e melhor representante luso. A Mitsubishi Portuguesa optou por não o fazer, afirmando que toda a envolvência, e a rapidez com que deveria ser posto o carro no Parque Fechado, não valeria o esforço.
Infelizmente, devido a um fim-de-semana menos conseguido, o valor de Armindo Araújo foi questionado e passava de “bestial a besta”. O piloto que coleccionou vitórias em todas as competições que participou desiludiu pela primeira vez os adeptos dos ralis.
Este ano, ainda faltam seis provas do Campeonato Mundial de Produção e com certeza voltará a elevar o seu brio em todas elas.

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Chris Atkinson troca de navegador

Chris Atkinson irá ter um novo navegador, já na próxima prova do Mundial, o Rali da Argentina.
Isto depois da equipa Subaru ter emitido um comunicado onde informa que o também australiano Glenn Macneall abandonou a equipa e regressa à Austrália para se dedicar aos seus negócios.
Recorde-se que a ligação de Glenn Macneall com a Subaru WRT era anterior à de Chris Atkinson, pois o piloto navegou Toshi Arai em 2001. Segundo a equipa Subaru WRT, o nome do novo navegador do piloto australiano será divulgado brevemente.

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Penalizar, Desclassificar e Suspender

O Rali de Portugal ficou marcado pelos ínumeros casos de intervenção de elementos da organização e do Colégio de Comissários Desportivos. Desde o primeiro dia de verificações até ao fim do rali, foram vários os casos que foram suscitados, o que alterou a verdade desportiva da prova, e fez com que os resultados fosse ditados na secretaria e não na estrada.
Nas verificações técnicas que antecedem o rali foram averiguadas irregularidades em algumas viaturas, nomeadamente nos Mitsubishi Lancer EVO IX, sendo o caso mais mediático o de Ricardo Teodósio. Aparentemente, a viatura, um Lancer EVO IX que foi transformado a partir de um EVO VII, não tinha toda a estrutura em conformidade com a homologação da viatura base (IX). Alguns elementos afirmaram que caso o piloto não apresentasse justificação viável para o sucedido seria desclassificado – o que não foi necessário uma vez que abandonou com problemas mecânicos no início da primeira etapa.
O acidente de Armindo Araújo durante o Shakedown também levou à existência de um certo mal estar entre a entidade organizadora, elementos de comunicação social, e a FIA. Aparentemente a não existência de fitas sinalizadoras de Zona Interdita e a ausência de marshalls no local do acidente, defende o argumento de que não existia nada que impedisse a presença de elementos estranhos junto à berma da estrada. Como tal a FIA teve mão pesada e multou a organização em 50.000 euros.
Na primeira etapa, o piloto Toni Gardemeister em Mitsubishi Lancer WRC foi desclassificado, depois de ter perdido uma roda num acidente e, ter conduzido a viatura, em três rodas, de uma classificativa até à assistência. Numa atitude que parecia normal até ao ano passado, à luz da nova regulamentação, dá direito a desclassificação, e o finlandês foi o primeiro a sentir a intransigência da FIA.
Luís Cardoso também não guardará saudades do Rali de Portugal. Durante as verificações técnicas, Cardoso apresentou um rollbar sem certificado de homologação. Foi-lhe dado até às 19:30 da tarde de quinta-feira para que apresentasse o certificado, o que de facto aconteceu. No entanto, o delegado técnico da FIA ficou com dúvidas e requeriu o certificado orginal à DMSB na Alemanha, que só chegou na manhã de sexta-feira. Os dois desenhos dos certificados foram comparados, e foi apurado que o do piloto português apresentava alterações. Foi pedida a presença de Luís Cardoso no final da etapa para esclarecer as diferenças. Durante o rali, Luís Cardoso sofreu um acidente aparatoso, tendo como consquência uma passagem da navegadora Isabel Branco pelo hospital. Como ninguém apareceu, os comissários analisaram novamente os desenhos e concluiram que o piloto tinha emendado deliberadamente os desenhos do certificado de homologação, o que é um ofensa grave ao Código Desportivo Internacional. Então foi decidido suspender Luis Cardoso de todas as provas internacionais organizadas pela FIA até Dezembro de 2008. Dias depois a FPAK, sob recomendação, tomou medida semelhante.
No final da segunda etapa novo caso. A pesagem do Ford Focus WRC de Marcus Gronholm revelou que estava seis quilos abaixo do minimo permitido, o que sendo uma sanção grave dava direito a desclassificação. A equipa então argumentou que um acidente os fez perder parte da cobertura lateral da roda direita dianteira, e com ele o carro teria perdido peças que totalizavam o peso em falta. Esta tese era corroborada com fotos tiradas por Timo Rautiainen após o troço, que efectivamente demonstraram o ocorrido. Foi permitida então a passagem pela assistência com a reposição das peças, para após novas pesagem confirmar a tese defendida pela equipa oficial da Ford.
Mas não ficou por aqui, depois de finalizada a prova, e da cerimónia de entrega de prémios oficializada, heís que o Colégio de Comissários Deportivos volta a entrar em acção. Ao analisar os Ford Focus WRC oficiais de Gronholm e Hirvonen, que ocuparam na estrada o 2º e 3º lugares, verificam irregularidades na espessura dos óculos dos vidros traseiros. Aparentemente estes tinham menos 0.5 mm do que o regulamentar. Depois de verificados os restantes Focus WRC 06 (Latvala, Wilson, Henning e MacHale) foi possível constatar que todos eles tinham irregularidade semelhante. A todos os Focus WRC 06 foi atríbuida uma penalização de 5 minutos ao tempo final, o que alterou significamente a tabela classificativa. O argumento apresentado pelo CCD com o qual deu origem à penalização não aponta para alguma vantagem ou benefício do uso desses vidros, mas sim a constatação que existia um componente dos carros que não estava conforme o regulamento técnico.
Finalmente, e depois de uma prestação muito positiva, que culminou com a obtenção do lugar de melhor português, Rui Madeira viu-se desclassificado devido a uma irregularidade no turbo do Mitsubishi Lancer EVO IX. A viatura que era alugada à Vidal Racing não foi alterada pela equipa, e apesar de reconhecer que a irregularidade não alterava as prestações da viatura, o CCD optou pela exclusão do piloto de Almada. Vendo-se prejudicado por uma situação da qual nem tinha culpa nenhuma, o piloto decidiu apresentar a demissão dos cargos que exerce na FPAK, por se sentir injustiçado no referido caso.
Talvez seja altura de pensarem realmente nos ditos “farilhanços” que alguns concorrentes usam nas suas viaturas. Numa prova internacional, nada foi deixado ao acaso, e os casos sucederam-se todos os dias.
Enfim, trocas e baldrocas que nada dignificam os ralis.

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terça-feira, abril 3

Loeb venceu no regresso português

A dupla francesa Sebastien Loeb / Daniel Elena em Citroën C4 WRC foram os grandes dominadores do Rally de Portugal, chegando no Domingo à tarde ao Estádio do Algarve com a 31ª vitória no mundial de ralis. Apesar de nas primeiras especiais Marcus Gronholm ter feito melhores cronos e ocupado a liderança, Loeb não o deixou fugir, e desferiu um ataque na parte da tarde da primeira etapa, subindo à liderança na última especial por pouco mais de 3 segundos. Na segunda etapa, uma escolha acertada de pneus frente à concorrência, o fez vencer todos as PE’s criando um fosso, que praticamente hipotecava as hipóteses dos adversários.
Marcus Gronholm chegou a Portugal na liderança do campeonato, e depois das diferenças para a Citroën (nomeadamente Loeb) no México sabia que precisava de atacar forte e cedo… e assim o fez. Entrou na Super Especial do Estádio do Algarve com toda a rapidez e, em confronto directo com Loeb venceu, tornando-se no primeiro líder do rali. Na sexta-feira conseguiu imprimir um andamento muito forte nas especiais da manhã, consolidando a liderança, mas já nada pode fazer quanto a Loeb no restante rali. Na segunda etapa duas escolhas erradas de pneus o fizeram atrasar mais, mas a distância que mantinha para o terceiro classificado Mikko Hirvonen era suficiente para não colocar em risco o intermédio do pódio (mas tudo veio a alterar mais tarde).
Mikko Hirvonen, que havia disputado os troços em 2005 e vencido na Noruega, foi apontando como favorito por muitos, mas não conseguiu acompanhar o ritmo dos mais rápidos. Foi constantemente terceiro classificado, e no segundo dia esteve numa luta muito interessante com Petter Solberg. Do piloto noruguês, a bordo do novo Subaru Impreza WRC 2007, esperava-se que se intrometesse na luta pela liderança, depois da exibição das primeiras etapas no México. Infelizmente, Petter não conseguia adquirir o ritmo de prova, e foram os pequenos erros, como têtes ou saídas de estrada, que o levaram a ceder tempo. Positivo o facto de finalizar a prova, e demonstrar a espaços que o carro é competitivo.
Dani Sordo praticamente rodou sozinho toda a prova. Contando com um forte apoio da comitiva espanhola, o segundo piloto da Citroën ficou muito aquém do esperado. Repetidamente foi “batido” pelos pilotos da frente, e ainda teve que se preocupar com Jari-Matti Latvala no final do rali. Pelo meio, o percalço com as portas do C4 a abrirem a meio de um troço. Para um piloto que participou nas duas últimas edições do Rali – em 2005 com o Citroën C2 S1600 e em 2006 com o Xsara como carro 0, era de esperar mais.
A Stobart não podia estar mais satisfeita com as exibições de Jari-Matti Latvala. Começou o rali com um toque na Super Especial que o atirou para a posição de último WRC, e na primeira especial de sexta-feira perdeu mais de 45 segundos quando ficou parado num gancho, devido a problemas no selector electrónico de mudanças, mas a partir daí fez uma prova de recuperação. Por três vezes entrou no top 3 em classificativas, e recuperou até ao 6º lugar final, chegando mesmo a ameaçar Sordo. Foi uma das agradáveis supresas (ou confirmações) do rali.
A Kronos Citroën teve uma prova com altos e baixos. Daniel Carlsson (vencedor da edição de 2005) foi o melhor classificado da equipa, acabando na sétima posição e encetou lutas muito interessantes com Latvala, Stohl e Henning, sendo esta última a mais intensa. Já Manfred Stohl “deitou tudo a perder” quando um despiste o fez atrasar mais de três minutos e atirou-o para fora do dos pontos, fechando o top 10.
Gigi Galli esteve muito aquém do esperado. Antes da prova havia revelado que iria ao ataque na esperança de obter uma boa classificação. Mas quando chegou à estrada os resultados não apareceram. Uma vez mais foi apontado o dedo aos pneus Pirelli, que não estava preparados para o piso (e ainda FIA quer a Pirelli como fornecedor único), e não foram raras as situações de furo, a última das quais na penúltima especial que destruiu o guarda-lamas lateral traseiro do Xsara WRC. O resultado foi melhor que a exibição e a oitava posição só era possível devido aos problemas de Henning Solberg na última especial de terra. Mas como não podia deixar de ser, criou muitos adeptos nas suas aparições nas Super Especiais. Na primeira SE, depois de brindar o público com uma exibição de drifting, recebeu uma ovação de pé quando saiu do carro e se colocou no tejadilho com a camisola da selecção portuguesa. No final do rali, repetiu a façanha, mas ainda usou uma bandeira portuguesa na antena do Xsara durante a SE.
Henning Solberg não levará certamente boas recordações da prova portuguesa. Foi claramente batido pelos principais adversários durante a primeira etapa, e só deu um “arzinho da sua graça” nos troços enlameados na segunda etapa, altura em chegou a ocupar a sétima posição. Mas a penultima especial, o Focus WRC deixou de colaborar, perdeu mais de três minutos e caiu na classificação geral.
Uma das maiores surpresas da prova foi a exibição de Andreas Mikkelsen, que com 17 anos, deu um verdadeiro recital de condução com o Ford Focus WRC 04. Andou sempre muito rápido, e foi exuberante conquistando a simpatia do público, e acima de tudo assinalando bons registos. Já agora fica a curiosidade que nas ligações quem conduzia a viatura era o navegador.
Finalmente, Matthew Wilson finalizou uma prova sem usar o Super Rally. O piloto britânico da Stobart foi protagonista de uma das lutas mais interessantes do rali, que o opunha ao português Armindo Araújo. Uma primeira etapa muito pausada, com um ritmo “adormecedor” deixou-o a mais de 40 segundos do Mitsubishi Lancer WRC “tuga”. Foi gradualmente recuperando tempo, até entrar para a última especial de terra com uma desvantagem de 3,3 segundos. Atacou forte e nos intermédios parciais já havia recuperado a posição. O despiste de Armindo no final acabou com a luta, com vantagem para Wilson. A exibição deste piloto no Estádio do Algarve foi uma nulidade, no que fica a certeza que se Armindo tivesse continuado recuperava a posição perdida.
Gareth MacHale foi sucessivamente o piloto menos rápido dos WRC’s, e os seu momento alto foi quando derrotou Armindo Araújo na manga da primeira SE. Ainda serviu de referência, aos espectadores que controlavam os tempos, quando abriu os troços da primeira e segunda etapa, e pouco mais que isso.
Armindo Araújo teve uma prova pouco feliz. Todas as atenções viraram-se para o piloto português, que durante a prova. teve momentos muito interessantes, contrastando com momentos menos felizes. O abandono, devido a um despiste, a dois quilómetros do fim (da penultima especial), quando vinha a perder uma posição para Matthew Wilson provavelmente ficará na memória de todos.
A única baixa de vulto entre os oficiais, foi a de Chris Atkinson, em Subaru Impreza. O piloto australiano despistou-se no mesmo local de Manfred Stohl e Armindo Araújo, mas teve menos sorte, uma vez que a viatura ficou com muitos estragos, e numa localização inferior à estrada. Apesar da equipa tentar recuperar o carro para o dia seguinte, tal não foi feito em tempo útil, e o abandono foi inevitável. Na altura protagonizava uma luta interessante com Latvala, Stohl e Carlsson pela sexta posição.
Nota à excelente prestação de Jan Kopecky, que com o pequeno Fabia WRC que chegou a efectuar alguns cronos de destaque na segunda e terceira especial. Não fosse o abandono no ínicio da primeira etapa era um piloto a ter em conta para os pontos. Guy Wilks e Mads Ostberg protagonizaram algum espectáculo mas abandonaram, ambos por despiste.
No entanto, a surpresa das surpresas chegou no final da prova, após as verificação técnicas, o Colégio de Comissários Desportivos decidiu aplicar cinco minutos de penalização a todos os concorrentes com Ford Focus WRC 06, por irregularidades na espessura do óculo dos vidros laterais traseiros. Assim, ao tempo de Gronholm, Hirvonen, Latvala, Henning Solberg e Gareth MacHale foram somados cinco minutos e assistiram-se a mudanças na classificação final.
A vitória não escapou a Loeb, mas Solberg subiu à segunda posição, Daniel Sordo ao terceiro lugar. Marcus Gronholm e Mikko Hirvonen desceram para a quarta e quinta posições, Daniel Carlsson subiu a sexto e Gigi Galli a sétimo. Jari-Matti Latvala desce para a oitava posição, e Henning Solberg para décimo primeiro,permitindo que Manfred Stohl subisse a nono e que Andreas Mikkelsen fechasse o top ten.
Com estas mudanças de última hora, Sebastien Loeb assumiu a liderança do mundial de pilotos, com um ponto de vantagem sobre Marcus Gronholm e oito sobre Hirvonen. No mundial de marcas, a Citroën reduziu a diferença para a oito pontos a diferença em relação à Ford.

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