Os ralis são provas realizadas contra o cronómetro onde, cada vez mais, os décimos ou centésimos de segundo são importantes para a conquista de uma especial de classificação, ou mesmo de uma prova. Se existem os concorrentes que aproveitam todo o potencial das suas viaturas para ganhar tempo, outros há que optam pela exuberância e espectáculo, sendo que estes graças a todo o aparato das suas passagens conquistam os espectadores, e criam seguidores por todo o mundo.
No Rali de Portugal existiram alguns casos de concorrentes que surpreenderam, outros que confirmaram as expectativas e outros ainda que graças à exuberância das suas conquistas ficarão na história do Rali.
O sempre exuberante Gigi Galli não decepcionou os milhares de adeptos na estrada. As passagens no limite, as curvas “a varrer” e os saltos espectaculares são parte do rali. Mas conquistou todo um público com a sua aparição após as duas super especiais em cima da viatura, com a camisola da seleção nacional . Se na especial de abertura surpreendeu por andar em cima do capot com o carro em movimento, na segunda, e com a viatura muito mal tratada, andou com a bandeira portuguesa no tejadilho. Certamente foi o concorrente que mais cativou o público.
As passagens exuberantes no shakedown, aliado aos longos saltos na Super Especial criou expectativa na prestação de Josef Beres no Rali. O piloto eslovaco, a bordo de um Renault Clio S1600 concorrente do JWRC, não defraudou o público presente na estrada. Notoriamente mais lento que os “homens da Suzuki”, Josef Beres não perdia uma oportunidade para atirar o pequeno Clio à entrada das curvas, sendo dos pilotos mais espectaculares na estrada.
Depois das boas exibições na Noruega e Suécia, a passagem do piloto Eyvind Brynildsen era vista com algum cepticismo. Entrou em grande, batendo o madeirense Bernardo Sousa na SE (este que foi o segundo português, ex-aequo com Bruno Magalhães nesta especial), mas na primeira etapa logo ficou pelo caminho. Já com um atraso considerável na segunda e terceira etapa, notou-se a existência de um andamento interessante, mas foi no Estádio do Algarve que deu show. Um autêntico recital de drifting, com um salto estrondoso que, na queda, destruiu a parte frontal do Lancer EVO IX. Fez lembrar os profissionais nipónicos do drifting e conseguiu por todo o estádio de pé a aplaudir.
Depois de uma prova brilhante, exceptuando o abandono no final da primeira etapa, que culminou na obtenção do resultado de melhor português, a dupla Bruno Magalhães/Paulo Grave comemorou o final com passagens exuberantes na última especial do rali. Aproveitando o rali menos positivo de Armindo, Bruno Magalhães foi a figura portuguesa do rali.
Outros tantos brindaram o público com grandes passagens, principalmente na SE do Estádio do Algarve, como são o caso de Ricardo Teodósio e Vitor Sá, e na estrada, sem incluir os pilotos do mundial, casos de Patrik Flodin, José Pedro Fontes, Bernardo Sousa, Shaun Gallagher, entre outros.
Finalmente um palavra à comemoração efusiva de Christopher Shean no final da última SE. Com o pequeno Citroën Saxo de produção, não só finalizou a prova, como o conseguiu fazer em todas as etapas. Normalmente não se dá a devida atenção aos concorrentes do fundo do pelotão, mas esta demonstração de competitivade e perseverança deu os seus frutos.
Sem comentários:
Enviar um comentário