A mítica prova de resitência começou pelo segundo ano consecutivo em Lisboa, e contou com uma bela lista de inscritos: 264 motos, 190 carros e 86 camiões, a que é necessário ainda contabilizar toda a logística inerente. Foram duas etapas realizadas em solo português, e ambas inéditas.
A primeira especiall desenrolou-se entre a Comporta de Tróia, Grândola e Alcacér do Sal, na especial de ligação de Lisboa a Portimão, consagrou equipas portuguesas. Rúben Faria e Hélder Rodrigues, ambos em Yamaha, levaram a melhor sobre as equipas oficias da KTM, e ocuparam as duas primeiras posições, com uma vantagem algo confortável na ordem dos cinco minutos. Nos carros, Carlos Sousa (acompanhado por Andreas Schulz) em VW Touareg EVO 2, da Lagos Team foi o mais rápido. A eficácia dos dieseis alemães ficou comprovada com o top five completo pelos carros de Sainz, Villiers, Mark Miller e Ari Vatanen. Ao contrário de anos anteriores, a primeira especial foi muito complicada para alguns concorrentes, principalmente devido aos terrenos arenosos que complicavam a passagem das viaturas. Muitos foram os concorrentes que tiverem dificuldades, entre eles os Panda 4x4, da equipa oficial constituida por Bruno Saby e Miki Biasion, que ficaram atascados algumas vezes. A organização também viu-se obrigada a reduzir a extensão do traçado para os camiões, uma vez que algumas viaturas ficarama obstruir a passagem. Concorrentes como o belga Gerard de Rooy, já viram a participação comprometida por atrasas provocados por atascanços.
A segunda especial disputada em solo algarvio, pelas Serras de Monchique, com um final deslumbrante muito perto de Portimão, consagrou desta feita Hélder Rodrigues, que assumiu a liderança da prova. Rúben Faria que jogava em casa arricou muito e uma queda o fez perder algum tempo (mesmo assim acabou no segundo lugar). O melhor representante da KTM foi Isidre Esteve Pujol. Carlos Sainz, em VW Touareg, se impôs aos Mitsubishi oficiais, que apesar de terem dado alguma réplica ainda não chegaram às vitórias. Devido à existência de alguns abismos (para além do traçado ser estreito), a organização optou por não fazer participar as viaturas.
Nesta prova, existe uma comitiva muito grande portuguesa, em todas as vertentess. Não querendo destacar nomes, uma vez que são muitos, é com muito agrado que vejo uma envolvência tão grande de concorrentes portugueses, que espero seja bem sucedida e que permaneça por muito tempo.
Uma nota para a presença do muito público em ambas as especiais, a rondarem o total de um milhão de espectadores (números apontados por entidades oficiais). Fazendo lembrar o Rali de Portugal dos anos 80, alguns aficionados fizeram perigar a sua vida, e a dos concorrentes, com incursões na via de passagem das máquinas. Alguns concorrentes queixaram-se, tal como Nani Roma, que sofreu um despiste, e Jean-Louis Schelesser que afirmou ter sido apedrejado. Os acessos aos troços foram um pouco descurados uma vez que, principalmente no primeiro dia, apenas era possível aceder ao traçado por uma via, que muito rapidamente ficou congestionada. Se falar de aspectos menos positivos é fácil, também é meritório o destaque pelo apoio dado aos concorrentes. Não só pelo incentivo verbal, mas também por ajudarem alguns concorrentes a retirarem os carros da areia, ou de zonas pantanosas, ou mesmo como o caso de Vatanen, que em boa hora tinha um “tuga” na passagem de um ribeiro, quando o motor do Touareg calou-se.
No próximo ano teremos a última partida de Portugal, que esperemos se torne memorável.
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