O tempo foi passando, e nem dei uma palavrinha sobre o meu acompanhamento do Dakar. Como fã incondicional do desporto automóvel, principalmente ralis (e por inerência do Dakar), tentei acompanhar a prova o melhor possível, filmando-a para mais tarde recordar e partilhar com alguns amigos.
Ora no Sábado, com a companhia de pessoal bem disposto (Márcio Charata, João Raposo, José Correia, Bruno Andrade, Cláudio, Pedro Conde, Nuno Sousa) partimos às 5:00 em direcção a Grândola. Debaixo de uma neblina matinal densa, quando chegamos à portagem de Grândola Norte é que tivemos percepção da enorme fila de trânsito com viaturas de adeptos com destino ao troço da Comporta. Com o rádio ligado, cada boletim informativo transmitia uma novidade negativa. Primeiros os seis quilómetros de fila para sair da A2, sentido Lisboa-Algarve, depois os 15 quilómetros nas estradas de acesso circundantes de Grândola, e finalmente o fecho da ligação à primeira zona espectáculo por excesso de espectadores. Ficamos desolados com a noticia, uma vez que planeamos assistir à passagem da caravana nessa zona. A tempo passava e o pouco que andavamos previa o pior – não acompanhavamos a passagem do concorrentes de início. Em jeito de brincadeira, o Zé dizia “pelo menos os camiões”. Mandaram-nos (os Geninhos) em direcção a Melides, para subir em direcção às ZE’s 2 e 3. Ora nessas zonas também afunilava o trânsito que vinha do Algarve, pelas estrada regionais litorais. Nossa sorte foram as viaturas – Navara do Zé e o Range Rover do Nuno. À primeira oportunidade desviamos para um terreno arenoso que dava ao traçado, mas ainda distante (2 ou 3 km) da estrada principal. Nessa zona já estavam inumeros adeptos, quase todos tinham chegado de jipes, quads (viaturas preparadas para o terreno). Às 9:00 chegamos ao traço, mesmo a tempo das primeiras quads (mesmo assim ainda estivemos hora e meia no trânsito).
O ambiente era fenomenal, fazendo lembrar os bons tempos do Rali de Portugal. Com alguns excessos por parte do público, mas aquele meio… só me faz desejar que o Rali de Portugal chegue bem depressa.
A passagem dos veículos foi demais, com os mais rápidos a terem um andamento muito interessante, principalmente os Touaregs, e foi sem surpresas que soubemos que os cinco primeiros foram para os cinco VW. O Hummer era fantástico, os Mitsubishi, os X3… enfim. Apesar de tudo existia sempre a espera pelos Panda’s e pelo 2cv. Quando a caravana dos carros estava a acabar, já a pista estava completamente escavada, e a muito custo os carros iam passando. A certa altura, o inevitável aconteceu… a organização decidiu encurtar a especial para os camiões, e já não passaram na nossa zona. Decidimos partir para outro local, mas infelizmente o trânsito foi tanto que abdicamos e voltamos para o Algarve. Entrentanto, e já À saída, os Panda’s de Biasion e Saby passaram… e sem surpresas adivinhava-se um Dakar dificílimo.
Segundo dia, segunda odisseia. Cinco da matina, apanhei o Raposo e o Márcio Charata e fomos a caminho de Portimão. Pelo caminho encontramos uma viatura (às 6:00) em ligação do primeiro troço (não vi o número, sei que era um Buggy amarelo, tipo Oscar). Com a promessa de autocarros para a Zona Espectáculo nos Parques de Estacionamento, deixei minha viatura no Parque de Assistência do Casinos do Algarve. Chegamos ao troço às 6:15, e já lá estava muito pessoal. Surpresa foi deparar com o facto de que Zé, Bruno e Nuno tinham dormido nos carros ao pé do troço (gandas malukos). Efectivamente a zona final, era espectacular, com um ângulo de visão muito alargado, mesmo tipo uma superespecial de rali – adorava que uma prova algarvia decorresse naquele circuito. Com o passar das horas a zonas espectáculo foi enchendo, mas felizmente já tinha lugar em primeira fila. Motos sempre a abrir, Carros dando o máximo, vi os Panda’s a demonstrarem o portencial, e por último o 2 cv em todo o estilo. Para acabar em beleza, fomos “a dar a pata até o carro”. Por teimosia dos meus colegas de caminhada, que não queriam ficar na fila dos autocarros andamos uns 8 quilómetros até o centro de Portimão. Não que faça mal, mas com um casacão de neve em cima, debaixo de um dia de sol…. Enfim.
Para o ano será o último Dakar a partir de Portugal. Se tudo correr bem lá estarei.
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