Antes do ínicio da prova seria difícil imaginar um outro resultado que não passasse pelo domínio de Vitor Sá. Tendo em conta o historial, palmarés, conhecimento dos troços, a ambição e as características da viatura, só uma hecatombe deixaria o campeão madeirense a zeros… e foi o que aconteceu. Numa sessão de testes antes da prova, o quebrou o motor do Punto S2000, e este seria o primeiro contratempo. Impedido de participar no shakedown, teve o primeiro contacto na super especial, que acabou em 10º. A primeira especial de sexta foi “madrasta” para Sá. À saída de uma curva, o carro derrapou embatendo com alguma violência num muro, ficando seriamente danificado, ficando fora de prova e impedido de participar no segundo dia. Foi a oportunidade de ouro para a demais concorrência, que soube aproveitar.
Alexandre Camacho foi uma das principais figuras da prova. Com o Peugeot 206 S1600 da Olca Team, navegado por Rui Abreu, o piloto madeirense não deixou fugir a oportunidade de alcançar um desejado título, de melhor madeirense na prova rainha regional. Aproveitando os azares de Vitor Sá, e Filipe Freitas, destacou-se da demais concorrência e embrenhou-se numa competição com adversários de outros escalões, como Simon Jean-Joseph e Corrado Fontana. Venceu a primeira etapa, entre os madeirenses, e foi segundo na etapa complementar, queixando-se de alguns problemas mecânicos no Peugeot, que o fizeram perder algum tempo no final do rali. Foram 14 pontos (dez da primeira etapa mais quatro, correspondentes a metade da segunda) que o atiraram para a liderança do regional, com um ponto de vantagem sobre Sá.
Filipe Freitas foi outra das figuras do rali, pois começou com a “roda esquerda” a furar, atirando-o para fora dos dez primeiros madeirenses. O piloto do Renault Clio S1600 não desistiu, e pouco a pouco foi recuperando posições, com cronos muito interessantes, que certamente lhe deixariam numa posição previligiada para lutar com Alexandre Camacho. Acabou a primeira etapa na 13ª posição, e terceiro entre os madeirenses. Já para a segunda etapa, disputada em terreno conhecido na zona oeste, atacou forte, protagonizou uma luta interessante com Camacho, e no final superiorizou-se no último troço ao piloto da Olca. Apesar de não repetir o feito de 2005 e 2006, um terceiro e um primeiro lugares para o CRCM são notas muito positivas.
Outro dos concorrentes regionais em destaque foi Miguel Nunes, que desde muito cedo mostrou estar ali para “dar cartas”. Num 206 da Olca, não teve argumentos para lutar pela liderança, mas acumulou tempo suficiente para deixar a principal concorrência longe na primeira etapa. Para o segundo dia, alguns problemas de afinação do Peugeot fizeram-se perder sistematicamente tempo para Filipe Freitas,e foi sem supresas que foi ultrapassado na geral por este, descendo para terceiro madeirense na geral. No compto geral, ficou com um segundo lugar no primeiro dia e um terceiro no sábado, somando importantes pontos e alcançado os seus primeiros pódios no regional madeirense.
Luta muito interessante verificou-se pelo lugar de melhor elemento da produção. João Magalhães e Rui Fernandes protagonizaram uma disputa ao décimo. Na primeira etapa o piloto da Calheta levou a melhor, mas na segunda as coisas estavam um pouco diferentes. No entanto, na ânsia de ultrapassar Magalhães à geral, Rui Fernandes despistou-se na derradeira especial, e “deitou fora” uma pontuação importante para o agrupamento. Com o abandono de Sá, e as duas pontuações obtidas na prova madeirense, João Magalhães, praticamente, sagrou-se campeão regional do agrupamento.
Na primeira etapa, Duarte Abreu foi quinto classificado, na frente de Vitor Lopes que foi sexto “madeirense”. O piloto do Citroën C2 S1600 optou por não participar na segunda etapa, por não concordar com a posição que lhe foi atribuida pela organização, mediante a entrada de alguns concorrentes do regional no Super Rally. Visivelmente prejudicado por ter auxiliado Rocco Peduzzi no acidente do Chão da Lagoa, e por partir atrás de concorrentes que abandonaram, o piloto optou por não participar na prova. Já agora, o piloto que esteve envolvido em alguma incerteza quanto à participação na prova, aparentemente ainda não conseguiu concluir o negócio da viatura, e como tal o futuro ainda não está definido… incluindo a venda da viatura.
Áecio Anjo entrou ao ataque, vencendo a primeira especial na estrada, aproveitando a melhoria momentanea das condições meteorológicas, mas foi baixando na classificação até abandonar na quinta especial, com uma abria no Citroën C2. Aproveitando o superrally, voltou na segunda etapa, mas ficando atrás da demais concorrência quedou-se pela quarta posição madeirense.
Élvio Caires em Citroën Saxo Kit Car regressou à prova madeirense e demonstrou estar cada vez mais à vontade com o Saxo Kit Car. Manifestando falta de argumentos para a demais concorrência, principalmente em termos de viatura, Élvio Caires obteve um oitavo à geral e um quinto somando duas pontuações meritórias para o campeonato.
Entre os azarados na prova madeirense contam-se António Nunes, em Peugeot 206 S1600 da Olca Team, que enquanto andou esteve nos lugares cimeiros, nomeadamente na segunda etapa que abandonou quando estava na terceira posição. Bernardo Sousa é outro dos azarados, ou “exagerados” que destruiu na passagem da Ribeira das Cales o novo Mitsubishi Lancer EVO IX, quando ocupava a posição de melhor madeirense (e melhor português).
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