As duas equipas portuguesas que participam no mundial de produção obtiveram resultados positivos, apostando na regularidade e fiabilidade para somarem os primeiros pontos na competição.
Pelo segundo ano no PWRC, Armindo Araújo e Miguel Ramalho partiam para a prova sueca com aspirações a um lugar entre os cinco primeiros. Apostando numa toada mais conservadora, começaram a prova com alguns problemas na afinação do Mitsubishi Lancer EVO IX, cuja suspensão estava desfinada, e não permitiu efectuar melhores tempos, deixando a principal concorrência “fugir”. O segundo dia de prova, já voltaram a mostrar andamento ao nível dos primeiros, e no final do dia encetaram uma perseguição ao campeão mundial em título, Toshi Arai, que estreava o novo Subaru Impreza N14, e deixaram a concorrência para trás. No último dia, voltaram a sentir alguns problemas, desta feita nos diferenciais. Felizmente, a distância para os restantes elementos do pelotão era suficiente para que não corresse riscos. Acabaram a prova na sétima posição, atrás da díficil armada nórdica, e beneficiaram de alguns problemas com rivais e peso, como os casos de Andreas Aigner, Eyvind Brynildsen e Patrik Flodin.
Depois das críticas da época passada, sobre o andamento rápido em detrimento da regularidade, Armindo Araújo apostou no segundo factor, e num terreno díficil almejou os primeiros dois pontos da temporada.
A estreia abolsuta no PWRC de Bernardo Sousa e Carlos Magalhães (o experiente navegador que já foi campeão nacional com Miguel Campos) pela equipa Red Bull era encarada com alguma cautela. As prestações agressivas do jovem madeirense, aliada aos constantes erros que promoviam abandonos eram apontados por muitos como handicap para o mundial de produção. Surpreendentemente, e num terreno desconhecido, Bernardo Sousa adoptou um andamento rápido mas constante, que apanhou alguns elementos do pelotão (e observadores) de surpresa. No final do primeiro dia, acabava na décima posição da produção, logo atrás de Armindo Araújo, de quem não se distanciou muito. No segundo dia de prova, veio o pior, com uma saída de estrada e um capotanço, que o fizeram perder algum tempo, e temer o pior. Felizmente, não passou do susto, e a própria máquina não vacilou. Chegou ao terceiro dia na última posição pontuável, mas atrás de si tinha o italiano Simone Campedelli, a aproximar-se perigosamente. Tentar manter o lugar nos pontos passou a ser o objectivo do madeirense, e foi com alguma ansiedade que à entrada da última especial 12,6 segundos separavam os dois concorrentes. No final foram 10,7 segundos que fizeram a diferença, e permitiram à dupla amealhar o primeiro ponto. No final ficou a satisfação do objectivo cumprido, e relembrou em brincadeira relembrou o pai, que as promessas são para cumprir, aludindo à promessa de que deixaria de fumar.
As duas prestações embora em contexto diferente não deixam de ser muito positivas, o que pode ser um bom presságio para o futuro.
Finalmente uma nota para a máquina de promoção e divulgação da prestação de Bernardo Sousa na Suécia. Após as várias etapas existiam sempre comunicados, press realeases, informações sobre a prestação, e uma forte comitiva madeirense a apoiar e divulgà-la. Por vezes até parecia exagerada, mas o excesso de informação do madeirense, talvez contraste com a falta da mesma por parte de Armindo. Os gestores da participação e imagem do tetra-campeão nacional deviam por os olhos na equipa de Bernardo Sousa, pois os feitos alcançados na temporada passada mereciam mais atenção e divulgação – a liderança de uma prova da produção e a vitória numa especial do mundial passaram completamente despercebidas.
Nota negativa para os diversos sites de tempos do WRC, que davam constantemente tempos diferentes para cada concorrente, e com os somatórios a não baterem certo. Para não falar do elevado número de vezes que o site oficial estava em baixo, ou sobrecarregado. O caso do Bernardo Sousa foi um deles, com uma nota que à entrada da última especial o português estava com apenas 2,6 segundos de diferença, quando na verdade eram 12,6. Aspecto a rectificar.
2 comentários:
O Armindo bem que podia ter andado um bocadinho mais.
Partilho de opinião semelhante, e comparativamente à exibição do ano passado, soube a pouco.
Mas primou pela regularidade, e sempre são dois pontos, que quem sabe podem fazer diferença no final.
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