A história descrita abaixo é contada na primeira pessoa, pelo José Correia. Tive o prazer de efectuar mais um rali na "Ritinha", e como é hábito não faltam histórias para contar. Desta feita o início dá-se na semana anterior quando uma queda levou a uma entorse, mas também tem um final interessante.
"Para mim as dificuldades para o Rali Cidade de Portimão começaram no Sábado anterior à prova, onde uma queda aparatosa me mandou para o Hospital de Faro donde saí 6 horas depois com a sentença traçada: Entorse no tornozelo do pé direito, uma semana no mínimo sem colocar o pé no chão, ligadura e meter muito gelo. Ora bem, uma semana depois era o Rali…a coisa não estava fácil.
Feito o teste no Sábado de manhã para avaliar se estava ou não em condições físicas mínimas para correr, o resultado foi positivo, as dores não eram muitas e a decisão foi partir para a prova e logo se vê.
A Super Especial foi feita com muito cuidado pois ao meter o carro no Parque Fechado o cabo do travão de mão tinha-se partido e a roda traseira direita estava travada. Após a SE o nosso incansável Quim (Almeida) lá se jogou para baixo do carro e com a ajuda do Bruno Alambre, do Licínio e do Paulo Jesus lá se resolveu o problema da forma mais simples: anular o travão de mão por completo. Assim como assim nunca uso travão de mão a não ser para estacionar…
Primeira PEC de Domingo, primeira vez que guiava o carro à chuva, com uns pneus 175/14 mais apropriados para um Renault de 800 kgs que para um BMW com quase o dobro do peso e lá fomos nós. Um susto numa das primeira curvas do troço, onde um poste eléctrico se aproximou do carro mais do que o previsto serviu como alerta e tentámos manter um ritmo constante mas seguro. Na Zona Espectáculo ainda deu para divertir a malta e a pouco menos de um quilómetro do final o Joe, como tinha previsto, apanhou-nos no troço, pisca para o lado para ele passar e tentamos seguir o rápido Corsa até final, o que se revelou tarefa impossível.
Segunda PEC, a do AIA. Correu dentro do previsto mas o tempo foi bastante mauzinho quando comparado com o que tínhamos feito na Senhora do Verde. Confesso que ainda não percebi porque razão perdíamos tanto tempo nesta PEC, as trajectórias até nem foram assim tão más e o carro até andou em quarta velocidade a mais de 180!
Segunda passagem pelo troço grande, atacámos um pouco mais, tirámos 5 ou 6 segundos á primeira passagem mas já estava mais a pensar em trazer o carro até final para ver se dava para ir a Ourique. Pelo meio ainda fizemos algumas atravessadelas mais exuberantes, algumas das quais em terceira já bem depressa...
Novamente o troco do AIA e novamente um tempo “miserável” mas a satisfação de ter acabado o 6º rali da temporada em 8 provas disputadas e de estar bem classificado no Challenge, fruto de alguma constância de andamento e regularidade, como o Bruno (mestre dessa mesma táctica) disse.
Ao fim e ao cabo foi o resultado possível para um “coxo” finalmente assumido. As dificuldades nas travagens eram algumas devido à entorse e a política de contenção de despesas não permite arriscar muito.
Estamos (..) na corrida ao título. Agora a sério, o mais importante foi que a prova até deu algum gozo, que a actual classificação no Challenge é engraçada e que iremos ao Rali de Ourique com o mesmo espírito de sempre: Divertirmo-nos um bocado sem arriscar muito. Obviamente que a vitória no Challenge é algo de impossível mas um resultado dentro dos seis ou sete primeiros no final do Troféu já nos deixaria muito felizes.
Falta explicar o título. Em 1993, o francês Pierre-Cesar Baroni chegava à Madeira com uma lesão na perna devido a um acidente em rali (não me recordo se foi em testes ou noutro rali). Queixando-se de dores, reconheceu que a sua deslocação era feita apenas com o intuito de pontuar, o que seria muito difícil. Acabou o rali na 4ª posição, e somou importantes pontos que foram recompensados no final com o título europeu.
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