A segunda passagem pelo troço do Canil foi a melhor parte do rali. Andando o melhor possível tendo em conta as limitações e tentando não perder muito tempo. Retiramos 12 segundos à primeira passagem, o que equivale a 2 segundos por quilómetro.
Os níveis de confiança voltaram a aumentar, e a especial de São Brás seria a oportunidade ideal para o comprovar. As coisas correram bem até à passagem da antena retransmissora próximo da Cova da Muda. Aí, um pequeno exagero fez-nos furar. A instabilidade da viatura aumentou, e percebemos que tínhamos que mudar o pneu.
Logo após a passagem de asfalto, paramos numa zona de público (foto). Este foi o nosso primeiro furo em especial (quer do Zé, quer minha) e é foi perceptível que não estávamos preparados. Alguma azáfama, mas também confusão que aumentou com a presença dos muitos espectadores presentes. Parecia a assistência do mundial, mas com muitos patrões a dar ordens, “ e a mandar postas de pescada”. Estava a ficar farto dos espanhóis…com o”tranqilo, tranqilo”. Às tantas foi o macaco, que mal colocado deslocou e partiu as embaladeiras. Felizmente, o pneu furado ainda estava na viatura. Para ajudar à “festa”, as porcas do carro estavam super-quentes, e uma delas ficou presa na chave. Enfim, foram mais de 5 minutos perdidos nestes enredos.
Parecia que o pior tinha passado. NÃO. Quando arrancamos, foi perceptível que o Zé não correspondia às notas. De repente veio o alerta: “Não oiço nada!!!!”. O instinto mandou-me trocar os encaixes dos capacetes, mas o problema não era daí. Eu ouvia-o, mas ao contrário não. Nos restantes 6 ou 7 quilómetros, as notas foram aos berros, e com muita sinalização gestual, principalmente nas curvas fechadas e enroladas.
Nunca uma especial tinha corrido tão mal, e agora a juntar aos problemas da viatura ficamos sem comunicação (pelo menos do meu capacete).
Faltavam 4 minutos para o tempo ideal de partida para a especial da Cortelha…e o ponteiro mostrador do nível de gasolina estava perigosamente próximo do mínimo.
A esta altura descemos para o penúltimo lugar, mas isso era o que menos importava.
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