Com o intuito de evitar a penalização, fizemos a ligação muito rapidamente, com a convicção que o combustível seria suficiente para efectuar a última especial do rali.
Entre os postos de controlo e partida efectuamos a mudança de capacetes. Mesmo sem ouvir indicações do Zé, sabia que pelo menos ele me ouviria.
Depois dos azares do troço de S.Brás, o ideal era desfrutar a última especial do rali e levar o carro até final, sem pensar em resultados. A primeira parte do troço corria bem, tendo em conta o que já tínhamos passado, até posso dizer que correu muito bem. Mas à passagem dos Barrigões (meio da especial) o carro deu sinal que algo estava mal. Olhando para o mostrador do combustível reparei que estava com o indicador próximo do mínimo.
Com duas bombas de gasolina, a opção foi desligar uma, numa tentativa de poupança. Isso aconteceu até à Cortelha. A dois quilómetros do fim, deixei de contar as vezes que o silêncio imperou na viatura, de cada vez que ela falhava. Cada subida um suplício, cada descida um alívio.
Foi-se aguentando, e mesmo nas curvas finais decidiu falhar por completo. Abanando a direcção na esperança que algumas gotas entrassem no depósito para chegar ao final. Cruzamos a Tomada de Tempos a passo de caracol. Estávamos a 1 quilómetro do reabastecimento na Cortelha. Levando a “Ritinha”, quase sempre em ponto morto, conseguimos reabastecer para levar para Loulé.
Depois desta saga a ligação para o Parque de Assistência parecia interminável, e a cada km que passava parecia aparecer mais um ruído estranhou, a direcção parecia desalinhar, a caixa e o motor falhar. Até final, era fazer figas para que aguentasse… pois fazia todos os barulhos e mais alguns.
A chegada ao Parque de Assistências do rali parecia ter sido uma vitória, mas faltava a ligação para o Parque Fechado. Ainda faltava um susto, numa das rotundas de Loulé entre assistência e parque fechado, o carro fez um CLAP grande. Faltavam poucos metros para o pódio final e estaria tudo comprometido. O resto do percurso foi quase em silêncio e oração – ainda hoje não sei que barulho foi aquele, transmissão ou caixa?.
Acabamos na 29ª posição, sexto 4x4, mas isso era o que menos importava. Depois desta odisseia acabar o rali soube a vitória.
Para recordar, foi o mais complicado de sempre.
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