À entrada da última etapa do Rali da Austrália, Armindo Araújo e Miguel Ramalho estavam na 5ª posição, a apenas 4,5 segundos do 4º posto que lhes garantiria (até ver) o desejado título mundial de Produção. Esta hipótese real, promoveu o interesse dos afficionados portugueses, que depois de mais um desaire da selecção nacional (1-1- com a Dinamarca e provável afastamento do mundial) desejvam celebrar uma vitória – pelo menos aqueles que gostam de ralis, e desportos motorizados em geral. Seja em fóruns, em sites ou comunidades, como o Twitter, foram muitos os que acompanhavam pelos tempos, rádio oficial, ou testemunhos de outros adeptos o Rali da Austrália.
Numa prova que mais parecia rallysprint, tal o número de especiais 35, a maioria das quais com quilometragem reduzida – entre 5 a 10 km de extensão, as diferenças entre os concorrentes não eram muito siginificativas, embora, no compto geral permitiam que se gerassem fossos numa definição.
Martin Prokop liderava seguido por Richard Mason (concorrente patrocinado pelo qatar Nasser All-Attyah), e Cody Crocker que fechava o pódio. Os australianos não disputavam normalmente o mundial, mas somavam pontos, o mesmo será dizer retiravam preciosos pontos ao Armindo Araújo.
A solução era ultrapassar Toshi Arai, que tinha uma vantangem de 4,6 segundos. Mas, contrariamente ao esperado, Armindo perde tempo na primeira especial do dia, e na seguinte, e na outra e foi aumentando a distância. Exceptuando uma especial (onde fizeram o mesmo tempo, e que o japonês confessou estar “a dormir”) a diferança começava a ser elevada, praticamente impossível de recuperar. Na frente continuava tudo na mesma – Prokop, Mason e Crocker distanciavam-se e estavam “satisfeitos” com as posições. Armindo afirmou que a viatura estava com problemas de motor, que não apresentava maior rendimento, e que o melhor era guardar a posição e os 4 pontos respectivos.
Estava inerente que apenas um problema com um dos 4 concorrentes que antecidiam lhe permitiam revoler favoravelmente a questão do título. Para piorar as coisas, no que diz respeito ao acompanhamento da prova, os tempos parciais e finais deixaram de funcionar, deixando os adeptos completamente “às cegas”. Um ou outro elemento encontrava um site finlandês, ou australiano que ainda funcionava – mas apenas com tempos finais, e num ápice passou das 22:30 às 5 da manhã e chegamos à ultima especial do rali. A opção de acompanhar o rali, passou pelo Twitter, onde tive a companhia do João Cosme durante toda a noite – apenas os resistentes que acreditavam num milagre.
Na última especial os parciais voltaram, mas existiam alguns problemas com alguns aparelhos dos concorrentes – por vezes não registavam tempos, e outros não usavam, como eram o caso de Cody Crocker. Martin Prokop finalizou a prova, seguiram-se Richard Mason e Cody Crocker. Estranhamente os parciais de Arai deixaram de aparecer – seria um abandono ou um problema técnico. O tempo passava e Arai não aparecia na classificação... nem Armindo. Algo se passava, o suspense, a dúvida, a sensação de que “a estrelinha da sorte” tinha aparecido. De repente aparece o tempo de Arai e Armindo no site oficial – tinha perdido um minuto exacto para Armindo e acabavam separados por 0,1 segundos (o português não chegava ao título por uma décima) – era inacreditável. Mas... Armindo no flash interview refere que viu Arai parado e que acabara de se sagrar campeão. Como? A organização erradamente atribuiu o tempo de Armindo a Arai... pois o japonês não tinha finalizado o troço, vitima de problemas de transmissão (ou caixa) no Subaru. O certo é que nos últimos quilometros, da últimas especial, o “milagre” aconteceu e Armindo chegou ao 4º posto do PWRC, o tal que lhe permitia chegar ao título de campeão mundial de produção (em princípio). Para confirmar o título apenas falta o recurso sobre a desclassificação do piloto do Qatar, Al-Attiyah, do Rali da Grécia, a 6 de Outubro. Para já tudo indica que a FIA não voltará atrás na decisão, que seria um precedente em casos semelhantes.
Era imposível não demonstrar a satisfação da conquista de um título mundial de um português, e em ralis. Melhor só o facto de ter honras de abertura do Jornal da Tarde da RTP1. A escolha da redação da RTP foi surpreendente e positiva, principalmente porque estavamos em pelo período de campanha eleitoral e com notícias da Gripe A. Há muito que uma notícia de ralis não abria um telejornal, para mais por não ter um cariz negativo, como acidentes, mortes ou atropelamentos como muitas vezes aconteceu. Aqui também a RTP está de parabéns.
Parabéns Armindo (e Miguel), independentemente do desfecho, és um verdadeiro campeão.
Numa prova que mais parecia rallysprint, tal o número de especiais 35, a maioria das quais com quilometragem reduzida – entre 5 a 10 km de extensão, as diferenças entre os concorrentes não eram muito siginificativas, embora, no compto geral permitiam que se gerassem fossos numa definição.
Martin Prokop liderava seguido por Richard Mason (concorrente patrocinado pelo qatar Nasser All-Attyah), e Cody Crocker que fechava o pódio. Os australianos não disputavam normalmente o mundial, mas somavam pontos, o mesmo será dizer retiravam preciosos pontos ao Armindo Araújo.
A solução era ultrapassar Toshi Arai, que tinha uma vantangem de 4,6 segundos. Mas, contrariamente ao esperado, Armindo perde tempo na primeira especial do dia, e na seguinte, e na outra e foi aumentando a distância. Exceptuando uma especial (onde fizeram o mesmo tempo, e que o japonês confessou estar “a dormir”) a diferança começava a ser elevada, praticamente impossível de recuperar. Na frente continuava tudo na mesma – Prokop, Mason e Crocker distanciavam-se e estavam “satisfeitos” com as posições. Armindo afirmou que a viatura estava com problemas de motor, que não apresentava maior rendimento, e que o melhor era guardar a posição e os 4 pontos respectivos.
Estava inerente que apenas um problema com um dos 4 concorrentes que antecidiam lhe permitiam revoler favoravelmente a questão do título. Para piorar as coisas, no que diz respeito ao acompanhamento da prova, os tempos parciais e finais deixaram de funcionar, deixando os adeptos completamente “às cegas”. Um ou outro elemento encontrava um site finlandês, ou australiano que ainda funcionava – mas apenas com tempos finais, e num ápice passou das 22:30 às 5 da manhã e chegamos à ultima especial do rali. A opção de acompanhar o rali, passou pelo Twitter, onde tive a companhia do João Cosme durante toda a noite – apenas os resistentes que acreditavam num milagre.
Na última especial os parciais voltaram, mas existiam alguns problemas com alguns aparelhos dos concorrentes – por vezes não registavam tempos, e outros não usavam, como eram o caso de Cody Crocker. Martin Prokop finalizou a prova, seguiram-se Richard Mason e Cody Crocker. Estranhamente os parciais de Arai deixaram de aparecer – seria um abandono ou um problema técnico. O tempo passava e Arai não aparecia na classificação... nem Armindo. Algo se passava, o suspense, a dúvida, a sensação de que “a estrelinha da sorte” tinha aparecido. De repente aparece o tempo de Arai e Armindo no site oficial – tinha perdido um minuto exacto para Armindo e acabavam separados por 0,1 segundos (o português não chegava ao título por uma décima) – era inacreditável. Mas... Armindo no flash interview refere que viu Arai parado e que acabara de se sagrar campeão. Como? A organização erradamente atribuiu o tempo de Armindo a Arai... pois o japonês não tinha finalizado o troço, vitima de problemas de transmissão (ou caixa) no Subaru. O certo é que nos últimos quilometros, da últimas especial, o “milagre” aconteceu e Armindo chegou ao 4º posto do PWRC, o tal que lhe permitia chegar ao título de campeão mundial de produção (em princípio). Para confirmar o título apenas falta o recurso sobre a desclassificação do piloto do Qatar, Al-Attiyah, do Rali da Grécia, a 6 de Outubro. Para já tudo indica que a FIA não voltará atrás na decisão, que seria um precedente em casos semelhantes.
Era imposível não demonstrar a satisfação da conquista de um título mundial de um português, e em ralis. Melhor só o facto de ter honras de abertura do Jornal da Tarde da RTP1. A escolha da redação da RTP foi surpreendente e positiva, principalmente porque estavamos em pelo período de campanha eleitoral e com notícias da Gripe A. Há muito que uma notícia de ralis não abria um telejornal, para mais por não ter um cariz negativo, como acidentes, mortes ou atropelamentos como muitas vezes aconteceu. Aqui também a RTP está de parabéns.
Parabéns Armindo (e Miguel), independentemente do desfecho, és um verdadeiro campeão.
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