quinta-feira, setembro 4

Bonificação extra no Mundial

Ao que parece a FIA está a estudar novamente alterações às regras pelo qual se regem o campeonato mundial de ralis. Desta vez está em cima da mesa uma bonificação pontual a atribuir aos concorrentes mais rápidos nas etapas / dias constituintes do rali. Não foi clarificado no que consiste, mas algumas fontes revelam que serão pontuados os concorrentes mais rápidos nas diferentes etapas do rali, com 3, 2 e 1 ponto para 1º, 2º e 3º classificado respectivamente.

As medidas em causa visam corresponder às alegadas estratégias de equipas que se verificaram em algumas provas deste ano, como na Turquia ou mais recentemente na Nova Zelândia. Também visam beneficiar aqueles que têm uma etapa menos boa, e por último acabar com alguma monotonia que existe no último dia de prova, quando normalmente as posições já estão definidas.

Por muito boas intenções que a FIA tenham parecem querer novamente “inventar” num plano onde não devem existir alterações. Pessoalmente discordo destas medidas, e aponto as razões para “torcer o nariz” novamente à FIA.

Em primeiro lugar, atribuir pontos aos concorrentes durante as diferentes etapas beneficiará principalmente aqueles que estão na contenda pela vitória. Ou seja, o concorrente que vence o rali provavelmente para além dos 10 pontos que somará poderá somar ainda mais 3, ou 6 ou mesmo 9 pontos. Seria ridículo um concorrente averbar 19 pontos num rali. E se formos buscar o caso Loeb em asfalto, seria quase suficiente para vencer um campeonato sem pensar nas demais provas.

Recuperando os casos em que os concorrentes penalizam nos troços para não abrirem os troços. Os pontos de bonificação podem não ser suficientes para eliminar estes estratagemas. Não apenas porque os pontos finais são mais apetecíveis, mas também porque podem ser ultrapassados por concorrentes que correm muito atrasados: veja-se o caso do Henning que venceu 9 especiais, apenas porque partia na 13ª posição. Recordado apenas que estes casos apenas acontecem quando um concorrente não consegue se destacar dos demais numa etapa, o que normalmente acontece (este ano apenas 4 ralis existiram ordens de equipa, e porque as diferenças entre os primeiros eram inferiores a 15 segundos). A excepção não é a regra.

O problema aqui põe-se porque a FIA verificou que os ralis decidem-se às décimas de segundo, e que existem estratégias de equipa para alterar as ordens de partida. Se voltassem a implementar a partidas inversas nem eram questionadas as estratégias.

Por outro lado, há quem afirme que a bonificação apenas seria implementada no último dia de prova, para beneficiar o espectáculo. Para beneficiar os atrasados ou azarados já existe o Super Rally, pelo que seria uma dupla bonificação. Possibilidade de alinhar em prova, e ainda somar mais pontos do que concorrentes que tentam segurar um lugar pontuável. Mais interessante seria se o terceiro classificado do rali somasse mais pontos que o segundo(presumindo que apenas 1 etapa pontuava), pois no final era difícil saber quem sai vencedor e vencido.

Qualquer dia temos mais confusão na atribuição e na explicação da conquista de pontos, que parece o Campeonato de Portugal de Ralis: todos os anos mudam o sistema de pontuações, e o mais forte sai sempre com a melhor parte. Parece que as alterações beneficiam sempre os mais fortes.

Já agora, no meio destas confusões, alguém sabe quais são os WRC para 2010… os S2000 quê?

Fonte:AutoSport
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