Se à partida da prova monegasca, Sebastien Loeb partia com claro favoritismo, no final os mais de dois minutos e meio de vantagem sobre o segundo demonstra o ritmo imposto na prova, “dizimando” os demais, e batendo mais um recorde. Desta vez tornou-se no único piloto que ostenta cinco vitórias em Monte Carlo, deixando para trás Sandro Munari, Walter Rohrl e Tommi Makinen, todos com quatro. E este recorde só não é mais extenso, por causa de uma penalização em 2002, e por um despiste em 2006, mas em ambos os anos quedou-se na segunda posição. Curiosamente também é o único que conseguiu terminar no pódio num regime Super Rally (2006), algo que parecia impossível.
Na primeira prova como “líder de equipa”, Mikko Hirvonen desempenhou bem o papel que lhe competia. Foi sistematicamente o mais rápido dos não Citroën, e após o abandono de Sordo na segunda etapa, subiu à segunda posição, e praticamente rodou isolado no resto da prova. Não incomodou Loeb, mas também não permitiu aproximações dos rivais.
A luta mais interessante de acompanhar e mais intensa, foi a da terceira posição. Chris Atkinson com o “velhinho” Subaru Impreza WRC voltou a mostrar que se dá bem com os ares de Monte Carlo, e travou um despique muito interessante com François Duval, na sua primeira prova com um Ford Focus WRC da Stobart. Numa guerra do ora ganhas tu, ora ganho eu, o australiano viu Duval chegar-se perigosamente, e tal qual sensação de “deja vú”, à entrada da especial de circuito de Monte Carlo, apenas 1,1 segundos separavam-nos. Atkinson e Duval venceram a expecial ex-aqueo, ficando a vantagem do lado de Atkinson, que fechou o pódio. Atkinson já nos habituou a estes duelos de Monte Carlo, pois no ano passado segurou a quarta posição, no Circuito do Mónaco, batendo Mikko Hirvonen por 0,2 segundos.
Petter Solberg voltou a queixar-se de problemas com o Impreza, que não lhe permitiram acompanhar os andamentos dos demais, no entanto a quinta posição final permitiu que a Subaru subisse à liderança do mundial de marcas.
Apostando na regularidade, Gigi Galli terminou na sexta posição. Longe de mostrar o andamento diabólico que nos habitou, o italiano começa cauteloso, mas promete melhorar para as próximas provas.
Uma das surpresas da prova veio da parte de Jean Marie Cuoq, que com um Peugeot 307 WRC andou constantemente como melhor piloto privado, acabando a prova na sétima posição, somando dois pontos no mundial de pilotos.
Per-Gunnar Andersson fechou o lote dos lugares pontuáveis, e deu o primeiro ponto à Subaru, na prova em que estreou o SX4. Mas o resultado acabou por ser melhor que a exibição, pois basicamente aproveitou-se dos azares dos principais adversários, para pouco a pouco subir na classificação. Seu colega de equipa, Toni Gardemeister, foi constantemente superior, e chegou mesmo a efectuar alguns tempos de registo, bastante interessantes, mas os problemas de fiabilidade na viatura japonesa mantém-se, e desta feita foi o motor que cedeu no final do terceiro dia.
Henning Solberg e Matthew Wilson fecharam o lote dos dez primeiros. Os dois pilotos que correm com as cores da Stobart, já perceberam que a qualidade do plantel aumentou, e a sua exibição menos conseguida praticamente passou despercebida.
Quanto aos azarados da prova monegasca, Daniel Sordo bem pode queixar do seu Citroën. O primeiro líder da prova queria mostrar serviço, e a espaços “incomodou” Sebastien Loeb, e poderia até ser o único com argumentos para enfrentar a hegemonia do francês. Quando já tinha um segundo lugar sólido, e uma “dobradinha” quase certa, problemas com o motor do C4 fizeram-no abandonar a meio do Dia 3. Regressou para o último dia de prova, e acabou na 11ª posição a mais de 20 minutos de Loeb.
A primeira vítima dos pneus “sem mousse” foi Jari-Matti Latvala, que na primeira especial da prova ficou arredado da luta pelos lugares cimeiros, quando um furo o fez perder mais de 4 minutos com a mudança do pneu. O finlandês caiu para a 33ª posição, e durante os dois primeiros dias de prova encetou uma recuperação até ao décimo posto.Mas na 12ª especial de classificação – Labatie D’Andaure 1 foi obrigado a desistir quando a suspensão do Focus WRC cedeu. Ainda regressou ao regime do Super Rally, mas a desvantagem já era muito elevada, acabando na 12º posição.
Quanto a Rautenbach pouco há a dizer, senão que ... “miserável”. Com um Xsara vermelho sem ostentar qualquer patrocinador, o piloto do Zimbabwe fez uma prova muito pobre, andando no meios dos N4 e A7, fazendo tempos a mais de dois minutos de diferença para os mais rápidos. Depois de um despiste durante o primeiro dia, conseguiu a proeza de abandonar na última especial da prova, após outro despiste no Circuito do Mónaco com o Xsara "espetado" num muro.
Quanto à estreia do Subaru Impreza WRX com Olivier Burri, correu de forma positiva, pois enquanto o motor da viatura não deu problemas de juventude, liderou de forma convincente o agrupamento de produção. Com o desenrolar da prova, os problemas apareceram e acabou na terceira posição da produção, a quase dois minutos do vencedor, Patrick Artru num Mitsubishi Lancer EVO IX.
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