segunda-feira, outubro 27

Piéce du Résistance – Parte 1

A participação no Rali de Loulé dava uma novela da TVI, daquelas que o protagonista passa por um sem número de contrariedades e anda em busca de um final feliz que teima em não aparecer.

Pontuando para o Open, o Rali de Loulé era encarado como a mais importante da época, pois não só existiam mais adversários como a extensão do traçado era superior, com 7 classificativas. Sempre com o Zé Correia no BMW 325 IX, e depois dos abandonos em Vila do Bispo e Castro Marim o principal objectivo passava por finalizar, e o resultado apareceria.

O Sábado começava cedo com os reconhecimentos das especiais da Cortelha e São Brás. Aproveitando as notas da época passada, era apenas uma questão de “alinhavar” alguns pormenores. Para esta ronda na Serra algarvia contávamos com a companhia do Márcio Charata que iria navegar o Mário Lazarino no carro 0, um Punto HGT da Integra. Esta fase correu bem, e mesmo os reconhecimentos da Super Especial e do troço do Canil decorreram normalmente.

Já que falei no Márcio, uma ressalva para o facto de ser a primeira vez em 4 anos que todos os elementos da administração do Ralis a Sul participavam na mesma prova: Márcio (navegador do Punto carro 0), Bruno Andrade (piloto do Subaru Legacy), Nuno Pinto (piloto do EVO 3), Nuno Fontaínhas (piloto do Sierra), José Charata (navegado o Luís Nascimento no Marbella) e claro a única dupla de administradores (Zé/Quim).

Depois de coladas os autocolantes na viatura, deparamos com as primeiras contrariedades. Quando colocada a trabalhar a viatura estava a trabalhar a 5 cilindros, e o triângulo traseiro do lado esquerdo continuava danificando, com a roda torta. Só estes dois factos eram o suficiente para condicionar a prova. Verificações efectuadas, era tempo para … esperar pela Super Especial nocturna.

Depois de uma forte chuvada, que tornou o piso escorregadio, a primeira especial só podia ser encarada com cautelas. Desta vez no público, contava com a presença da minha “cara-metade”, que apareceu por 4 anos depois.

Enquanto esperávamos pela entrada no Parque de Partida, deu para acompanhar as primeiras passagens do pelotão, nomeadamente dos Marbellas. O Luís e o Zé Charata entraram com o pé-direito e mostraram estar dispostos a contrariar a superioridade dos “Fastbravo’s”. Enquanto esperava pelo arranque, surgiu a notícia do abandono do Alex Ramos, depois de ter despistado com o Peugeot 106 na última rotunda e arrancado uma roda no lancil.

Chegada a nossa vez: com o carro a falhar, a roda traseira torta (pareciam rodas unidireccionais), piso escorregadio com obrigatoriedade de andar em asfalto, e nada a ganhar a opção passou por muitas cautelas. Foi uma passagem mais calculista que rápida, mas que garantia a presença no segundo dia do rali. Infelizmente, o Alex Ramos e com o Marco Gonçalves, que partiu o motor do 205, não podiam dizer o mesmo.
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