A dupla Mikko Hirvonen e Jarmo Lehtinen protagonizou uma agradável surpresa no WRC ao vencer o Rali da Noruega, a bordo do Ford Focus WRC oficial. Ao contrário do que aconteceu na Austrália, Hirvonen contou com a rivalidade de Gronholm e Loeb, os pilotos que dominam as provas mundiais. O “truque” para o sucesso foram os ataques nas classificativas iniciais de cada etapa, a maturidade para resistir aos ataques dos principais adversários, e a sorte de conseguir o carro nos trilhos das “pistas de gelo”.
A segunda posição ficou na posse de Marcus Gronholm, que no último dia resignou-se ao facto não conseguir apanhar, e seguindo os conselhos do patrão Malcolm Wilson, optou por levar o Ford até final, sem desferir um ataque que ainda pudesse levar ao abandono. Esta posição permitiu que Gronholm assumisse a liderança do mundial. A colecta do fim-de-semana rendeu 18 pontos à Ford, totalizando 44 pontos, mais 16 que a Citroën.
A terceira posição ficou na posse de Henning Solberg, também em Focus WRC, que na última etapa desferiu um forte ataque ultrapassando o Subaru de Petter Solberg, numa luta pelo lugar de melhor elementos família, mas principalmente, de melhor norueguês. A diferença para os primeiros classificados é que se cifrava em 3:44,6.
Curioso o facto do pódio ser totalmente Ford, algo que não acontecia desde 1979, quando no Rali da Nova Zelândia a Ford colocou três Escort RS 1800 de Hannu Mikkola, Blair Robson e Ari Vatanen.
Petter Solberg voltou a queixar-se, ora da direcção ora da tracção, do Subaru. Numa prova que acalentava reais aspirações à vitória, mais não fez do que levar a viatura até final, numa classificação positiva tendo em conta os tempos averbados na estrada. Felizmente, a próxima prova do mundial marcará a estreia do Subaru Impreza de 2007.
Um dos outros protagonistas da prova foi Jari-Matti Latvala, que levou o segundo Focus da Stobard à quinta posição final. Depois de um despiste no shakedown, o jovem finlandês redimiu-se na prova, e não fosse um problema de direcção assistida na primeira etapa, com certeza teria lutado por um lugar do pódio.
Os últimos lugares pontuáveis só ficaram decididos na última especial do rali. Gigi Galli encetou uma luta interessande de Xsara’s com Manfred Stohl, mas o despiste do austríaco atirou-o para a 12º posição, e deixou o italiano no sexto lugar. Ficou, novamente, demonstrado que Galli sente-se à vontade em pisos com neve. Logo atrás, Daniel Carlsson e Xavier Pons travavam uma luta interessante. Desta feita foi Pons quem deitou tudo a perder, quando o Lancer WRC saiu de estrada e ficou preso na vegetação. O espanhol viu-se relegado para a 16º posição. Quem lucrou com os azares alheios foi o jovem checo Jan Kopecky que subiu ao oitavo lugar, num abrir e fechar de olhos.
Uma nota para a prestação do local Rune Dalsjo, com um Subaru Impreza de 2003 (conhecido por S9), ficou às portas dos pontos, na nona posição. No décimo lugar, o jovem de 17 anos, Andrea Mikkelssen em Focus WRC, fecha com “chave de ouro”, uma resultado muito positivo da marca oval azul.
A equipa Citroën teve uma prova para esquecer. Contrariamente ao habitual, Sebastien Loeb sentiu a pressão nos ombros, quando via um piloto de menor craveira andar na frente. Os ataques desferidos pelos francês pareciam insuficientes para chegar à liderança. Na parte final da segunda etapa tudo correu mal ao francês. Uma má escolha de pneus levou a que este se despistasse, perdendo oito minutos, e o contacto com o pelotão da frente. Se só por si é raro no francês, na especial seguinte quando tentava recuperar posições para entrar no top 8, voltou a despistar-se e voltou a perder valioso tempo. Foram quase 18 minutos que o separaram da liderança, e finalizou no 14º lugar,mesmo assim ainda somou 1 ponto para o mundial de marcas.
Como aconteceu na Suécia, Daniel Sordo teve uma prova para esquecer. A falta de ritmo na neve, aliado a despistes, têtes, e alguns problemas mecânicos fizeram-no ficar no 25º lugar, mesmo à frente de Matthew Wilson, que ainda conseguiu fazer pior.
O segundo piloto da Subaru, Chris Atkinson sofreu uma saída de estrada na segunda etapa, perdendo mais de 14 minutos e relegando-o para o fim da tabela. Mesmo assim, ainda recuperou até o 19º lugar final.
Entre os abandonos, há a registar o de Toni Gardemeister com o Mitsubishi Lancer WRC, depois de um despiste que o fez perder 20 minutos e causou problemas mecânicos na viatura. Outro desistente foi Guy Wilks que se esteava num Ford Focus WRC.
O Rali da Noruega também contou para o campeonato júnior e foi o finlandês Per-Gunnar Andersson que levou a melhor com o Suzuki Swift S1600. Na segunda posição ficou o campeão em título Patrik Sandell, que estreando o Renault Clio R3, ficou a mais de sete minutos. O pódio ficou completo com o outro piloto oficial da Suzuki, o estónio Urmo Aava a mais de 15 minutos do seu colega de equipa.
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