domingo, fevereiro 11

Neve não intimidou Armindo

A primeira participação da equipa da Mitsubishi Portugal, Armindo Araújo / Miguel Ramalho no PWRC foi muito produtiva. Se à partida para o Rali da Suécia existia a noção das dificuldades que os portugueses iriam enfrentar, não só por causa do piso, mas pela extensa lista de adversários com mais experiência e nórdicos, três dias depois é possível esboçar um sorriso e pensar que, teoricamente, a prova mais difícil foi passada, com distinção.
A preparação no Rali do Ártico, foi uma mais valia. Na Suécia e ,sem entrar a “matar”, foi imprimindo o ritmo necessário para se situar a meio da tabela. Conscientemente andou depressa, mas soube não arriscar em demasia. Ao analisar os tempos reais parece que os mais directos adversários andavam mais depressa nas especiais – como os casos de Toshi Arai, Mirco Baldacci e Nasser Al-Attiyah - mas todos eles exageraram e, despistes os atiraram para fora da contenda (ou pelo menos pela luta dos lugares cimeiros).
No segundo dia, os tempos não apareciam, e parecia estar sempre atrás dos rivais que o perseguiam (para não falar no fosso que se ia criando para os homens da frente). A estranheza no resultado foi muita, mas a explicação foi simples: problemas de embraiagem que motivaram um andamento muito mais cauteloso. No final do dia, tiveram que mudar a embraiagem e caixa de velocidades em 47 minutos - digno de uma equipa mundial. Infelizmente, atrasaram a mudança em dois minutos, que equivalia a vinte segundos de penalização. Subitamente tinham na “cola” dois rivais de peso – o campeão russo, Alexandre Dorosinskiy e o vice-campeão mundial Fumio Nutahara.
Problemas resolvidos, foi um Armindo ao melhor nível na última etapa, que segurou o quinto lugar entre os concorrentes do PWRC – Dorosinskiy nem partiu para a última secção (abandonou com problemas no motor) e Nutahara não teve argumentos para o português.
Depois do final da prova deu-se a desclassificação de Juho Hanninen, devido a irregularidades nas bombas de combustível, e Armindo subiu mais uma posição. A equipa obteve um excelente 20.º lugar da geral e 4º entre os PWRC (5º da Produção).
É natural que exista algum desconforto ao reconhecer que um quarto lugar é positivo. Reparemos as diferentes variáveis – pela primeira vez a correr numa prova do mundial, e na neve; adversários de topo na categoria, e acima de tudo muitos nórdicos, com experiência e rapidez reconhecida – Sohlberg, Anton Alen e Oscar Svedlund são “profissionais da neve”. O piloto português teve o mérito de saber levar o carro nos trilhos, e fez do seu aliado a regularidade.
Foi uma prova empolgante, ao melhor nível, com desempenhos fenomenais de Juho Haninnen e Anton Alen, que serão rivais de peso do português.
Uma notinha para os desempenhos nas Super Especiais. Andou sempre entre os mais rápidos do Agrupamento de Produção, e já alcançou um 13.º tempo à geral na última especial.
Já somam os primeiros cincoo pontos. Parabéns a toda a equipa e aos adeptos que o apoiaram.
(Rectificado)

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