Dificilmente a Peugeot Portugal poderia voltar à competição ao mais alto nível com um resultado melhor. Bruno Magalhães e Paulo Grave superiorizaram-se de forma contundente, sem dar reais chances aos adversários. A preparação da equipa, os numerosos testes, e uma viatura fiável, permitiu uma excelente adaptação aos pisos enlameados. Atacou nos primeiros troços do rali, e soube controlar no final. Para quem acompanhou a prova o resultado final está longe de ser uma surpresa, e a menos que os adversários respondam rapidamente Armindo Araújo já encontrou um sucessor.
No final do rali, a equipa José Pedro Fontes / Fernando Prata em Fiat Punto S2000 rendeu-se ao óbvio - não conseguiram acompanhar os rivais da Peugeot. Tendo em conta o hitórico do modelo em 2006, e ao facto de já ter provas dadas, a derrota no primeiro round toma proporções um pouco assutadores, uma vez que nunca estiveram em posição de reclamar a liderança. O Rali de Porugal servirá para confirmar se este terá sido um resultado atípico.
A principal surpresa da prova residiu na obtenção do terceiro lugar por parte de António Rodrigues / Jorge Carvalho em Mitsubishi Lancer EVO IX. A equipa da MyRoad Motorsport optou por uma toada rápida, no entanto primou pela espectacularidade. O resultado é tanto mais valorizado quanto a enorma quantidade de rivais com viaturas semelhantes, o facto de ter penalizado na super especial de abertura por ter enganado no percurso, e por conduzir uma viatura alugada, uma vez que não tinha o Toyota Corolla S2000 pronto para a primeia prova. Foi uma prova memorável para este concorrente.
O quarto lugar ficou na posse de Vítor Pascoal, que teve na regularidade o ponto estratégico. Sem exageros levou o Subaru Impreza aos lugares cimeiros. Ricardo Teodósio acabou numa positivo quinto lugar. A prova do piloto algarvio, marcada pelo regresso de Paulo Primaz como navegador, teve o mérito de abrir com uma vitória na SE, mas o receio de arriscar nas primeiras especiais, anulou as hipóteses de um lugar no pódio.
O espanhol Enrique Garcia Ojeda, que estreava o Peugeot 206 RC de Grupo A, voou baixinho, alcançando o sexto lugar, na frente de um espectacular Pedro Leal, que pela terceira vez consecutiva, consegue por o Fiat Stilo JTD nos lugares pontuáveis.
De regresso a um quatro rodas motrizes, Vitor Sá aproveitou o facto de sair entre os primeiros, quando as condições de terreno eram favoráveis, para realizar alguns bons tempos e fechar o lote de pilotos que chegaram aos pontos. Foi notória a evolução do piloto em terra, mas continua a apresentar algumas dificuldades aos demais adversários.
Numa luta de Mitsubishi's, o açoreano Ricardo Moura levou a melhor sobre Valter Gomes. Já Nuno Barroso Pereira colocou o Iimpreza WRX na frente de MEX, que se estreava num 4x4 - EVO IX.
Um dos principais animadores do CNR, Fernando Peres teve uma prova infeliz. Com reais aspirações ao pódio (porque à vitória seria quase impossível), o piloto que ostenta o patrocínio da Região Autónoma dos Açores foi vítima de uma saída de estrada, que o atirou para fora dos lugares cimeiros (acabou em 15º).
A prova ficou marcada por muitos abandonos, alguns deles motivados por despiste, como foram os casos de Carlos Guimarães, que caiu de uma ravina com o Lancer EVO VIII, de Luís Cardoso, Francisco Barros Leite, Pedro Rodrigues e Ricardo Costa. De salientar também os abandonos de Conrad Rautenbach com problemas no motor de arranque no C2, Pedro Meireles, Bernardo Sousa e Nuno Coelho, todos eles com problemas mecânicos.
Frederico Gomes venceu entre os pequenos Citroën C2 R2, na estreia deste modelo, apesar de alguns problemas com a direcção. Apesar de ter sido Paulo Antunes quem mais se evidenciou no princípio do rali, seguido por Armando Oliveira, estes dois concorrentes form obrigados a abandonar com problemas de transmissão e direcção, respectivamente. Rodrigo Ferreira foi segundo e Armindo Neves fechou o pódio. Mesmo com as evoluções, e com um plantel muito interessante, a viatura ficou aquém do esperado, em termos competitivos.
Infelizmente as condições meterológicas voltaram a condicionar a realização da prova, organizada pelo Targa Clube, que continua a insistir na organização em terra, no início da temporada, com pisos lamaçentos, praticamente inguiáveis. Muito positivo é o facto da presença de muito público, que aparentemente com a entrada de Portugal no mundial fez as “pazes” com os ralis. Curioso o facto de estarem muitos espanhóis a assistir a prova, talvez não só pela presença de Ojeda na prova, mas também por toda a ênfase dada ao CNR por alguns orgãos de comunicação social da “vizinhança”.
A prova também ficou marcada pela anulação de uma especial – segunda passagem por Anissó, e das condições anormais em que esta anulação ocorreu.
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