A História do Rali de Portugal construiu-se também através de locais míticos, onde se juntavam muitos milhares de pessoas para ver passar os concorrentes.
Quem não se recorda do Confurco (passagem de asfalto) em Fafe, o Salto da Pedra Sentada ou de Pereira. Em Arganil, a Selada das Eiras, a Casa do PPD, os Penedos Altos, etc. são muitos os exemplos que podiam ser dados, de troços que foram construindo a sua história. Depois do Rali de 2001, quando surgiu a notícia que Portugal iria perder a sua prova do Mundial de Ralis, a grande maioria dos adeptos sentiu-se órfã de uma prova que aprendeu a gostar.
Iríamos deixar de ter a possibilidades de ver duelos como o de Carlos Sainz e Juha Kankkunen, em 1995 na Lousã. Carlos Sainz e Didier Auriol em 1991 em Arganil, sob chuva intensa. Timo Salonen e Walter Rohrl em Arganil, 1985 ou Colin McRae e Carlos Sainz em 1998, em Amarante.
Os anos entre 2001 e 2007 foram penosos, mas a esperança de voltarmos a ter o Rali da Portugal no Mundial, que entretanto se tinha mudado para o Algarve em 2005, surgiu com mais força em 2006, quando o ACP colocou de pé uma prova candidata ao WRC, que em nada devia em termos organizativos aos ralis que então pontificavam no Mundial.
O ano de 2007 só veio provar que a prova portuguesa nunca deveria ter saído da competição, e se agora os seus responsáveis entendem que os ralis precisam da paixão dos adeptos e de provas com história para suster a competição, Portugal, nesse aspeto está sempre na linha da frente.
Desde 2007 para cá, os adeptos portugueses têm vindo a construir uma nova relação com o Rali de Portugal no Algarve, e mesmo que se mantenham algumas vozes que "O Rali de Portugal é no Norte" a verdade é que cada vez mais adeptos se deixam seduzir pelos encantos da prova a Sul.
Ainda a anos-luz da mística que emanava de Sintra, Arganil ou Fafe, a verdade é que a pouco e pouco vai crescendo a ligação dos adeptos aos novos pontos-chaves do Rali de Portugal.
Ponto de encontro a Sul
Para este ano repetem-se troços como o de Santa Clara, sendo que o "Gancho da Santinha" já é ponto de encontro de milhares de pessoas. Nos últimos anos já se disputou nos dois sentidos, mas nada se perdeu em termos de animação e espetáculo O bom acesso também ajuda, e este ano espera-se nova peregrinação à "Santinha".
O troço de Ourique também continua a juntar cada vez mais aficionados, com o seu ex-libris, o Salto e a casa típica da zona num troço em que as habituais zonas espetáculo têm a sorte de estar localizadas em verdadeiros locais de grande espetáculo e animação.
O troço do Malhão, agora Felizes ficará sempre marcado na memória de Jari-Matti Latvala, que um dia contará aos seus netos como desceu uma encosta a capotar. Lá para o meio, um troço que fica a dever muito pouco ao que se vê pela Serra do Açor, em Arganil. Também aqui há zonas onde pode seguir os pilotos serra abaixo por largas centenas de metros, mesmo mais de um quilómetro, num espetáculo visual inigualável.
Almodôvar é um daqueles troços de WRC "à séria". Apesar de ter algumas zonas algo estreitas, na sua grande maioria, pela velocidade que se atinge, mais parece a Finlândia, especialmente na sua fase inicial, embora sem os saltos.
A especial do Vascão é outro dos bons exemplos da dificuldade que os pilotos do WRC atribuem à nossa prova, ao ponto do russo Evgeny Novikov, que este ano regressa ao WRC, preferir optar por outra prova mais fácil ao invés do Rali de Portugal, que reputa de: "Demasiado difícil e técnico para mim". O Vascão é um troço digno de ser visto, especialmente a meio, na ZE antes da proibida passam na ribeira do Vascão.
Também em Silves os adeptos já começam a "peregrinar" para o gancho que precede a passagem por baixo da auto-estrada (A2). Uma zona onde atingem quase 200 km/h termina com um"cotovelo" para a direita e o bailado da travagem e aceleração é impressionante.
Este ano no WRC foi estreada a Power Stage, que este ano 'calhou' ao regressado troço de Santana da Serra, que ´toca´ na povoação antes se voltar a embrenhar no monte, serra acima, serra abaixo.
E o futuro?
Tendo em conta a abertura da FIA a novas ideias para os ralis, talvez um dia seja possível voltar a estender o Rali de Portugal por todo este cantinho à beira mar plantado. Quem não gostaria de voltar a ver uma etapa em Sintra, com a caravana a rumar à Lousã, Arganil, Viseu, Régua, Marão, Cabreira, Fafe, Ponte de Lima, e descer pela Freita, Arouca, Buçaco, Abrantes, Coruche, uma estreia no Alentejo antes do Algarve. Um dia talvez volte a ser possível, mas para já temos uma magnífica prova no Algarve, e se recentemente ouvimos falar de 25 inscritos no México, esperem para ver quanto pilotos estarão em Portugal. Em 2007 foram 80, e em 2009 e 2010, 75, cada.
Uma coisa é possível garantir. Todos os que ainda têm um preconceito relativamente ao Rali a Sul, percam-no, pois caso contrário estão a deixar fugir anos de espetáculo, que nada fica a dever muito às Catedrais dos Ralis em Portugal. Então com os novos 'bailarinos' WRC...
Ora recorde lá as imagens...
retirado de Autosport
Quem não se recorda do Confurco (passagem de asfalto) em Fafe, o Salto da Pedra Sentada ou de Pereira. Em Arganil, a Selada das Eiras, a Casa do PPD, os Penedos Altos, etc. são muitos os exemplos que podiam ser dados, de troços que foram construindo a sua história. Depois do Rali de 2001, quando surgiu a notícia que Portugal iria perder a sua prova do Mundial de Ralis, a grande maioria dos adeptos sentiu-se órfã de uma prova que aprendeu a gostar.
Iríamos deixar de ter a possibilidades de ver duelos como o de Carlos Sainz e Juha Kankkunen, em 1995 na Lousã. Carlos Sainz e Didier Auriol em 1991 em Arganil, sob chuva intensa. Timo Salonen e Walter Rohrl em Arganil, 1985 ou Colin McRae e Carlos Sainz em 1998, em Amarante.
Os anos entre 2001 e 2007 foram penosos, mas a esperança de voltarmos a ter o Rali da Portugal no Mundial, que entretanto se tinha mudado para o Algarve em 2005, surgiu com mais força em 2006, quando o ACP colocou de pé uma prova candidata ao WRC, que em nada devia em termos organizativos aos ralis que então pontificavam no Mundial.
O ano de 2007 só veio provar que a prova portuguesa nunca deveria ter saído da competição, e se agora os seus responsáveis entendem que os ralis precisam da paixão dos adeptos e de provas com história para suster a competição, Portugal, nesse aspeto está sempre na linha da frente.
Desde 2007 para cá, os adeptos portugueses têm vindo a construir uma nova relação com o Rali de Portugal no Algarve, e mesmo que se mantenham algumas vozes que "O Rali de Portugal é no Norte" a verdade é que cada vez mais adeptos se deixam seduzir pelos encantos da prova a Sul.
Ainda a anos-luz da mística que emanava de Sintra, Arganil ou Fafe, a verdade é que a pouco e pouco vai crescendo a ligação dos adeptos aos novos pontos-chaves do Rali de Portugal.
Ponto de encontro a Sul
Para este ano repetem-se troços como o de Santa Clara, sendo que o "Gancho da Santinha" já é ponto de encontro de milhares de pessoas. Nos últimos anos já se disputou nos dois sentidos, mas nada se perdeu em termos de animação e espetáculo O bom acesso também ajuda, e este ano espera-se nova peregrinação à "Santinha".
O troço de Ourique também continua a juntar cada vez mais aficionados, com o seu ex-libris, o Salto e a casa típica da zona num troço em que as habituais zonas espetáculo têm a sorte de estar localizadas em verdadeiros locais de grande espetáculo e animação.
O troço do Malhão, agora Felizes ficará sempre marcado na memória de Jari-Matti Latvala, que um dia contará aos seus netos como desceu uma encosta a capotar. Lá para o meio, um troço que fica a dever muito pouco ao que se vê pela Serra do Açor, em Arganil. Também aqui há zonas onde pode seguir os pilotos serra abaixo por largas centenas de metros, mesmo mais de um quilómetro, num espetáculo visual inigualável.
Almodôvar é um daqueles troços de WRC "à séria". Apesar de ter algumas zonas algo estreitas, na sua grande maioria, pela velocidade que se atinge, mais parece a Finlândia, especialmente na sua fase inicial, embora sem os saltos.
A especial do Vascão é outro dos bons exemplos da dificuldade que os pilotos do WRC atribuem à nossa prova, ao ponto do russo Evgeny Novikov, que este ano regressa ao WRC, preferir optar por outra prova mais fácil ao invés do Rali de Portugal, que reputa de: "Demasiado difícil e técnico para mim". O Vascão é um troço digno de ser visto, especialmente a meio, na ZE antes da proibida passam na ribeira do Vascão.
Também em Silves os adeptos já começam a "peregrinar" para o gancho que precede a passagem por baixo da auto-estrada (A2). Uma zona onde atingem quase 200 km/h termina com um"cotovelo" para a direita e o bailado da travagem e aceleração é impressionante.
Este ano no WRC foi estreada a Power Stage, que este ano 'calhou' ao regressado troço de Santana da Serra, que ´toca´ na povoação antes se voltar a embrenhar no monte, serra acima, serra abaixo.
E o futuro?
Tendo em conta a abertura da FIA a novas ideias para os ralis, talvez um dia seja possível voltar a estender o Rali de Portugal por todo este cantinho à beira mar plantado. Quem não gostaria de voltar a ver uma etapa em Sintra, com a caravana a rumar à Lousã, Arganil, Viseu, Régua, Marão, Cabreira, Fafe, Ponte de Lima, e descer pela Freita, Arouca, Buçaco, Abrantes, Coruche, uma estreia no Alentejo antes do Algarve. Um dia talvez volte a ser possível, mas para já temos uma magnífica prova no Algarve, e se recentemente ouvimos falar de 25 inscritos no México, esperem para ver quanto pilotos estarão em Portugal. Em 2007 foram 80, e em 2009 e 2010, 75, cada.
Uma coisa é possível garantir. Todos os que ainda têm um preconceito relativamente ao Rali a Sul, percam-no, pois caso contrário estão a deixar fugir anos de espetáculo, que nada fica a dever muito às Catedrais dos Ralis em Portugal. Então com os novos 'bailarinos' WRC...
Ora recorde lá as imagens...
retirado de Autosport
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