segunda-feira, setembro 3

A licença do WRC Team Mini Portugal

Reza a história que a expressão “il portoghese” é utilizada em Itália desde o séc. XVIII para definir aqueles que pretendem “usufruir dum serviço sem o pagar”. Mas pelos vistos, no séc. XXI há alguns italianos que pretendem refazer a história, já que encontraram um esquema que lhes permitiu baralhar, dar de novo, e ficar tudo na mesma... com exceção do piloto.

Um dos detalhes que muito se falou aquando da substituição de Armindo Araújo por Chris Atkinson na equipa WRC Team MINI Portugal foi a questão da utilização da licença. A substituição do piloto português pelo australiano, aliada à manutenção do mesmo nome causou estranheza, mas existe um boa explicação para isso.

É verdade que a licença WRC Team MINI Portugal pertence a Armindo Araújo, que a comprou na FPAK por 1900 euros. Depois de formalizado o despedimento, a Motorsport Itália pediu autorização ao piloto português para utilizar a licença, o que não foi autorizado por Armindo Araújo, com o piloto português a informar a FIA do sucedido.

Só que a BMW/MINI Motorsport intercedeu junto da FIA, e a Motorsport Itália viu-lhe ser passada uma nova licença, com o mesmo nome WRC Team MINI Portugal, mas passada pela ACI, Federação italiana. Portanto, quem julga que a Motorsport Itália correu na Alemanha com a licença pertencente a Armindo Araújo, engana-se, já que a licença tem é o mesmo nome. Pode parecer estranho, mas pelos vistos não é ilegal.

Basicamente, trata-se dum buraco nos regulamentos, já que uma qualquer nova empresa constituída nunca conseguirá registar uma marca com o mesmo nome (na maioria dos casos nem sequer parecido) mas neste caso específico, pelos vistos, parece ter sido possível à MotorSport Itália passar a correr com uma nova licença, com o mesmo nome, e dessa forma fugir ao facto de Armindo Araújo não os ter autorizado em correr com a sua licença.

publicado em Autosport

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