Um dos momentos de maior frisson vividos no Rali Vinho Madeira ocorreu em 2002 na Super-Especial de abertura. Como é habitual, o público madeirense deslocou-se em massa à Avenida do Mar. Com uma boa "colheita" de concorrentes, a prova de 2002 prometia muito espectáculo, e ninguém queria perder pitada. Alguns toques à passagem dos primeiros concorrentes à frente da Estátua da Autonomia deixavam indicadores sobre o que se iria passar.
Pela primeira vez na Madeira, Peter Bijvelds e Piet Bijvelds (filho e pai holandeses) prometiam espectáculo e luta pelos lugares cimeiros. Mas a participação no Vinho Madeira, com o Mitsubishi Lancer EVO VI de turismo, ficou-se pelo primeiro quilometro da Super-Especial de Abertura. Após a passagem de uma chicane (EEM) seguia-se uma sequência rápida frente à Estátua da Autonomia, que culminava numa ligeira esqerda com direita junto à Alfândega. Com algum optimismo à passagem após a Empresa de Electricidade, o holandês deu uma toque lateral no conjunto de pneus à sua esquerda, mas que impulsionou a viatura contra o outro lado da estrada. O embate contra duas palmeiras localizadas no passeio central foi crucial para que não ocorresse uma tragédia. Ao mesmo tempo passava o Toyota Corolla WRC de Enrico Bertone na outra faixa, que já havia começado a Super Especial e por pouco não foi atingido pelo carro de Bijvelds.
O ambiente ficou pesado, pois o susto da situação, provocou algum pânico, muito receio, principalmente por aqueles que se aperceberam do despiste, mas não viram se alguém havia ficado ferido (ou pior, se o carro havia atingido a grande moldura humana). Felizmente, as palmeiras eram fortes e amorteceram a viatura. Apenas Piet Bijvelds sofreu escoriações que o levaram ao Hospital.
Dois anos depois, por infortúnio do destino, Piet Bijvelds perdeu a vida no decorrer do Rali do Luxemburgo. Na passagem de uma chicane, Peter Bijvelds num Mitsubishi EVO VII, perdeu o controle da viatura embatendo com alguma violência numa àrvore, seguida de um muro. Ao que consta quando retiraram as notas, a chicane não estava presente no local, mas estava sinalizada no roadbook, facto que passou despercebido à equipa. Determinante foi o que sucedeu antes, pois nessa especial (provavelmente um furo, ou um problema com a viatura) Piet Bijvelds havia retirado o cinto de segurança. Por esquecimento, ou por falta de tempo, não o voltou a colocar o cinto e quando ocorreu a saída fatal não o tinha posto. O embate foi de tal forma violento, que a causa de morte foi a quebra do pescoço, após bater com a cabeça no pára-brisas. Piet Bijvelds faleceu com 62 anos, ao lado do filho Peter.
Ainda hoje, quando se realiza a Super Especial da Avenida do Mar vem à memória o acidente do Mitsubishi branco.
O video encontra-se disponível na net:
2 comentários:
Que eu saiba ninguém morreu neste acidente.
E nao morreu ninguem... se leres bem a noticia vez que foi dois anos depois noutro acidente que ele faleceu....
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