Sebastien Loeb e Daniel Elena averbaram mais uma vitória (39ª) no mundial de ralis. Desta feita, foi na Argentina, saltando para a liderança do mundial de ralis. A novidade desta feita não reside na vitória da dupla francesa, mas sim no facto de terem-na conseguido na estreia do novo patrocinador – a Red Bull.
A prova da Argentina escreve-se em poucas linhas. Primeiro devido ao mau tempo, com chuva e nevoeiro, que promoveram o aparecimento do piso lamaçento e duro, e depois a sorte dos campeões que permitiram mais uma vitória fácil no WRC.
Dois momentos decisivos ocorreram na prova. A primeira especial quando num ápice, Mikko Hirvonen que abria os troços superiorizou-se à demais concorrência por mais de 45 segundos. Depois foi o abandono do finlândes da Ford, na quinta especial, devido a uma quebra de suspensão dianteira quando parecia encaminhar para uma vantagem folgada. Loeb, que confessou surpreendido com o registo de Hirvonen no primeiro troço, assumiu a liderança para não mais a largar. Não somando muitas vitórias em especiais, andava sempre nos lugares da frente, e aproveitando os azares dos mais rápidos, acumulou uma vantagem que se cifrou nos 2:33,2 para o segundo classificado.
Entregue que estava a liderança da prova, as atenções viraram-se para a luta entre os dois Subaru’s de Chris Atkinson e Petter Solberg. A braços com alguns problemas no primeiro dia (amortecedor), Petter Solberg encetou uma perseguição a Chris Atkinson, e “roubou” a segunda posição na primeira especial do dia 2. Depois venceu várias especiais e acumulou preciosos segundos consolidando a segunda posição. Foi uma posição de liderança do norueguês, que depois de algumas exibições menos positivas, necessitava demonstar serviço. Mas, o pior ainda estava para vir, quando no último dia, a 3 especiais do fim o Subaru Impreza teve problemas eléctricos não permitindo que o motor funcionasse. O desalento de Solberg foi visível na camara onboard. A segunda posição ficava, bem entregue, ao Chris Atkinson que repete o resultado obtido no México.
Na terceira posição ficou Daniel Sordo a mais de 4 minutos de Loeb, obtendo uma classificação excelente numa prova com muito pouco brio. A Citroën podia rejubilar de alegria, pois na quarta posição terminou Conrad Rautenbach a vinte minutos de Loeb. Estes dois concorrentes lograram participar em todas as especiais do rali, e talvez seja esse o “segredo do sucesso” porque exibicionalmente foram fracos. Principalmente o zimbabweano, que ainda foi laureado com o prémio Abu Dhabi (não encontraram mais ninguém paupérrimo para dar o prémio) para a sensação da prova. Sinceramente a explicação só pode ser encontrada, no facto de ter finalizado a prova efectuando todas as especiais. Ou então “comprou” o prémio. Enfim, avançando.
Depois aparecem os concorrentes que “beneficiaram” do Super Rally. Mikko Hirvonen foi quinto na prova, averbando alguns bons tempos nos últimos dias, e sendo o melhor Ford. Ficou na frente de Federico Villagra e de Gigi Galli, que também se valeu do Super Rally depois de problemas eléctricos do Ford no segundo dia. A fechar os lugares pontuáveis ficou o vencedor da produção, Andreas Aigner em Mitsubishi Lancer EVO IX, também patrocinado pela Red Bull.
Jari-Matti Latvala foi também outra das figuras da prova. Um despiste na segunda especial do rali, o fez perder nove minutos e a esperança de lutar pela vitória. Latvala volta a desitir na 14ª especial com problemas na suspensão do Focus, mas regressa na última dia, acabando na 12ª posição, e somando alguns pontos nos construtores.
A Suzuki voltou a desiludir. Primeiro Per-Gunnar Andersson nem arrancou para a primeira especial com problemas mecânicos (foi 24º por superrally e pontuou para os construtores), e depois Toni Gardemeister desistiu na especial 8 com a suspensão partida, e depois na especial 20 com problemas hidrálicos no SX4.
As suspensões das viaturas foram muito massacradas durante a prova. Para além de Hirvonen, Latvala, Solberg, Gardemeister, que o diga Henning Solberg que viu literalmente um amortecedor lhe furar o capot do Focus WRC.
Os espectadores voltaram a comportar-se como verdadeiros “animais”, atirando pedras aos concorrentes. É um problema que subsista na América Latina e continua a ser minimizado pelas organizações, culpabilizando sempre o excesso de álcool.
A FIA também não se livrou de críticas, muito fortes, principalmente de Sebastien Loeb, devido ao facto de não autorizarem rasgos nos pneus cedidos pela Pirelli para esta prova. As dificuldades de aderência foram notórias, e as queixas fizeram-se ouvir por parte de vários concorrentes, questionando as condições de segurança com que participaram na prova.
Esta é uma semana difícil para a Federação Internacional do Automóvel, pois estas críticas parecem minimizadas, tendo em conta o escândalo que envolve Max Mosley. O presidente da FIA surge numa combinação bombástica de meninas, álcool e muito “Tau Tau”.
O mundial prossegue a 24 de Abril com a estreia do Rali da Jordânia.
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