Durante a semana passada, na apresentação do Rally de Portugal foram divulgados os nomes de alguns dos pilotos que constam da lista de convidados da organização da prova.
Como cabeça-de-cartaz o francês Didier Auriol disputará a prova com um Fiat Punto S2000. Não deixa de ser surpreendente este wildcard, pois há umas semanas a Grifone garantia a presença em algumas provas do IRC com o Corolla/Auris S2000 com Auriol, sendo Portugal uma das escolhidas. Ou existiu um recuou da Grifone, ou então uma alteração de viatura, uma vez que a Grifone também possui nas suas fileiras o Punto S2000, viatura que o francês também já testou. Quase a chegar aos 50 anos, Auriol tem um currículo invejável do qual sobressai o título mundial em 1994 com o Toyota Celica. Seu maior sucesso na prova portuguesa foi em 2002, já com o rali fora do mundial, com um Corolla WRC. De resto conta com 4 pódios (3 segundos e 1 terceiro lugar). A sua última participação ocorreu em 2005 como piloto convidado para tripular um Subaru Impreza WRX, acabando a prova após uma saída de estrada. Não apresentando os níveis competitivos para lutar pela viória, certamente o seu carisma ou mediatismo devem ter pesado na escolha pelos elementos da prova.
Também em Fiat Punto S2000 aparece o François Duval. Depois de uma presença no mundial como piloto oficial pela equipa Stobart, onde obtive a quarta posição com um Ford Focus WRC, o belga encontrasse afastado da competição. A sua participação com um Punto S2000 não é inédita. No ano passado, tripulou um Fiat da AutoMeca no Rally de Condroz e venceu. Piloto rápido e exuberante, sente-se particularmente à vontade em pisos de asfalto, embora a única vitória que detenha no mundial de ralis foi no Rally da Australia de 2005, quando tripulava um Citroën Xsara oficial. É dos pilotos que conseguem surpreender tudo e todos pelos bons e pelos maus motivos – o mesmo será dizer pelo andamento demonstrado, como pelos erros infantis que às vezes comete.
Da Finlândia chega Juho Hanninen. Um dos principais adversários de Armindo Araújo e Bernardo Sousa no Campeonato Mundial de Produção é um piloto rapidíssimo, com uma condução extraordinária e exuberante que no último ano lhe valeu alguns amargos de boca, nomeadamente despistes aparatosos. A sua exibição no Rally da Suécia deste ano foi assombrosa, lutando taco-a-taco com o Peugeot 207 S2000 de Patrik Sandell. Mesmo depois de assumir a liderança com uma vantagem considerável (fruto de um erro de Sandell) não baixou os braços, e vingou a desclassificação da temporada passada. Esta rapidez já lhe valeu a participação em três provas do mundial com um Mitsubishi Lancer WRC, das quais destaco o 8º lugar na Sardenha, que lhe deu o único ponto no WRC. Será interessante a forma como abordará à prova, agora que “joga no terreno do adversário”.
Finalmente, e mais importante, a presença de Armindo Araújo e Miguel Ramalho com o Mitsubishi Lancer EVO IX. A dupla portuguesa do PWRC volta a jogar em casa, e com “armas semelhantes ao inimigo”. Depois da prestação menos conseguida do ano passado com o WRC, Armindo Araújo volta com o EVO IX e concerteza quer mostrar serviço. Sem pressão dos pontos, nem nenhuma competição directa, terá carta branca para atacar a vitória. Esta será a prova ideal para se mostrar internacionalmente: com a divulgação da Eurosport, com uma lista de adversários competitiva, e com o conhecimento do terreno (a sua exibição em 2006 foi brilhante) é, a par com Bruno Magalhães, a esperança portuguesa para alcançar a vitória. Mesmo com as diferenças entre S2000 e Grupo N convencionais, Armindo têm uma palavra a dizer.
Falta referir que está já está em marcha o desafio BF Goodrich Drivers Team, com o qual a marca de pneus em parceria com a Kronos e ACP irão escolher um concorrentes para disputar o Rali de Portugal com um Peugeot 207 S2000. Actualmente está em fase de recepção de candidaturas, cujos requesitos consistem em ter licença desportiva FPAK num dos úiltimos três anos, nacionalidade portuguesa e enviar um currículo desportivo. Posteriormente, será feita uma pré-selecção de três candidatos que depois serão escolhidos por um júri constituido por um representante do ACP, um da BF Goodrich e 15 jornalistas. Actualmente são alguns os nomes referenciados como candidatos: António Rodrigues, MEX Machado dos Santos, Jorge Pinto, Ricardo Teodósio e Miguel Campos estão entre eles.
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