Piloto convidado pela organização do Rally de Portugal, é o único que ostenta um título mundial de ralis. Com 49 anos enfrenta um conjunto de concorrentes ambiciosos, jovens e muito rápidos. Afastado da alta competição há alguns pode valer-se da experiência para alcançar um bom resultado, ou confirmar a “reforma”.
Didier Auriol nasceu em Montepellier, França a 18 de Agosto de 1958. Com uma postura simpática e descontraída, raramente queixa-se de algo usando quase sempre a expressão "No Problem!", mesmo quando algo estava mal. Tinha a alcunha “The Frog” (O Sapo) e a sua imagem de marca eram os óculos de sol.
Inicialmente, condutor de ambulâncias, estreou-se nos ralis em 1979. Entre as viaturas que utilizou conta-se o Renault 5 Alpine, o Simca Rallye2, o Opel Kadett e um Ford Escort RS 2000 (faróis duplos).
Em 1984, participou com campeonato francês com um Renault 5 Turbo, e fez a sua primeira aparição no mundial, o Rally da Córsega (abandonou com problemas no Turbo). No ano seguinte, evoluiu para um Renault 5 Maxi ostendando as cores amarela e vermelha da 33 Export.
Ainda na era do Grupo B, vêem boas recordações do ano de 1986, quando com um MG Metro 6R4 sagrou-se campeão francês de ralis, pela primeira vez.
Com a abolição dos B’s, Didier Auriol passou para a Ford, tripulando um Sierra Cosworth no campeonato francês em 1987 e 1988, somando outros dois títulos franceses. Nesse ano de 88, participa em algumas provas do mundial como piloto da Ford, e averbou a sua primeira vitória na Volta à Corsega.
Os títulos nacionais franceses e as boas exibições no mundial, permitiram a passagem para a “poderosa” Lancia Martini. Conquistou o estatuto de especialista de asfalto graças às vitórias na Córsega em 1989/ 1990, Monte Carlo e Sanremo 1990/1991. Em plena evolução conquistou o vice-campeonato de 1990, atrás do rapidíssimo Carlos Sainz. O expoente ao serviço da Lancia ocorreu em 1992, quando com o Delta HF Integrale “Deltona” somou 6 vitórias no mundial, obtendo um record apenas batido por Sebastien Loeb em 2005. Infelizmente, somou abandonos nas restantes provas (excepção à Catalunha onde um 10ª lugar lhe deu um ponto), o que não permitiu ser campeão. Curiosamente, perdeu o campeonato, novamente, para Carlos Sainz.
A procura de uma equipa competitiva fê-lo mudar para a Toyota em 1993. Teve uma entrada fulgurante vencendo o Rali de Monte Carlo, mas ficou-se por aí. Averbou alguns pódios, e em conjunto com Juha Kankkunen ajudou a Toyota a vencer o título de Marcas.
O ano de ouro foi 1994. Com o modelo Celica, estava englobado num campeonato competitivo e com vários candidatos, venceu os ralis da Córsega, Argentina e Sanremo, e finalmente alcançou o título mundial de pilotos, superiorizando-se a… Carlos Sainz.
Estreou o modelo Celica GT-Four ST 205 no mundial de 1995. Obteve o a primeira vitória com este modelo na Volta à Corsega, no últimou triunfo dos seis que obteve na prova francesa. Mas o escândalo rebentou no final da temporada, quando verificaram-se que as viaturas eram providas de um dispositivo ilegal que aumentava a potência do motor. A desclassificação da marca e dos pilotos (para além de Auriol, também Kankkunen era piloto da Toyota) foi inevitável.
Com a Toyota impedida de participar no mundial de 1996, Auriol efectou algumas aparições esporádicas a título oficial. Representou a Subaru na Suécia e a Mitsubishi em Sanremo. A situação manteve-se em 1997, quando participou com um Ford Escort da RAS Sport em Monte Carlo, mas dedicou-se à evolução do Toyota Corolla WRC. Apesar de impedida de pontuar para o mundial de marcas, estreou a viatura na Finlândia, obtendo a 8ª posição.
Em 1998 regressou com a Toyota a nível oficial ao WRC. Venceu o Rali da Catalunha desse ano, e também o Rali da China de 1999, na única prova organizada neste país a contar para o mundial. Com o colega de equipa era... Carlos Sainz ajudou à conquista do mundial de marcas de 1999.
Em decréscimo de redimento é contratado pela Seat em 2000, com o intuito de desenvolver o Cordoba WRC. O melhor resultado foi o 3º lugar no Rali Safari, na única prova que pontuou para a marca espanhola.
A necessidade de um segundo piloto competitivo fê-lo passar para a Peugeot em 2001. Completamente ofuscado por Gronholm, seu momento alto foi a vitória no Rally da Catalunha. Conquistou a sua 20ª, e última, vitória no WRC.
Em 2002, sem lugar nas equipas oficias participou em alguma provas com um Corolla WRC da Grifone. O Rali de Portugal deixará de contar para o mundial, e foi a oportunidade de ouro para somar mais uma vitória. Não tendo a competitivade de outros tempos, superiorizou-se a um Andrea Aghini afoito, e a um Miguel Campos no 206 WRC em fase ascendente.
Regressou ao mundial de ralis em 2003. Novamente no Grupo VW, mas desta vez na Skoda, foi escolhido para aumentar a competitivade dos seu WRC. Inicialmente com o Octavia, e depois com o Fabia, não conseguia “milagres”. Um oitavo lugar na Nova Zelândia e um sexto na Argentina permitiu somar quatro pontos no mundial.
Em carreira descendente participava esporadicamente em algumas provas. Em 2005, participou no Rally de Monte Carlo com um Peugeot 206 WRC. Novamente como piloto convidado, desistiu vítima de despiste, no Rally de Portugal com um Impreza WRX.
Sua última aparição em prova, remota ao Circuito de Monza com um Toyota Corolla S2000 da Grifone (16º classificado). Aliás, a sua amizade com Fabrizio Tabaton fê-lo passar para a Grifone com o intuito de desenvolver o Corolla/Auris S2000 a usar no Campeonato Italiano 2008. Inicialmente estava prevista uma presença no IRC com o modelo japonês, projecto esse que não avançou, tal como outros tantos com Toyota’s S2000. A Grifone, que também prepara o modelo Punto, disponibiliza a viatura para o francês, que para além de Portugal, também deverá marcar presença num mini-programa de 4 provas do IRC.
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