O Rali de Portugal fica marcado pelo regresso à competição de Manfred Stohl. Este austriaco disputou as últimas temporadas do campeonato mundial ao mais alto nivel, associado à OMV, e na última temporada à Kronos. Apontado no início da temporada como concorrente do IRC, apenas está prevista a participação no Rali de Portugal com apoios organizativos.
Manfred Stohl nasceu em Viena há 37 anos. Filho do piloto de ralis Rudi Stohl, estreou-se em 1991 com um competitivo Audi 90 Quattro.
Nos primeiros anos da sua carreira, optou por efectuar os ralis mais duros do mundial – Bandama/Costa do Marfim, Safari e Argentina, confiando nos modelos da Audi: 90 Quatro e Coupé S2. Em 1995 faz uma incursão no Rally de Portugal com o Coupé S2, mas desiste com problemas no diferencial. Em 1996, participa no Rally da Argentina com um Subaru Impreza 555.
Falar de Stohl, também é associar ao mundial de produção. A sua incursão deu-se em 1997 na equipa Mitsubishi Ralliart Alemanha. O seu melhor resultado foi obtido no Rally de Portugal com um segundo lugar num Lancer EVO III, a 10 segundos do seu companheiro Gustavo Trelles.
Em 1998, mantendo-se fiel ao Lancer EVO III, consegue a sua primeira vitória no mundial de produção no Rally de Monte Carlo. Vence também as provas da Córsega e Grã-Bretanha, na estreia do EVO V, e conquista o vice-campeonato da PWRC. No ano seguinte as coisas não correram de forma positiva. Pautado por alguns abandonos, apenas sobressairam dois segundos lugares: Córsega e Sanremo.
Em 2000 sagrou-se campeão mundial de produção, averbando vitórias na Nova Zelândia, Córsega e Grâ-Bretanha. O compromisso fiabilidade / rapidez do Mitsubishi Lancer EVO VI foi impressionante, acabando sempre nos 4 primeiros, e apenas somando um abandono (Argentina).
Em 2001 também decidi passar para as duas rodas motrizes, participando em algumas provas com um Fiat Punto S1600 da Top Run. A experiência não foi positiva, pois não conseguia acompanhar os principais rivais (Loeb, Duval, Cols, McShea ou Dallavilla). Na produção, o ano ficou marcado pela desqualificação no Rally de Portugal. Aquele “maldito” ano deixou poucas saudades aos portugueses, mas também a Stohl, pois irregularidades no Lancer retiraram o 2º lugar obtido na estrada. Paralelamente, participou em algumas provas do Europeu com um Toyota Corolla WRC, destacando a vitória no International A1 Waldviertel Rally (Áustria).
O “bichinho” dos WRC despertou em Stohl, e em 2002 optou por participar em algumas provas do mundial, a título privado (Stohl Racing). Usou um Toyota Corolla no Monte Carlo e o Ford Focus no Chipre e Grâ-Bretanha. Pelo meio duas participações na ronda da Oceania, com um Lancer EVO VI (Gr.N). A convite da organização do Rali Vinho Madeira, participou com um Peugeot 206 WRC da Grifone na prova madeirense, finalizando na 5ª posição. Também repetia a presença em provas austriacas, vencendo o OMV Rally e Waldviertel, com um Focus WRC da Stohl Racing.
Aproveitando o patrocínio da OMV participou no Rally da Acrópole e Alemanha, de 2003, com um Huyndai Accent WRC. Mas a pouca competitividade fê-lo regressar ao Peugeot 206 WRC (Stohl Racing) com que havia disputado o Rally de Monte Carlo. Averbou uma sétima posição no Rally da Grâ-Bretanha, somando 2 pontos no mundial. Em 2002 regressou à Madeira com um Focus WRC, assistido pela Procar e navegado por Petter Muller. Mas a sua participação quedou-se por um abandono no primeiro dia, devido à quebra do turbo.
Em 2004 regressou ao mundial de produção, com a equipa OMV World Rally Team. Com um Mitsubishi Lancer EVO VII o seu melhor registo foi na Nova Zelândia, com um segundo lugar. Aproveitando as provas não pontuáveis para o PWRC, participou com um Peugeot 206 WRC na Acrópole e em Gales, somando um 6º e 8º lugar, respectivamente.
Em 2005 colocou a fasquia alta. Em boa altura diga-se, pois estava atravessando um dos melhores períodos da carreira. Tripulou um Citroën Xsara WRC da equipa OMV WRT, e alcançou o seu melhor resultado no WRC: 2º lugar no Rally de Chipre, subindo também na Austrália ao pódio.
Em 2006, graças à alteração regulamentar na constituição de equipas, efectuou uma parceira com Henning Solberg, na Peugeot Team Norway. Tripulando um Peugeot 307 WRC, deu continuidade aos bons resultados: 3º Austrália; 3º México; 3º na Nova Zelândia e 2º no Rali de Gales (melhor resultado no WRC, a par com Chipre 2006). Somou 54 pontos, acabando na 4ª posição do Mundial de Pilotos.
Passou para a Kronos em 2007, onde tripulou um dos Citroën Xsara WRC. A entrada em cena de uma jovem geração de pilotos, de viaturas mais competitivas e as dificuldades financeiras da equipa foram decisivos para a temporada de Stohl. Apesar de muito regular, não tinha argumentos para lutar pelos lugares cimeiros. Seu melhor resultado foi um sexto lugar no Rally do México. A passagem por Portugal também não foi positiva, sendo recordada principalmente pelo despiste na especial de Almodôvar (na mesma curva de Armindo Araújo e Chris Atkinson). Com alguns danos conseguiu continuar em prova, terminando na 9ª posição.
Desde 2001 que conta regularmente com a companhia de Ilka Petrasko-Milnor na navegação. Stohl também contou com a navegação de Peter Muller (com que foi campeão do mundo de produção) e de Kay Gerlach nos primeiros anos.
Inscrito com um Peugeot 207 S2000, poderá aproveitar o conhecimento dos troços para alcançar um bom resultado.
1 comentário:
Boa tarde, Quim. Agradeço a informação, sobre o Vitor Sá, que deixou no meu blog.
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