terça-feira, abril 29

Neves imparável em Monchique

Monchique é talismã para a equipa José Neves/José Jesus, que averbou mais uma vitória neste concelho, desta vez no Rali do CAP-Monchique.
A prova de abertura do Challenge Regional de Ralis, teve um misto de qualidade e quantidade em toda a vertente desportiva, não deufrandando as expectativas de quem assistiu ao rali na estrada. Num traçado muito interessante, embora com alguma dureza, José Neves levou a melhor. Tripulando um Mitsubishi Lancer EVO IV, assumiu a liderança do rali após a primeira especial, mas as diferenças para os principais adversários eram reduzidas. Com o decorrer da prova aproveitou os azares da concorrência e a resistência da viatura para acumular vantagem, que no final se traduziu em 41,7 segundos para os demais.


Na segunda posição Luís Nascimento e Carlos Caliço "espremeram" o Opel Corsa 2.0 para conseguir rivalizar com as viaturas de tracção. Perdendo pouco tempo nas passagens pelo troço mais curto, as passagens pela especial Autódromo/Casais foram decisivas, pois as especificações do traçado duro, quase sempre a subir impediram de lutar pela vitória. Nestas PE’s ficaram 40,7 segundos do total que o separou de José Neves. Ainda assim coloca-se em posição priveligiada na defesa do título de 2007.


A fechar o pódio ficou a dupla Eduardo Valente/João Lelo em Renault Clio Williams, que protagonizaram a surpresa da prova. Depois de dois anos sem competirem em terra, mostraram-se competitivos e regulares. Com uma viatura bem preparada fizeram bons cronos e foram gradualmente subindo na classificação até alcançar o terceiro lugar final, segundo entre os 2 rodas motrizes.


A estreia no challenge de Vítor Santos foi proveitosa. O campeão do regional norte, acompanhado por Filipe Carvalho, enfrentou a difícil concorrência local. Apostando num misto de regularidade e rapidez passou com distinção, acabando na quarta posição, a apenas 3,4 segundos dos lugares do pódio.O impressionante Ford Sierra da equipa Pedro Leone/Bruno Ramos não deixou ninguém indeferente. Nem os espectadores, nem os adversários que viram aquela "máquina devoradora de terra" acabar na quinta posição.


Este rali dificilmente será esquecido por Paulo Nascimento. Contando com a navegação de Ricardo Barreto, esteve em posição de discutir a vitória no rali. Depois de uma entrada cautelosa, quedando a mais de 10 segundos da frente, efectuou o melhor tempo na 2ª especial deixando-o próximo de José Neves. À entrada da última especial estava tudo por decidir, com 5,6 segundos a separá-los. Decidido a repetir o feito da primeira passagem, imprimiu um andamento forte. Por infurtúnio, a dupla furou a meio do troço, quando passaram por um conjunto de pedras, que "misteriosamente" teimavam em regressar à estrada. A brincadeira, ou maldade, custou-lhe um minuto, e consequente queda para a sexta posição.


Depois de um início de temporada menos positivo, Paulo Jesus e Licínio Santos regressaram às boas exibições, e como tal bons resultados com o Ford Sierra. Ficaram na sétima posição, superiorizando-se na última especial a António Lampreia, em Ford Escort Cosworth, por 2,9 segundos. O piloto alentejano, navegado por Pedro Macedo, esteve envolvido numa luta com Pedro Leone e Vitor Santos, mas problemas na última especial fizeram-no perder tempo e cair para a oitava posição.


José Correia levou o BMW 325 IX à nona posição final. Um resultado muito positivo, considerado que um toque ao fim de 500 metros da primeira especial, danificou o triângulo de suspensão, fazendo recuar a roda e desalinhar a direcção.


A fechar os dez primeiros, Vasco Tintim e Pedro Silva, também venceram a classe reservada aos veículos com cilindrada inferior a 1600 cm3. Os concorrentes do Peugeot 205 GTi tiveram um percalço à passagem de uma ribeira, quando a viatura "calou-se" e "descansou" 15 segundos. Na segunda posição da classe ficaram Carlos Marreiros e José Conceição em Opel Corsa, seguidos de Alexandre Ramos e Sandra Ramos num Peugeot 106 Rally.


Azarados da prova foram Gil Antunes e Daniel Amaral. Os concorrentes de Aruil encontravam-se a discutir os lugares do pódio, quando um despiste deixou o Opel Astra "pendurado" num barranco. Esta ocorrência prejudicou também os concorrentes que lhe seguiam. Jorge Baptista e Augusto Páscoa auxiliaram Gil Antunes, mas perderam muito tempo, caindo na classificação.


A prova do CAP ficou marcada pelos muitos abandonos: Ricardo Teodósio e Pedro Conde continuam a atravessar uma fase interminável de desistências, e novamente o EVO IV ficou na primeira especial. Pedro Charneca e Luís Assunção abandonaram após a 3ª especial, depois de um toque no final do troço. Com uma decoração nova no Ford Sierra Cosworth, a equipa João Monteiro/José Teixeira entrou ao ataque, mas uma avaria mecânica acabou com a prova. Rui Coimbra e Márcio Pereira abandonaram no Parque de Assistência com problemas de caixa de velocidades. O Peugeot 205 GTi de José Carlos Paté/José Gago voltou a não concluir a primeira especial de uma prova. Também num "leãozinho" Marco Gonçalves/Pedro Arroja, queixaram-se de muitos problemas de embraiagem e ficaram a poucos quilómetros do final.


A organização da prova este em bom plano, denotando evolução significativa na administração de recursos. Aproveitando a ocasião deram a conhecer alguns contornos da próxima prova, o Rali Robbialac Cidade de Beja, que terá como novidade uma super-especial de abertura, no Estádio de Beja.

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