O jovem piloto belga é dos afortunados que já representaram algumas equipas oficiais, e já conta no seu currículo uma vitória no campeonato mundial. Reconhecidamente rápido, também é conhecido pelo feitio difícil e temperamental. Costuma intercalar as boas exibições, com provas menos conseguidas, e até garantir no currículo muitos despistes.
François Duval tem 27 anos, e desde muito cedo foi influenciado no gosto pelos desportos motorizados. O seu pai, René Duval, participou em algumas provas com um Toyota Corolla 16S, com preparação caseira. Em 1994, sagrou-se campeão da Bélgica de RallySprint com um Toyota Celica GT-Four ex-Renaud Verreydt. Duval já desempenhava papel importante ao verificar as notas do pai, e dando indicações importantes sobre o seu andamento.
Começou com um quad artesanal aos seis anos de idade, demonstrando apetência para andar depressa. Mais tarde participou em algumas provas em quad, e posteriomente karting, enriquecendo o palmarés.
Na adolescência participou no Campeonato da Bélgica e Europeu de karting e somou alguns triunfos. Muitos previam um futuro nos ralis, mas ainda não tinha atingido os 18 anos de idade. Em 1998, Réne Duval, efectua a última temporada no campeonato belga, decidindo por um ponto final na carreira e passar o testemunho ao filho.
Em 1999, Duval disputou o Challenge Citroën Saxo. A ausência de licença impediu a presença na primeira prova, mas a estreia ocorreu no Rally Thy-le-Châteu, num Saxo. A segunda prova da carreira foi no Toyota Celica 4WD (familiar) no Rallye de 2 Bottes. A sua primeira aparição no Challenge Saxo, foi no Circuit de Ardennes, e ficou marcada pelo sucesso. Nessa temporada, garantiu mais três vitórias vencendo o Challenge Saxo e recebeu o “Capacete de Ouro” para melhor piloto de corridas da Promoção.
O seu desempenho valeu a entrada no “Mitsubishi Marlboro Junior Team” em 2000, a fim de disputar algumas provas com um Lancer EVO VI. O seu primeiro sucesso é no Rally de Wallonie, que vence categoricamente. Preocupado com a aprendizagem, participa também na Divisão 2 (equivalente a um campeonato open belga) com o Toyota Celica 4WD. Apesar de demonstrar superioridade e rapidez, a mecânica da viatura raramente aguentava o impeto de belga, levando-o muitas vezes ao abandono.
Em 2001 dá-se um volte face na carreira de Duval com um contrato com a Ford para disputar algumas provas com um Puma S1600. Os resultados não eram os esperados, pois a maioria das vezes primou pelo abandono, mas as exibições eram convicentes, e valeram um teste com um Focus WRC no final da temporada. Ao mesmo tempo participou com um Mitsubishi Carisma GT em algumas provas do mundial, entre elas o Rally de Portugal, que abandonou com problemas eléctricos.
Em 2002, volta a participar no campeonato junior, e começa o ano a vencer os S1600 no Rali de Monte Carlo. A M-Sport decide compensá-lo e atribiu um programa mundial num Ford Focus WRC, em complemento da participação no JWRC. Das seis participações com um Focus, apenas finaliza uma… a primeira prova, no rali da Suécia, com um 10º lugar.
Beneficiando da saída de Colin McRae e Carlos Sainz da Ford, é promovido a piloto oficial e, tem como colega de equipa Markko Martin. Um dos pontos altos da carreira, foi no facto de ter estreado o modelo WRC 03 do Focus no Rally da Nova Zelândia. Os dois melhores resultado da temporada, foram os terceiros lugares na Turquia e Córsega, demonstrando a apetência por asfalto.
A temporada de 2004 foi de adaptação, desempenho e progresso, mas continuava a ser o número dois, secundando Markko Martin. Conseguiu uma dobradinha no Rally do México, e ainda averbou um segundo lugar no Rali da Alemanha, num ano que subiu 5 vezes ao pódio. No final da temporada, foi 6º com 53 pontos, mas não o suficiente para manter na Ford.
Firma então contrato com a Citroën, fazendo parceria com Sebastien Loeb na defesa das cores da marca francesa. Mas tem um início de temporada desastroso: erros promoveram abandonos, ou maus resultados, e não satisfazia o chefe de equipa Guy Frequelin, que tomou a decisão de substitui-lo na Turquia e Acrópole, pelo seu ídolo Carlos Sainz. O “castigo” fez-lhe bem pois regressou na Argentina e começou a finalizar provas. Pontos altos, os segundos lugares no Rali da Alemanha e no Rali de Gales, e finalmente a vitória na última prova da temporada – Rali da Austrália, que contou com uma “ajudinha” de Loeb, que despistou-se quando comandava destacado.
Em 2006, a Citroën abandonou o mundial de ralis, para promover a evolução do modelo C4. Sebastien Loeb foi para a Kronos, mas Duval ficava fora dos planos da Citroën. Aliou-se à First Motorsport e participou em 8 provas do mundial com um Skoda Fabia WRC. O melhor resultado foi no Rali da Catalunha, onde averbou um sexto lugar, mas também pontuou na Sardenha e em Gales.
Preparou aficandamente a temporada de 2007, com um Skoda Fabia WRC da First Motosport, mas sucessivos adiamentos, e falta de patrocínios apenas viabilizaram a presença no Rali da Acrópole. Com o intuito de auxiliar Loeb no mundial de ralis, e fazer frente ao esquadrão da forte, representa a Kronos em algumas provas do WRC. Participando somente em asfalto, soma um brilhante segundo lugar na Alemanha, com um Xsara, mas não consegue repetir os êxitos na Catalunha e Córsega. Foi apontando como piloto Kronos para 2008, mas surpreendentemente tripula um Fiat Punto S2000 da Automeca no Rally de Condroz, vencedo-o e superiorizando a forte concorrência belga. Participa no Memorial Bettega com um Subaru Impreza, e as especulações sobre a ida para a Subaru tomam forma.
Mas, a maior supresa deu-se no Rali de Monte Carlo, onde apareceu inscrito como piloto oficial da Stobart, no Ford Focus WRC. Participa num duelo com Chris Atkinson pelo último lugar do pódio, mas a vantagem penda para o lado do australiano da Subaru. Mesmo assim, soma 5 pontos referentes à quarta posição, e premeia a aposta da Stobart. Dai para cá, não há registos de provas de Duval, pois apenas tem garantida participação nas provas de asfalto do mundial, representando as cores da marca satélita da M-Sport.
François Duval surge em Portugal como convidado da organização, tripulando um Fiat Punto S2000. Depois da recusa na Participação no Team BF Goodrich Drivers Belgium, esta poderá ser a oportunidade para mostrar serviço em terra.
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