A decisão de efectuar Super Especial do Rali de Portugal em Faro, pareceu um pouco arriscada. Primeiro por ser um dia de semana e às 18:00, depois era em asfalto e num traçado sinuoso do Parque de estacionamento de São Francisco, e também porque a divulgação não era suficiente, e foi notório no shakedown.
Qual não foi o espanto de ver “uma casa” preenchida, passando as minhas melhores previsões. Começando com a colocação de 3 grandes bancadas para VIP’s, mas que também esteve a espaços disponível para o público em geral, passando por um traçado interessante com zonas em que era possível acompanhar grande sequência de curvas. Positivo também o facto do Parque de Partida ser dentro do Largo de São Francisco, permitindo uma relação concorrente/espectador próxima. Era possível cruzar com François Duval, Manfred Stohl ou mesmo com o Marcus Gronholm. Outro dos pontos altos residiu no desfile de alguns clássicos convidados: Aston Martin, Porsche, Ferrari, BMW 2002, Ford Escort, Fiat Bertone, Corolla, Celica, Isetta, Mini Morris, Fiat 500, e mesmo alguns “calhambeques” deram ar da sua graça.
Bonita a separação dos VIP’s da malta “pobre”. A bela da “febra” estava do lado de dentro do percurso, junto dos maquinões, enquanto que a “ralé” via os carros por uma grade… quase como ver o Sol aos quadradinho… neste caso os carros.
Um pouco mais a sério, um ponto que deve ser alterado consiste na ordem de partida dos concorrentes. Ao partirem numa super-especial pela ordem ascendente, o público irá abandonar o local gradualmente enquanto os mais rápidos acabam o percurso. Principalmente pela hora de começo, 18:00, ser uma hora que a classe trabalhadora começa a abandonar os emrpegos, seria benéfico deixar o melhor para o fim. Ganhava a organização, os concorrentes e o público.
A especificação das viaturas para terra, e o traçado sinuoso não permitiu grandes “invenções”. Notava-se quem andava para o relógio, e quem dava espectáculo. Os Mitsubishi eram animadores, mas o “velhinho” Didier Auriol é que colocou o público em sentido com uma condução muito agressiva e espectacular.
Na vertente competitiva, Luca Rossetti manteve o impeto da Super Especial e assumiu a liderança do Rali. Nicolas Vouilloz foi segundo a 0,6 segundos, enquanto que Armindo Araújo, Brice Tirabassi a um surpreendente Fernando Peres partilharam o terceiro posto, a 0,7 segundos. Basso foi 6ª, José Pedro Fontes 7º, Kopecky 8º, Duval 9º e Loix fechou os 10 primeiros, a 1,9 segundos do líder.
Carlos Matos venceu entre os duas rodas motrizes, superiorizando a Simon Jean-Joseph e Pedro Leal, que curiosamente efectuaram o mesmo tempo. Marcus Gronholm também esteve muito bem, embora o tempo averbado pelo ex-campeão do mundo não foi o mais rápido.
Azarados foram Carlos Costa e Valter Gomes que não finalizaram a Super Especial averbando mais 3 minutos que o líder. No caso do piloto do C2 foi um problema de motor, já Valter Gomes não é de conhecimento público.
Amanhã cedinho, a caminho da serra… que o rali vai passar.
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