quinta-feira, junho 3

Notas breves do Rally de Portugal

Terminado o Rally de Portugal 2010, é hora de fazer balanços sobre o que de bom e menos bom aconteceu na prova portuguesa do Mundial de Ralis.

Os Mais:
- Sebastien Ogier é inevitavelmente o ponto mais alto do Rally de Portugal. O francês de vinte e seis anos demonstrou em Portugal ser o único piloto que poderia fazer sombra a Sebastien Loeb e quando todos esperavam que perdesse a liderança conquistada no primeiro dia, acabou por gerir de forma perfeita a sua vantagem ao abrir a estrada. Ogier passou definitivamente de esperança a confirmação e valeu a pena Olivier Quesnel não o "travar".
- A Citroen é cada vez mais a equipa mais forte do Mundial de Ralis e como se esperava, acabou por deixar a Ford a uma distância significativa. A equipa de Olivier Quesnel foi a única que preparou convenientemente a prova portuguesa e isso acabou por ser bem visível no terreno. Mesmo que alguns não queiram assumir, o C4 é de uma dimensão diferente do Focus WRC preparado pela M-Sport, em particular em provas onde o piso provoque um maior desgaste nos pneus.
- Público – Foram largas centenas de milhares aqueles que se deslocaram aos troços das serras algarvias. Muito estrangeiros, das mais diversas nacionalidades e como seria de esperar, uma imensidão de portugueses. Não foram poucos os locais em que vimos mais de quatro a cinco quilómetros de carros parqueados nos acessos ás Zonas Espectáculo.
- Parque de Assistência – Sem dúvida um dos três melhores do Mundial de Ralis, com condições fantásticas. As tendas de assistência foram este ano maiores e com melhores condições do que em 2009, para além de vários entretenimentos para quem até lá se deslocou.
- Petter Solberg World Rally Team – É verdade que o norueguês já teve provas em que foi mais espectacular do que neste Rally de Portugal, mas apenas agora foi possível constatar algumas diferenças para as equipas oficiais. Para além da sua já conhecida simpatia, foi no Parque de Assistência que a equipa marcou a diferença. Desde o seu engenheiro fazer o papel de mecânico, até ao facto de os órgãos mecânicos serem trocados de acordo com o "orçamento". Assistimos á troca da caixa de direcção do C4 WRC e apenas a estrutura foi a nova, aproveitando todo o material da que estava ser retirada. Há que contar todos os tostões do material…


Os Menos:
- O desastre da Ford – A equipa de Malcolm Wilson terá que definir muito bem o que pretende fazer no que resta do Mundial de Ralis. Jari-Matti Latvala voltou a despistar-se, enquanto Mikko Hirvonen não consegue disfarçar a sua falta de motivação perante a incapacidade da Ford lhe dar um carro á altura do C4 WRC. A sua adversária esteve durante quatro dias a testar em Tavira, enquanto a Ford esteve apenas um, com três pilotos para um carro e o resultado está á vista. Pela terceira vez consecutiva os Focus WRC oficiais foram os únicos a danificarem de forma decisiva os pneus e isso é sinal de uma coisa só…
- Super Especial Estádio Algarve – A classificativa espectáculo no Estádio Algarve está a perder fulgor a olhos vistos e não é que o espectáculo tenha diminuído de qualidade, mas porque o "verdadeiro" adepto de ralis não troca uma classificativa tradicional por um "circuito" estreito de asfalto, que para além de oferecer um espectáculo bem menor, ainda tem o custo de 20 euros diário. Para além dessa situação, foi notório que quanto mais a "norte" forem as classificativas do último dia, menos espectadores se deslocam ao Estádio Algarve…´
- CPR pontuar no Rally de Portugal – Foi notório o andamento de compromisso dos concorrentes do Nacional no Rally de Portugal. A preocupação era mesmo a de terminar a prova, com a maioria dos adeptos a ficarem um desiludidos por não verem os pilotos nacionais mais á frente...
- Kimi Raikkonen – O ex-Campeão Mundial de Fórmula 1 não só teve uma prestação desportiva muito abaixo do exigível (foi batido por Khalid Al-Qassimi no último dia), como ao longo de todo o rally mostrou uma antipatia total para com os fãs e os jornalistas, em particular no final dos troços. A "relação" com a imprensa chegou ao ponto de a partir de meio da primeira etapa ninguém mais se aproximar do C4 para o entrevistar. É esta a imagem que a Red Bull quer passar?
- Acidentes 2ª Etapa – A passagem pela classificativa de Vascão não foi nada simpática para alguns pilotos. Foram vários as saídas de estrada, algumas delas numa esquerda rápida a cerca de uma centena de metros do final da classificativa, com pelo menos uma das equipas do Nacional a ficar presa dentro da viatura, não tendo recebido prontamente assistência médica…uma situação a rever muito seriamente no futuro.

Autor: Ricardo Batista - Supermotores

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