A caravana do IRC deslocou-se na semana passada para o Mediterrêneo, para disputar o Rali de Sanremo, naquela que era a prova mais esperada do calendário. Juntando o útil ao agradável, o Sanremo também era pontuável para o campeonato italiano, o que permitiu aparecerem um belo conjunto de pilotos e máquinas.
Em Itália, mandam os italianos e a tripla Luca Rossetti, Giandomenico Basso e Paolo Andreucci é que fizeram as despesas da prova. A primeira etapa era disputada em dois dias, com a realização de três especiais a começar na quinta-feira, para continuar com a junção das três, numa única nocturna e finalmente acabava a etapa na sexta com duas especiais, após o almoço.
A chuva marcou presença nas primeiras especiais e serviu para seleccionar os mais rápidos. Paolo Andreucci em Mitsubishi Lancer EVO IX desferiu um fortíssimo ataque nas primeiras especiais, superiorizando-se aos 18 (dezoito) S2000 presentes na prova italiana. Luca Rossetti conseguiu não perder muito tempo para Andreucci, enquanto Giandomenico Basso perdiu preciosos segundos devido a uma escolha de pneus errada.
A especial nocturna decidiu em grande parte o desenrolar da prova. Andreucci erde muito tempo e vê Rossetti assumir a liderança no Peugeot 207 S2000, embora Giandomenico Basso começava a recuperar da desvantagem.
As duas especiais de sexta feira ditaram poucas novidades, mas acabavam com Basso e Rossetti separados por menos de 15 segundos, com vantagem para o piloto da Peugeot. A certos espaços Andreucci ainda dava um “ar da sua graça” averbando tempos impressionantes.
No último dia, Andreucci (estranhamente) perdeu toda a rapidez, e foi caindo na tabela classificativa, o mesmo acontecendo com outros concorrentes que corriam com viaturas de produção “convencionais”.
A última etapa teve dois intervinientes – Luca Rossetti a defender-se dos ataques de Giandomenico Basso, que gostaria de vencer a prova “caseira”. No final, Rossetti venceu com pouco mais de oito segundos de vantagem, mas Basso com a segunda posição sagrou-se campeão italiano, a uma jornada do fim.
Nicolas Vouilloz fez uma prova de trás para a frente. O francês da Peugeot España, começou com um andamento rápido, mas sem se intrometer nos lugares da frente, mas deixou o melhor para o fim. Ultrapassou vários rivais na última especial, fechou o pódio e colocou-se em boa posição para pressionar Ojeda e Navarra na disputa do título do IRC.
Uma das maiores surpresas, veio de Umberto Scandola. O piloto italiano, que tripula um Fiat Punto S2000 vinha de uma sequência de resultados menos conseguidos, ao que se juntavam exibições fracas e abandonos indesculpáveis. Muito sorrateiramente foi melhorando no desenrolar da prova, chegando mesmo a vencer algumas especiais. Como prémio, um quarto lugar final, inteiramente merecido.
Paulo Andreucci “caía” no último dia do terceiro para o quinto lugar final, mas ficava na frente de Enrique Garcia Ojeda, que começa a apostar na regularidade com o intuito de manter a liderança do campeonato.
A sétima posição ficou na posse de Piero Longhi, em Subaru Impreza WRX Sti, que andou muito tempo na quarta posição, também perdendo alguns lugares na fase final da prova.
De regresso aos ralis, Gilles Panizzi, desta feita acompanhado por Xavier Panseri, demonstrou que ainda está “para as curvas”. Apesar de já não ser um dos “reis do asfalto”, protagonizou uma prova interessante com o Peugeot 207 S2000 e deixou muitos rivais atrás de si. Uma penalização na parte final da prova, num CHC devido a problemas com o acelerador, ainda o fez perder mais tempo.
Na nona posição aparece Andrea Aghini em Subaru, logo seguido de Andrea Navarra, que continua a atravessar uma fase negativa no IRC. Desta vez um furo no início do rali comprometeu o resultado, mas não desculpa o andamento abaixo dos rivais.
Jogando em casa, o italiano Renato Travaglia voltou a usar o Fiat Punto S2000. Quando rodava na disputa da quarta posição, uma ligeira saída de “pista” o fez dar um toque e consequentemente perder uma roda, promovendo o seu abandono.
Jogando em casa, o italiano Renato Travaglia voltou a usar o Fiat Punto S2000. Quando rodava na disputa da quarta posição, uma ligeira saída de “pista” o fez dar um toque e consequentemente perder uma roda, promovendo o seu abandono.
Quem também abandonou foi Bruno Magalhães, que deixou a sua “impressão” na viatura de Brice Tirabassi. (Posteriormente farei uma análise à prova do português).
Infelizmente a prova fica marcada também por um lado mais negro - O concorrente do carro número 81 - Ivano Benza faleceu durante a primeira etapa, vitima de ataque cardiaco. Apesar de todos os esforços e prontidão da equipa médica não foi possível reverter a situação. Este concorrente também era vice presidente do Automobile Club Sanremo, e um ferveroso adepto da prova, no qual participava há algumas dezenas de anos. Como forma de homenagear, a organização decidiu continuar com o normal desenrolar da prova.
O IRC continuará com a disputa do Rali de Valais, na Suiça.
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