quinta-feira, março 29

Rally de Portugal - Mini WRC

Não podia deixar de efetuar uma referência à armada Mini que estará presente no Rali de Portugal. Daniel Sordo e Patrik Sandell pela Prodrive, e o Armindo Araújo a defender isolado as cores do Team Mini Portugal, depois do despiste do Paulo "Palmeirinha" Nobre no Qualifying Stage.


DANIEL SORDO
Os adeptos estarão de olho no espanhol. Não só porque é um dos concorrentes que melhor conhece os troços do sul do país, como também irá estrear a nova evolução do Mini JCW WRC, sem esquecer as inevitáveis comparações com Armindo Araújo.
Andando um pouco atrás no tempo, Dani Sordo deu nas vistas em 2005, quando conquistou o título mundial junior num Citroën C2 S1600. No ano seguinte passou para o WRC com um Citroën Xsara WRC, e deu nas vistas nas provas de asfalto onde obteve um 2º lugar na Catalunha, um 3º em França e repetiu a 2ª posição na Alemanha. Estas exibições valeram uma chamada à equipa principal, Kronos Racing, relegando Xavi Pons para 2º plano. Consolidou a sua posição na equipa, aquando da lesão de Sebastien Loeb no final de época.
Entre 2007 e 2010 esteve ao serviço da Citroen, com o C4 WRC, desempenhando o papel de numero dois de forma quase exemplar, principalmente nas provas de asfalto que secundava um quase "inalcançável" Loeb. O tempo passou e teve que lidar com o facto de ser não conseguir chegar às vitórias, para além do aparecimento de Sebastien Oigier. No final de 2010 sai da Citroën e abraça o projeto da Mini, para desenvolver o John Cooper Works do WRC.
Em 2011, participa em algumas provas do mundial e surpreendeu na França, quando obteve um excelente segundo lugar, deixando fugir a vitória por 6,3 segundos. Ficava demonstrado que o Mini é competitivo em asfalto, deixando os rivais sobre aviso.
Este ano foi surpreendido com a decisão da "casa mãe" retirar o estatuto oficial à Prodrive, e assim não fará o mundial todo, embora continue a desenvolver a viatura. Aliás, será em Portugal que estreia a segunda evolução do Mini. Começou o ano em grande, com um 2º lugar no Monte Carlo, mas na Suécia abandonou com problemas de motor.
Sordo conhece bem o Rali de Portugal. Esteve na primeira edição de 2005, com o Citroën C2 S1600, dominando as duas rodas motrizes, regressou em 2006 com um Xsara da Piedrafita fazendo de carro 0, e nas três edições em que foi piloto oficial Citroën (C4) acabou no terceiro lugar.

PATRIK SANDELL
É outro nórdico que já tem um título Junior no currículo. Em 2006 Patrik Sandell participou no mundial com um Clio S1600, e fazendo da regularidade arma, pois acabou todas as provas, conseguiu somar o título JWRC, apenas com uma vitória - no Rali de Itália/Sardenha. Em 2007, manteve-se fiel à Renault, mas estreou a versão Clio R3, fazendo o périplo, onde incluiu uma passagem pelo Rali de Portugal. Em 2008 aproveitou a indefinição da atribuição das regras do agrupamento de produção, e participou com um Peugeot 207 S2000 no mundial de produção, e ao mesmo tempo no Junior (ora com o Clio S1600 ou com o R3). Apesar de ser forte candidato ao PWRC, somou vários abandonos que impediram a consagração. Então em 2009, mantém a aposta no PWRC, mas passou para o competitivo Skoda Fabia S2000. Começou o ano com duas vitórias, na Noruega e no Chipre. O volte face aconteceu em Portugal quando um acidente, marcou a fase "negra", e no final foi batido por um tal de... Armindo Araújo. Em 2010, disputou o novo campeonato SWRC com o Skoda Fabia, vencendo as rondas francesa e alemã, acabando como vice-campeão. No ano seguinte decidiu apostar no IRC, mas sendo um campeonato competitivo não teve argumentos para lutar com as equipas Skoda e Peugeot, apenas alcançando um bom resultado no Chipre (3º). Este ano, agarrou a vaga na Prodrive para algumas provas, e começou na Suécia com um oitavo posto.

ARMINDO ARAÚJO
Para falar do campeão português, seriam necessários vários parágrafos com a descrição de toda uma caminhada de sucesso. O piloto de Santo Tirso venceu todas as categorias que participou. Muito resumidamente recordando: foi campeão de Promoção em 2000, venceu o Troféu Saxo em 2001, vencedor da Formula 3 (Turismo até 1600cc) em 2002, 2003 e 2004, campeão de Produção em 2006, campeão nacional de Ralis entre 2003 e 2006 e campeão do Mundo de Produção (PWRC) em 2009 e 2010. Agora abraça o projeto Mini. Uma aposta arriscada em 2011 que começou com a odisseia do Mini 1.6 T S2000 no Rali de Portugal, e evoluiu posteriormente para o WRC. Alguns problemas de juventude, de adaptação e poucos testes condicionaram os resultados, sendo o melhor um 8º na Alemanha. Este ano, voltou a apostar na Mini... e a Mini apostou nele, mais ou menos. O diferendo Prodrive/BMW abriu portas a que Armindo Aráujo e o Team Mini Portugal ficassem a ostentar o titulo de pilotos oficiais Mini, "ganhando" o bilhete para época no WRC.
Obviamente que os adeptos depositam esperança num bom resultado do português "jogando em casa". Como justificação as inumeras presenças na prova nacional. Desde que veio para o sul, participou em todas, chegando inclusivamente a ganhar a edição de 2006, na frente de pilotos como Daniel Carlsson, Markko Martin, Patrik Flodin ou Janne Tuohino. Teve outras exibições inesquecíveis como a vitória no PWRC em 2009, acabando na frente de Martin Prokop e Eyvind Brynildsen, sendo ovacionado de pé no Estádio do Algarve. Por outro lado, a participação com o Mitsubishi Lancer WRC em 2007 não deixa saudades - a começar no acidente do shakedown até ao abandono na última especial de estrada, e ao facto de andar no último pelotão de WRC's. Em 2011 estreou o Mini em Portugal dando réplica aos "WRCistas" como Federico Villagra, Kimmi Raikkonen, Denis Kuipers ou mesmo Bernardo Sousa, até ao abandono com problemas de motor. Em todas as edições Armindo Araújo deixou a sua marca.

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